DEIXO-LHES A MINHA PAZ
Pessoas
que se querem bem em algum momento das suas relações emitem opiniões, conselhos
e orientações que parecem ser úteis para o desenrolar da vida e das atividades
nas quais estão envolvidas. Isso acontece na relação entre pais e filhos,
companheiros de trabalho, com aqueles que tem laços de parentesco de qualquer grau,
vizinhos, amigos de um mesmo movimento ou organização. São palavras quase
sempre tidas como sábias e que normalmente são levadas a sério. Não raro se
diz: “quem vê uma solução de fora, enxerga com outros olhos”.
É
esta uma mensagem que se pode tirar da Palavra de Deus neste domingo. No
evangelho Jesus continua falando aos discípulos no contexto da sua despedida.
Semana passada ele se apresentou como o Caminho, e deixou claro aos que o
aceitam como tal que todos são convidados a percorrer o mesmo caminho. Ou seja,
entrega, dom total, comprometimento com as necessidades e sofrimentos alheios.
Hoje ele orienta como dar conta de encarar essa decisão que se resume em duas
situações amar e guardar a sua Palavra. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós
viremos e faremos nele a nossa morada”.
Se a pessoa se entende sendo morada do Pai e do Filho não
precisa ter medo de nada, pois ambos trazem uma terceira força que Jesus
identifica como o Advogado, aquele que vai recordar tudo o que já haviam sido ensinados.
Em resumo: Não há o que temer para aqueles que conhecem a amam Jesus e cumprem
a sua palavra.
Muito medos também marcaram a vida das primeiras comunidades
cristãs. A começar pelo medo de se misturar com gente desconhecida, de ver sua
palavra sendo interpretada de modo equivocado, de querer impor normas e regras
possíveis de serem cumpridas apenas por alguns poucos privilegiados. Isso é o
que se lê na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos: “Ficamos
sabendo que alguns dos nossos causaram perturbações
com palavras que transtornaram vosso espírito. Eles não foram enviados por nós.
Então decidimos, de comum acordo, escolher alguns representantes e mandá-los até vós, junto com
nossos queridos irmãos Barnabé e Paulo, homens que
arriscaram suas vidas pelo nome de nosso Senhor
Jesus Cristo. Por isso, estamos enviando Judas e
Silas,
que pessoalmente vos transmitirão a mesma mensagem. Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis”. Já não se trata de cumprir à risca regras e normas que sempre fizeram parte da organização das comunidades, pelo contrário o essencial agora é Cristo e sua proposta de salvação, o resto é periférico e de pouca importância.
que pessoalmente vos transmitirão a mesma mensagem. Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis”. Já não se trata de cumprir à risca regras e normas que sempre fizeram parte da organização das comunidades, pelo contrário o essencial agora é Cristo e sua proposta de salvação, o resto é periférico e de pouca importância.
E a segunda leitura completa com a ideia da cidade nova,
fundada sobre o número doze dos apóstolos e das tribos de Israel e cujo
significado faz compreender que se trata da totalidade dos filhos e filhas de
Deus. Quando definitivamente Deus morar em todos nascerá a cidade nova de
portas abertas, capaz de acolher os que estiverem dispostos a seguir Jesus como
o único e verdadeiro caminho.
Peçamos também a nós o discernimento para compreender as
palavras de Jesus e viver segundo a “paz que ele nos dá”. Na verdade, a palavra
de Jesus é uma espécie de conselho dado por alguém que enxerga a solução para
os problemas a partir de fora e que, portanto, vê com outros olhos.
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