SOLIDÁRIOS UNS COM OS OUTROS A PARTIR DE JESUS
Embora a sociedade contemporânea viva
num ritmo frenético e a mídia aproveitem todas as situações delicadas para
colocar medo e isolar as pessoas potencializando as dificuldades e os problemas
do cotidiano ainda são bastante frequentes os casos de pessoas que são
solidárias e constroem pontes ajudando-se mutuamente. Sempre que isso acontece
são construídos laços de amizade e de partilha que costumam serem considerados
espaços familiares de bem querer. Frequentemente se vê alguém dizer “fulano de
tal é como se fosse meu irmão”, “Beltrano é o irmão que eu não tive”, e assim
por diante.
Pois é uma relação familiar, e sobre um
irmão que não temos que tratam as leituras desse domingo. É com essa comparação que a carta aos Hebreus
descreve a pessoa de Jesus: “Visto que os filhos têm em comum a carne
e o sangue, também Jesus participou da mesma
condição, para assim destruir, com a sua morte,
aquele que tinha o poder da morte e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão. Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo”.
aquele que tinha o poder da morte e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão. Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo”.
Compreender
que Deus enviou seu Filho divino, sem fazer uso desta prerrogativa, mas antes
assumir as fragilidades e limitações humanas ilustra e não deixa margens para
dúvidas. A intensidade do amor de Deus pela humanidade. A constatação desta
verdade enche o nosso coração de serenidade e alegria e garante que é possível
encarar a vida, os medos e os limites da existência humana com esperança, com coragem
e confiança. Com uma ajuda desta forma é certo que a vida pode ter um final
feliz.
E toda
a vida e as ações de Jesus começam desde a sua infância cumprindo tudo aquilo
que fazia parte das relações e da legislação vigente no seu tempo para as famílias
e a sociedade. Na primeira leitura o nome Malaquias significa “meu mensageiro” e começa descrevendo o
dia em que Deus vai descer ao encontro do seu povo para criar uma nova
realidade. Nesse dia será eliminado o orgulho, o egoísmo e o pecado. O enviado
via inaugurar o tempo novo da comunhão verdadeira entre o criador e a sua
criatura: “Eis que
envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; Ele é como o
fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; e
estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata assim ele
purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata”.
No
evangelho Lucas narra um dos episódios da infância de Jesus para deixar bem
claro quem é aquele que desde a infância se propõe a cumprir todos os preceitos
da lei de Moisés que José e Maria cumprem com rigorosidade: “Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do
filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim
de apresentá-lo ao Senhor. Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. Foram
também oferecer o sacrifício - um par de rolas
ou dois pombinhos - como está ordenado na Lei do Senhor”. No templo não faltou quem
reconheceu no recém-nascido o mensageiro prometido pelo profeta e que a carta
aos Hebreus, muito mais tarde, chamou de Sumo Sacerdote. Seja o sábio Simeão,
seja a profetiza Ana, ambos fazem com outras palavras as mesmas declarações: “Agora,
Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu
servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante
de todos os povos: luz para iluminar as nações e
glória do teu povo Israel. Este menino vai ser causa tanto de queda como de
reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim
serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te
traspassará a alma. Ana chegou nesse momento e
pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a
libertação de Jerusalém”.
A
festa da apresentação do Senhor revela que desde o início da sua caminhada
terrena Jesus escolheu o caminho da fidelidade aos mandamentos e projetos do
Pai. Essa escolha o fez exatamente igual a todos e serve como luz para todos. É
nesse sentido que trazemos as velas para serem abençoadas como quem diz: guiados
pela luz de Jesus todos caminhamos seguros nos mares bravios da vida certos que
Ele também caminha conosco. Dele também precisamos aprender a fazer-se um com
todos como o anjo anunciado pelo profeta ou misericordioso como o sacerdote
Jesus.
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