quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

HOMILIA PARA O DIA 02 DE FEVEREIRO DE 2020 - APRESENTAÇÃO DO SENHOR - ANO A


SOLIDÁRIOS UNS COM OS OUTROS A PARTIR DE JESUS
Embora a sociedade contemporânea viva num ritmo frenético e a mídia aproveitem todas as situações delicadas para colocar medo e isolar as pessoas potencializando as dificuldades e os problemas do cotidiano ainda são bastante frequentes os casos de pessoas que são solidárias e constroem pontes ajudando-se mutuamente. Sempre que isso acontece são construídos laços de amizade e de partilha que costumam serem considerados espaços familiares de bem querer. Frequentemente se vê alguém dizer “fulano de tal é como se fosse meu irmão”, “Beltrano é o irmão que eu não tive”, e assim por diante.
Pois é uma relação familiar, e sobre um irmão que não temos que tratam as leituras desse domingo.  É com essa comparação que a carta aos Hebreus descreve a pessoa de Jesus: “Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte,
aquele que tinha o poder da morte e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão.
Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo”.
Compreender que Deus enviou seu Filho divino, sem fazer uso desta prerrogativa, mas antes assumir as fragilidades e limitações humanas ilustra e não deixa margens para dúvidas. A intensidade do amor de Deus pela humanidade. A constatação desta verdade enche o nosso coração de serenidade e alegria e garante que é possível encarar a vida, os medos e os limites da existência humana com esperança, com coragem e confiança. Com uma ajuda desta forma é certo que a vida pode ter um final feliz.
E toda a vida e as ações de Jesus começam desde a sua infância cumprindo tudo aquilo que fazia parte das relações e da legislação vigente no seu tempo para as famílias e a sociedade. Na primeira leitura o nome Malaquias significa “meu mensageiro” e começa descrevendo o dia em que Deus vai descer ao encontro do seu povo para criar uma nova realidade. Nesse dia será eliminado o orgulho, o egoísmo e o pecado. O enviado via inaugurar o tempo novo da comunhão verdadeira entre o criador e a sua criatura: “Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata”.
No evangelho Lucas narra um dos episódios da infância de Jesus para deixar bem claro quem é aquele que desde a infância se propõe a cumprir todos os preceitos da lei de Moisés que José e Maria cumprem com rigorosidade: “Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. Conforme está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. Foram também oferecer o sacrifício - um par de rolas ou dois pombinhos - como está ordenado na Lei do Senhor”. No templo não faltou quem reconheceu no recém-nascido o mensageiro prometido pelo profeta e que a carta aos Hebreus, muito mais tarde, chamou de Sumo Sacerdote. Seja o sábio Simeão, seja a profetiza Ana, ambos fazem com outras palavras as mesmas declarações: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel. Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma. Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém”.
A festa da apresentação do Senhor revela que desde o início da sua caminhada terrena Jesus escolheu o caminho da fidelidade aos mandamentos e projetos do Pai. Essa escolha o fez exatamente igual a todos e serve como luz para todos. É nesse sentido que trazemos as velas para serem abençoadas como quem diz: guiados pela luz de Jesus todos caminhamos seguros nos mares bravios da vida certos que Ele também caminha conosco. Dele também precisamos aprender a fazer-se um com todos como o anjo anunciado pelo profeta ou misericordioso como o sacerdote Jesus.  


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