domingo, 13 de maio de 2018

REFLEXÕES PARA A SEMANA DA ENFERMAGEM 2018


A CENTRALIDADE DA ENFERMAGEM 
NAS DIMENSÕES DO CUIDAR

A gramática da língua portuguesa chama de oração   o conjunto linguístico que se estrutura em torno de um verbo. Pois bem, a frase:  “A centralidade da enfermagem nas dimensões do cuidar,” tema escolhido para a semana da enfermagem, é uma oração.
Mas este tema pode ser entendido também como uma Oração, no sentido de ser uma prece que se eleva a Deus por meio daqueles que gastam suas vidas no serviço aos enfermos. As duas leituras escolhidas para a celebração da missa ajudam a compreender como esta oração, no sentido gramatical, é também uma Oração no sentido religioso.
A propósito disto sugerimos a leitura de dois textos bíblicos. O primeiro da carta de Tiago: “Se alguém de vocês está sofrendo ore. Se alguém está contente cante hinos de agradecimento. Se algum de vocês estiver doente, que chame os presbíteros da Igreja, para que façam oração e ponham azeite na cabeça dessa pessoa em nome do Senhor. Essa oração, feita com fé, salvará a pessoa doente. O Senhor lhe dará a saúde e perdoará os pecados que tiver cometido”. (5, 13 – 15). O segundo texto é conhecido como a Parábola do Bom Samaritano e se encontra em Lucas 10,30-35.
O texto da carta de Tiago é a motivação para todo o serviço do Capelão no Hospital e que encontra seu principal parceiro no pessoal que faz o serviço assistencial. São os colaboradores da área da enfermagem os primeiros a perceberem que o doente precisa de animação, de uma presença viva que o faça experimentar o amor gratuito de Deus.
Já o texto do Evangelho, com a parábola do Bom Samaritano é o que pode ser entendida como modelo de centralidade no que se refere ao cuidado. Não sem razão costuma-se dizer que uma pessoa foi Bom Samaritano, toda vez que teve compaixão e ajudou a outro em situação de necessidade.
O texto do Evangelho tem sete verbos e todos eles apontam para a “centralidade do cuidado”. A primeira atitude daquele que descia pelo caminho foi “enxergar” a realidade da pessoa caída à beira do caminho. Na sequência demostrou compaixão, aproximação e cuidado – chegou perto limpou seus ferimentos e enfaixou. Ainda não satisfeito “colocou o caído no seu próprio animal”, isso significa que não teve medo de colocar todas as capacidades a serviço do sofrimento alheio e que clamava por tratamento respeitoso, por compaixão e solidariedade, situações muito particulares daqueles que estão doentes.
Percebendo que sua condição permitia fazer mais ainda, mudou a sua rotina e levou o doente até a hospedaria adaptando-se para atender o necessitado. Mobilizou outras pessoas, outras estruturas, outras forças para cuidar do sofrimento alheio. Isso é muito importante, nem sempre na sua função o pessoal do assistencial pode dar conta de todas as demandas e desafios, mas sempre pode mobilizar outras pessoas criando parcerias para que o cuidado aconteça.
Chegando na hospedaria, o último verbo é “Cuidar”. A dimensão do cuidado completa o conjunto da intervenção do samaritano. E não foi apenas uma pessoa cuidando daquele que estava ferido o Bom Samaritano soube envolver os demais nesta tarefa dura que é a realidade experimentada pelo doa humana muito presente na pessoa daqueles que estão doentes.
Em resumo - A centralidade da enfermagem nas dimensões do cuidar - precisa ser impulsionada pelo espírito do Bom Samaritano que é capaz de aproximar-se dos doentes, dos fracos, dos feridos e de todos os que estão jogados no caminho a fim de acolhê-los e cuidar deles dando-lhes uma “injeção de esperança”.

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