sábado, 30 de dezembro de 2017

HOMILIA PARA A FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA - 31/12/2017

FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM...

Não parece difícil de compreender como a sociedade é excludente e cultiva atitudes que nada ajudam na construção de um mundo mais acolhedor e humanizado. Com facilidade é possível ver em muitos lugares depósitos de “sucatas”. São móveis, automóveis, bens duráveis que foram considerados inservíveis e deixados à margem das estradas, nos depósitos a céu aberto, jogados às margens de rios. Todos eles, obviamente, nada trazem de benefício para a sociedade. E embora se tenha consciência desta realidade a prática do descarte continuar sendo uma constante em todos os lugares.
A Igreja celebra neste primeiro domingo depois do natal a festa da Sagrada Família neste contexto a Palavra de Deus e o ensinamento da Igreja são preciosa ajuda para perceber como muitas vezes tratamos as pessoas com a mesma dureza e frieza como se faz com os bens jogados nos depósitos como se fossem inservíveis.
O livro do Eclesiástico é claro no seu ensinamento: “Deus honra o pai nos filhos... por isso, ...Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida, a caridade feita a teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados e, na justiça, será para tua edificação”.
São Paulo pede aos colossenses: “revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Esposas, sede solícitas para com vossos maridos. Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais. Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem”
A atitude de acolhimento relatada no evangelho, tanto pela pessoa de Simeão, quanto da profetiza Ana são gestos indispensáveis para quem quer compreender o valor da vida e respeitar as pessoas na condição em que elas se encontram.
O Papa Francisco, em seu documento Alegria do Amor faz um apelo e pede que todos indistintamente tenham a prática da acolhida e do respeito. O Papa afirma: “Mesmo para as famílias que estão em crise ou imersas em algum sofrimento, é importante acolher e mostrar que o ideal pleno é aquele em que Deus mesmo enxugará todas as lágrimas e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto nem dor...”
O desafio para todos na celebração da Sagrada Família é reconhecer que nas relações humanas não pode ter lugar e oportunidade para o descarte e que ninguém, independente da condição em que se encontra deva ser considerada inservível e desprezada.

Que o Evangelho nos converta e nos mostre o verdadeiro caminho. 

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