sábado, 24 de outubro de 2015

HOMILIA PARA O DIA 24 DE OUTUBRO DE 2015

CORAGEM, VAMOS EM FRENTE...

Por diversas regiões catarinenses e no vizinho Rio Grande do Sul as chuvas, ventos e granizos tem provocado medo, e causado inúmeros prejuízos. Nossos velhos, com a sabedoria prática que lhes era particular chamavam esse tempo de “Enchente de São Miguel”. Os modernos recursos tecnológicos, tais como radares e estudos meteorológicos atribuem este fenômeno ao “El  ninho” Independente do nome que se dê e de quem seja o responsável por esta situação, o fato é que populações inteiras vivem em situação de sofrimento. Tenha-se presente, que estas reviravoltas no tempo se repetem ano após ano, seja por conta de “São Miguel”, seja por conta do “El Ninho”, frequentemente ouve-se o grito de centenas de pessoas pedindo por ajuda e socorro.

Exatamente sobre o grito de sofrimento e de abandono o profeta Isaias fala na primeira leitura, quando aponta a ação libertadora de Deus: “Salva, Senhor, teu povo, Eis que eu os trarei do país do Norte e os reunirei desde as extremidades da terra; entre eles há cegos e aleijados, mulheres grávidas e parturientes: são uma grande multidão os que retornam. Eles chegarão entre lágrimas e eu os receberei entre preces”.

A mesma situação se repete com o Cego de Jericó. Ele não conhece Jesus, nem sabe direito qual o título ou nome que deve dar. Mas grita com insistência. Seu clamor incomoda os que estão próximos e caminham com o Messias. Muitos querem fazê-lo calar, porém Jesus reconhece a voz do sofrimento chama o cego para junto dele estabelece uma conversa e soluciona o problema: “O que queres que eu te faça?' O cego respondeu: 'Mestre, que eu veja!' Jesus disse: 'Vai, a tua fé te curou'. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho”.

Jesus que ouve o clamor dos sofridos é aquele que a Carta aos Hebreus chama de “Sumo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro”.
Ora o que a Palavra de Deus tem de ensinamento para cada pessoa e para as comunidades deste tempo, que vivem, ano após ano as mesmas provações e os mesmos sofrimentos? Todos e cada pessoa é convocada a olhar para frente, não apenas a apresentar medidas e soluções paliativas que diminuam o sofrimento momentâneo daqueles que estão sujeitos a toda forma de desgraça e calamidade.

Todos e cada um é convida a defender e colaborar para que as situações que provocam dor, morte e tristeza sejam de uma vez por todas eliminadas, não apenas socorridas nas necessidade imediatas.
Claro está que a primeira ação de todos é a oração, mas o seguimento e a atenção à Palavra de Deus pede de todos muito mais que isso. Nada de ficar mantendo as pessoas sentadas à beira do caminho gritando por socorro, é importante ajudar os necessitados garantindo-os condições para que se levantem e caminhem ao encontro do Senhor de modo que se possa repetir com o Salmo: Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!”.


A ação que se espera de todos, cristãos e não cristãos, autoridades, comunidades e flagelados é que os problemas estruturais responsáveis pelas catástrofes que se repetem seja resolvidos, de modo que nem a “enchente de São Miguel”, nem o “El Ninho” continuem provocando sofrimentos e deixando centenas de pessoas à beira do caminho semelhantes ao Cego Bartimeu. 

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