CORAGEM,
VAMOS EM FRENTE...
Por diversas regiões
catarinenses e no vizinho Rio Grande do Sul as chuvas, ventos e granizos tem
provocado medo, e causado inúmeros prejuízos. Nossos velhos, com a sabedoria
prática que lhes era particular chamavam esse tempo de “Enchente de São Miguel”.
Os modernos recursos tecnológicos, tais como radares e estudos meteorológicos
atribuem este fenômeno ao “El ninho” Independente do nome que se dê e
de quem seja o responsável por esta situação, o fato é que populações inteiras
vivem em situação de sofrimento. Tenha-se presente, que estas reviravoltas no
tempo se repetem ano após ano, seja por conta de “São Miguel”, seja por conta
do “El Ninho”, frequentemente ouve-se
o grito de centenas de pessoas pedindo por ajuda e socorro.
Exatamente sobre o
grito de sofrimento e de abandono o profeta Isaias fala na primeira leitura,
quando aponta a ação libertadora de Deus: “Salva, Senhor, teu povo, Eis
que eu os trarei do país do Norte e os reunirei
desde as extremidades da terra; entre eles há cegos e aleijados, mulheres
grávidas e parturientes: são uma grande multidão os que retornam. Eles chegarão entre lágrimas e eu os
receberei entre preces”.
A mesma situação se repete com o Cego de Jericó. Ele não
conhece Jesus, nem sabe direito qual o título ou nome que deve dar. Mas grita
com insistência. Seu clamor incomoda os que estão próximos e caminham com o
Messias. Muitos querem fazê-lo calar, porém Jesus reconhece a voz do sofrimento
chama o cego para junto dele estabelece uma conversa e soluciona o problema: “O que queres que eu te faça?' O cego
respondeu: 'Mestre, que eu veja!' Jesus disse: 'Vai,
a tua fé te curou'. No mesmo instante,
ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho”.
Jesus que ouve o clamor dos sofridos é aquele que a Carta aos
Hebreus chama de “Sumo
sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em
favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e
sacrifícios pelos pecados. Sabe ter compaixão
dos que estão na ignorância e no erro”.
Ora o que a Palavra de Deus tem de ensinamento para cada
pessoa e para as comunidades deste tempo, que vivem, ano após ano as mesmas
provações e os mesmos sofrimentos? Todos e cada pessoa é convocada a olhar para
frente, não apenas a apresentar medidas e soluções paliativas que diminuam o
sofrimento momentâneo daqueles que estão sujeitos a toda forma de desgraça e
calamidade.
Todos e cada um é convida a defender e colaborar para que as situações
que provocam dor, morte e tristeza sejam de uma vez por todas eliminadas, não
apenas socorridas nas necessidade imediatas.
Claro está que a primeira ação de todos é a oração, mas o
seguimento e a atenção à Palavra de Deus pede de todos muito mais que isso.
Nada de ficar mantendo as pessoas sentadas à beira do caminho gritando por
socorro, é importante ajudar os necessitados garantindo-os condições para que
se levantem e caminhem ao encontro do Senhor de modo que se possa repetir com o
Salmo: “Chorando
de tristeza sairão, espalhando suas
sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!”.
A ação que se espera de todos, cristãos e não cristãos,
autoridades, comunidades e flagelados é que os problemas estruturais
responsáveis pelas catástrofes que se repetem seja resolvidos, de modo que nem
a “enchente de São Miguel”, nem o “El Ninho” continuem provocando sofrimentos
e deixando centenas de pessoas à beira do caminho semelhantes ao Cego Bartimeu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário