quinta-feira, 20 de agosto de 2020

HOMILIA PARA O DIA 23 DE AGOSTO DE 2020 - 21º COMUM - ANO A

 

COMPLETAI EM MIM A OBRA COMEÇADA

O Salmo que rezamos neste domingo é uma espécie de agradecimento pela ação de Deus no mundo que se realiza na história e por meio das pessoas em todos os tempos: Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma. Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada, esta obra que fizeram vossas mãos”.

A obra começada por Deus não é outra senão a comunidade daqueles que reconhecem Jesus como o seu enviado, aqueles que Pedro, por sua palavra e ação desligou dos pecados e da fragilidade do mundo para ligá-los ao Pai em Jesus Cristo a quem ele declara ser o Filho do Deus Vivo.

A tarefa que Jesus confiou a Pedro, como prêmio e responsabilidade por sua corajosa resposta, é o cerne da missão da Igreja e de todos os que aceitam que Jesus é o enviado do Pai. Todos, indistintamente, são chamados a dar testemunho de tudo o que acreditam sendo capazes de adaptar os ensinamentos de Jesus aos desafios do mundo e de acolher na comunidade todos os que também aguardam a manifestação do Filho de Deus.

Declarar que se aceita Jesus como Messias implica fazer correto uso das chaves, para não correr o risco de perder a confiança como aconteceu com o administrador infiel narrado pelo profeta Isaias na primeira leitura: Eu vou te destituir do posto que ocupas
e demitir-te do teu cargo”.
Ter nas mãos as chaves implica na capacidade de abrir as portas para acolher e cuidar garantindo com solicitude, com amor e justiça o acesso de todos aos bens e serviços que Deus disponibiliza para a humanidade.

Entregar-se confiantes nas mãos de Deus e permitir que o espanto em relação ao mistério transformem as nossas vidas num hino de amor a Deus libertador conforme afirma São Paulo na carta aos romanos é o convite feito para todos: “Na verdade, tudo é dele, por ele, e para ele. A ele, a glória para sempre. Amém!”.

Em resumo, reconhecer quem é Jesus implica compreender o significado que tem a nossa vida na relação com as propostas do Reino e os valores que a pessoa de Jesus Cristo trouxe para a humanidade. À medida que tivermos a coragem de Pedro, poderemos receber o mesmo elogio dado a Pedro: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu”.

 

 

 

 

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