SENHOR,
CONCEDE-NOS UM CORAÇÃO SÁBIO E COMPREENSIVO
Para fazer um link com
a Palavra de Deus proclamada neste domingo é possível começar com a letra de
uma canção sertaneja cuja letra diz assim:
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei
Ou nada sei.
As três leituras que ouvimos nos sugerem
pensar sobre quais os valores que colocamos como fundamentos da nossa
existência. Na primeira leitura temos o retrato de um sujeito que embora tendo
sido considerado o mais sábio dos Reis de Israel, se apresenta como uma pessoa
cuja sabedoria tem uma fonte inesgotável: “Senhor meu Deus, tu fizeste reinar o teu servo
em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que
não sabe ainda como governar. Dá, pois, ao teu servo, um coração
compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o
bem e o mal”.
A atitude de Salomão
mostra também a serenidade de um homem sábio que não coloca seus objetivos
pessoais acima dos interesses da comunidade. A resposta que Deus lhe dá está
fundamentada nessa verdade: “Já que não pediste para ti longos
anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria
para praticar a justiça, vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e
inteligente”.
O ensinamento que o texto nos traz é um convite para pautar nossa vida ao jeito
de ser de Salomão, isto é, colocar como sustento de nossas ações valores que
sejam duradouros e que não tenham pressa para que sejam realizados: “Ando devagar porque já tive pressa”!
Na
carta que dirige ao Romanos Paulo faz um convite também para nós apontando como
o mais alto valor para nossas ações é o caminho e a proposta de Jesus: “Sabemos que tudo
contribui para o bem daqueles que amam a Deus”. E amar a Deus não consiste em outra coisa senão em viver os
valores do evangelho numa vida a serviço das pessoas, como canta Almir Sater: “É preciso amor pra poder pulsar, É
preciso paz pra poder sorrir”.
No Evangelho, mais uma vez Jesus fala em
parábolas com um objetivo muito claro e simples o maior e mais seguro tesouro
que podemos guardar é o Reino de Deus: “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo...
O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas...
O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar... Assim,
pois, todo o mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus,
é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e
velhas". Quando Mateus
escreveu esse evangelho os cristãos viviam uma espécie de cansaço em relação às
novidades trazidas por Jesus, estavam desencorajados no enfrentamento das
perseguições e hostilidades da vida. O evangelista coloca como pano de fundo
para a vida dos seguidores de Jesus a necessidade de renovar as motivações e
escolhas, porque quem anda segundo as escolhas do Reino pode dizer: “Hoje me sinto mais forte, Mais feliz,
quem sabe...” O tesouro do Reino é uma preciosidade a ser abraçada e
buscada por todos os que sabem que fizeram uma escolha decisiva para suas vidas.
Em resumo a decisão pelo Reino não permite escolhas pela metade, não serve
agradar a Deus e ao diabo, não vale jogo duplo, mas aderir radicalmente ao projeto
de Deus, porque “Cada um de nós compõe a
sua história, Cada ser em si, Carrega o dom de ser capaz E
ser feliz”. É isto que rezamos no salmo:
Como eu
amo, Senhor, a vossa lei, vossa palavra!
É
esta a parte que escolhi por minha herança:*
observar vossas palavras, ó Senhor!
A
lei de vossa boca, para mim,*
vale mais do que milhões em ouro e prata.
Linda reflexão padre. Deus te abençoe
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