CONVIDADOS
PARA SEREM TESTEMUNHAS
As exigências do mundo contemporâneo são
cada vez mais desafiadoras e o sucesso de qualquer projeto depende de ações coletivas
e de responsabilidades partilhadas. Assim cada vez mais é exigida capacidade de
trabalhar em equipe, de somar forças e de agir no coletivo. Os grandes
empreendimentos são marcados pelas ações de parceria e corresponsabilidade.
Pois
é exatamente sobre soma de forças, parcerias, responsabilidades
partilhadas que tratam as leituras da Palavra de Deus neste domingo. Compreendendo que Deus tem um projeto para a
humanidade fica mais fácil admitir que todos são convidados a participar como
testemunhas deste projeto.
Na sequência do último domingo o profeta
Isaias fala de um Servo anônimo a quem Deus escolheu e enviou para levar sua
boa notícia a todos os povos. Vivendo no meio do povo exilado o profeta não é
apenas um sujeito, mas a comunidade inteira interpelada a se ajudar mutuamente de
modo que possam retornar para a sua terra, aos seus costumes e se reconstituir
como povo: “O
Senhor me disse: 'Tu és o meu Servo, para
restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te
farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra”. Deus tem claro o que o povo
precisa e sabe como fazer para que isso se realize, mas não abre de fazer com o
seu povo uma parceria cuja finalidade é fazer sua ação chegar à terra inteira.
Paulo escreve
aos coríntios e lhes faz lembrar que Ele mesmo foi chamado a ser Apóstolo, mas
deixa claro que todos estão associados ao seu apostolado: “Paulo, chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo, por
vontade de Deus, escrevo para a Igreja de Deus
que está em corinto: aos que foram
santificados em Cristo Jesus, chamados a serem santos junto com todos que, em
qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e
nosso. Para vós, graça e paz, da
parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. A mensagem de Paulo serve
para os cristãos de todos os tempos e de todos os lugares cuja missão continua
hoje mais exigente: garantir para todos a paz da parte de Deus nosso Pai.
João apresenta Jesus Cristo como aquele
que tira o pecado do mundo. Não se trata das inúmeras pequenas faltas do
cotidiano ou acumuladas ao longo dos dias. Trata-se de do único e verdadeiro
pecado da escravidão assumida pela condição humana quando Adão e Eva se recusaram
a ouvir a voz de Deus. O pecado é do
mundo e está no mundo inteiro enquanto este recusa a luz e a vida que Jesus
veio oferecer. Deus se propõe tirar este peso dos ombros de todos
garantindo-lhes o acesso a vida plena que é transmitida no dom do Espírito
Santo. Depois de afirmar que Jesus é o Cordeiro, João declara eu vi o Espírito
Santo descer sobre ele: “João viu Jesus aproximar-se dele e disse:
'Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: Depois de mim
vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. Eu
vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. Eu vi e dou testemunho: Este é o
Filho de Deus”.
A
Palavra de Deus deste domingo deixa absolutamente claro que a salvação de Deus
está destinada para toda a humanidade, e que por isso mesmo ninguém está
destinado ao fracasso, ou a caminhar no escuro rumo a um beco sem saída, pelo
contrário, é importante reconhecer Deus e sua mão em cada curva da estrada
apontando o caminho para um novo céu e uma nova terra. Ou seja, uma nova
realidade que pode ser melhor e mais solidamente construída com a colaboração e
participação de todos. Mesmo quando parece que caminhamos à beira do abismo e
que os obstáculos parecem intransponíveis é importante erguer os olhos e
perceber a presença amorosa de Deus reascendendo a esperança em nossos corações
e dando-nos a certeza de que juntos somos mais e caminhamos para um final de
feliz.
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