sábado, 29 de junho de 2013

SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO



Depois das manifestações de rua que ocorreram nas últimas semanas, como resultado dos jogos da seleção na Copa das Confederações, os institutos de pesquisa estão tendo muito trabalho para fazer os levantamentos  de popularidade. São os políticos, os jogadores, o treinador, a equipe técnica da seleção, os organizadores das manifestações. Todo mundo está querendo saber como anda seu nível de aceitação entre a população em geral. Nos últimos tempos esta prática tem sido muito frequente e para quase tudo se faz pesquisa de opinião.
Na Palavra de Deus proclamada neste domingo foram relatadas a história de vida de três pessoas. São Pedro, São Paulo e Jesus Cristo. Nos atos dos apóstolos se tem a descrição da prisão a que Pedro foi submetido e o modo extraordinário como Deus veio em seu socorro e por meio dos anjos o libertou deixando a todos maravilhados com a ação divina. Na carta que Paulo escreve a Timóteo tem uma espécie de testamento – “Combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé. Agora só me resta a cora da justiça que o Senhor me dará naquele dia”. Paulo está convencido de chegar ao fim da vida com a consciência tranquila de quem cumpriu a missão e afirma ainda “A coroa da justiça será dada não somente a mim, mas a todos aqueles que esperam com amor a manifestação gloriosa de Deus”.
O texto do evangelho é a versão de Mateus do mesmo trecho que se proclamou no último domingo segundo Lucas. Aqui, de novo, Jesus faz uma pesquisa de opinião. “O que é que as pessoas pensam a meu respeito?” E percebendo a reação de todos reafirma sua absoluta convicção que tudo vem de Deus e que ele tudo dirige e governa: “Feliz és tu Simão filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus” e na sequencia dá uma espécie de apelido que se torna depois o nome próprio do discípulo: “Tu serás chamado Pedra, rocha firme”.
Não é sem razão que a Igreja convida a celebrar neste final de semana, de modo solene, os dois apóstolos que são chamados “colunas da Igreja”.  Uma coisa é certa, nenhuma instituição no mundo tem uma vida tão longa como a Igreja. Tendo sido iniciada pela experiência das comunidades apostólicas, foi se desenvolvendo ao longo do tempo e é hoje o que se pode conhecer, admirar, criticar, respeitar e obviamente amar.
Entretanto, afirmar que a Igreja é a mais antiga das instituições não significa dizer que ela não tenha pecados, limites, erros, e assim por diante. Recordando os apóstolos Pedro e Paulo a oração deste domingo se volta para a figura do Papa, para quem se pede o dom do discernimento para bem escolher o caminho mais adequado para a Igreja em cada tempo.
Com a eleição do papa Francisco, alguns estudiosos estão afirmando que a Igreja vive uma “nova primavera”, isto é um tempo de “florescimento” o que parece se confirmar nos gestos, atitudes e palavras do papa. Em menos de um mês o mundo pode ver pelo menos três situações extraordinárias. Em maio, falando para estudantes, o Papa respondeu por que não vive nos palácios do Vaticano dizendo: “Trata-se de uma questão de personalidade, não é  nem de riqueza ou de pobreza”, disse ele,  “eu preciso viver perto das pessoas”.  Noutro pronunciamento foi exigente com os padres e as paróquias que fazem do serviço pastoral uma barreira quase impossível de ser transposta e na ocasião disse: “Quem se aproxima da Igreja deve encontrar as portas abertas e não uma alfândega pastoral”.  E nesta semana nomeou uma comissão para investigar outros erros cometidos com os bens da Igreja. Por meio de seus assessores informou que o Vaticano vai colaborar com todas as investigações. Claro que estás situações se apresentam como feridas da Igreja, ao lado de tantas outras, mas exatamente porque o Papa ama a Igreja tem a coragem de tomar estas atitudes.

O que está fazendo Francisco é um convite a viver com transparência e com consciência para que o mundo seja melhor a cada dia. Por isso mesmo, merece a mesma pergunta que fez  Jesus: “Quem dizem as pessoas que eu sou?” e pode-se proclamar “Francisco, hoje nos confirmas na fé e por isso te acolhemos com amor, no abraço do Redentor”.  

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