COMPLETAI EM MIM A OBRA COMEÇADA
O
Salmo que rezamos neste domingo é uma espécie de agradecimento pela ação de
Deus no mundo que se realiza na história e por meio das pessoas em todos os
tempos: “Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos
meus lábios! Eu
agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em
que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma. Ó Senhor, vossa bondade é para
sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada, esta obra que fizeram vossas
mãos”.
A obra começada por Deus não
é outra senão a comunidade daqueles que reconhecem Jesus como o seu enviado,
aqueles que Pedro, por sua palavra e ação desligou dos pecados e da fragilidade
do mundo para ligá-los ao Pai em Jesus Cristo a quem ele declara ser o Filho do
Deus Vivo.
A tarefa que Jesus confiou a
Pedro, como prêmio e responsabilidade por sua corajosa resposta, é o cerne da
missão da Igreja e de todos os que aceitam que Jesus é o enviado do Pai. Todos,
indistintamente, são chamados a dar testemunho de tudo o que acreditam sendo
capazes de adaptar os ensinamentos de Jesus aos desafios do mundo e de acolher
na comunidade todos os que também aguardam a manifestação do Filho de Deus.
Declarar que se aceita Jesus como
Messias implica fazer correto uso das chaves, para não correr o risco de perder
a confiança como aconteceu com o administrador infiel narrado pelo profeta
Isaias na primeira leitura: “Eu vou te destituir do posto que ocupas
e demitir-te do teu cargo”. Ter nas mãos as chaves
implica na capacidade de abrir as portas para acolher e cuidar garantindo com
solicitude, com amor e justiça o acesso de todos aos bens e serviços que Deus
disponibiliza para a humanidade.
Entregar-se confiantes nas
mãos de Deus e permitir que o espanto em relação ao mistério transformem as
nossas vidas num hino de amor a Deus libertador conforme afirma São Paulo na
carta aos romanos é o convite feito para todos: “Na verdade, tudo é dele, por ele, e para ele. A ele, a glória para sempre. Amém!”.
Em resumo, reconhecer quem é
Jesus implica compreender o significado que tem a nossa vida na relação com as
propostas do Reino e os valores que a pessoa de Jesus Cristo trouxe para a
humanidade. À medida que tivermos a coragem de Pedro, poderemos receber o mesmo
elogio dado a Pedro: “Feliz és tu, Simão,
filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai
que está no céu”.
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