OLHA E CONTA AS ESTRELAS DO CÉU...
A
promessa feita a Abraão na primeira leitura de hoje certamente se concretiza na
sociedade contemporânea. Os desafios e provações experimentados pelo pai de
muitos povos na fé, pouco ou nada se difere dos desafios e provações da
atualidade. Sem precisar ser sensacionalista vale lembrar que apenas nos
primeiros três meses de 2019 o Brasil já vivenciou pelo menos três grandes
tragédias: A barragem de brumadinho; O incêndio no centro de treinamento do
Flamengo; e o massacre de Suzano. Ora, isso pode dar a impressão que Deus está
surdo, ou indiferente aos sofrimentos do povo.
O
longo relato da conversa entre Deus e Abraão permite perceber como a ação
humana precisa ser repleta de coragem e determinação diante das provocações que
a vida lhe impõe e o resultado dessa ousadia é a confirmação da aliança de Deus
com aquele que o aceita em todas as circunstâncias. Abraão poderia ter tomado
outro caminho, mas não fez e isso lhe rendeu as bênçãos prometidas.
A
comunidade dos filipenses, para quem Paulo escreve o texto de hoje tinha diante
de si a figura do apóstolo que se descreve como modelo a ser imitado: “Sede meus
imitadores e ponde os olhos naqueles que procedem segundo o modelo que tendes
em nós”. Fazendo essa afirmação Ele também
deixa claro que existe outra opção: “Porque
há muitos, de quem tenho falado várias vezes e agora falo a chorar, que
procedem como inimigos da cruz de Cristo”. Por causa desta realidade fica
ainda melhor de entender a conclusão paulina: “Portanto, meus amados e queridos irmãos, minha alegria e minha coroa,
permanecei firmes no Senhor”.
O convite para todos é não se considerar como atletas
vitoriosos diante dos sofrimentos, provações e dificuldades, mas sempre como
alguém que corre ao encontro da meta que sempre lhes é proposta de um modo
renovado.
Jesus, no Evangelho mostra aos discípulos todo o seu
esplendor, não sem deixar claro que isso também é resultado de um processo de
escolha, de sofrimento, de dor e de morte: “Enquanto
orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma
brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que,
tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em
Jerusalém”.
Jesus, por meio de quem o Pai oferece sua aliança também
convida a aceitar o sofrimento, a dor e as dificuldades. Aceitar o sofrimento
não significa concordar com as tragédias humanas e permitir que elas continuem
se repetindo como se não tivéssemos nenhuma participação e responsabilidade
para evitar que aconteçam.
Aceitar o sofrimento implica descer da montanha das certezas
humanas, caminhar na planície das provocações e colaborar para que políticas
públicas sejam construídas na base do direito e da justiça que libertem a todos
em todos os lugares.
Tenhamos certeza que só o Senhor é a certeza de nossa
Salvação.
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