NA
CASA DO SENHOR HABITAREMOS
Nas nossas casas a
figura da mãe tem uma importância extraordinária e mesmo quando os filhos já
são crescidos e independentes, cultivam com a figura materna uma relação de
dependência e proximidade extraordinária. Não são poucas as mães que consideram
os filhos como se fossem sempre crianças e os tratam como quem precisa de
cuidado e atenção a vida inteira. Essa figura materna muitas vezes os profetas
usaram para definir a relação de Deus com a humanidade. Neste último domingo do
ano litúrgico, no qual enaltecemos Jesus Cristo como o Rei do Universo, mais uma
vez a Palavra de Deus o apresenta como alguém preocupado com as criaturas e com
o bem estar de cada uma delas. Nós rezamos o salmo da liturgia deste domingo
que frequentemente repetimos sem perceber a profundidade das palavras:
O Senhor é o pastor que me conduz;
não me falta coisa alguma.
2Pelos prados e campinas verdejantes *
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha, *
3e restaura as minhas forças.
5Preparais à minha frente uma mesa, *
bem à vista do inimigo,
e com óleo vós ungis minha cabeça; *
o meu cálice transborda.
6Felicidade e todo bem hóo de seguir-me *
por toda a minha vida;
e, na casa do Senhor, habitarei *
pelos tempos infinitos.
O Que significa isso se não a concretização das
palavras do profeta Ezequiel na primeira leitura: “Assim diz o Senhor Deus: Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta
deles. Como
o pastor toma conta do rebanho, de dia. Vou procurar a ovelha perdida,
reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, e vigiar a
ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito”. O que é isso se não uma preocupação materna!
O anúncio do profeta vai se concretizar plenamente na pessoa
de Jesus, aquele a quem São Paulo afirma para a comunidade de Corinto: “por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a
ressurreição dos mortos. Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus
pés. O
último inimigo a ser destruído é a morte”. O Cuidado materno de Deus com a humanidade é de tal
modo pleno que nem mesmo a morte terá poder sobre a fragilidade humana.
Obviamente que este
cuidado e preocupação que Deus nutre em
relação a humanidade precisa ser partilhado e compartilhado com todos. O
Evangelho é a continuação das recomendações de Jesus que ouvimos nos últimos
domingos. Para aqueles que querem encontrar Deus e participar do seu reino
pede-se uma única atitude: estar vigilante! E no caso de hoje estar vigilante
em relação às necessidades e situações das pessoas com quem convive. A cena do
Juízo final narrada de forma quase apoteótica poderá ser entendida não porque
as pessoas interpretarão os grandiosos sinais no céu, mas antes porque estarão
atentos aos sinais terrenos: Vinde benditos de meu Pai, Recebei como herança o Reino que
meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de
beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de
mim; eu estava na prisão e fostes me visitar. Em verdade eu vos digo, que todas
as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o
fizestes”.
Vamos rezar como irmãos a fim de que aconteça aquilo que
rezamos na oração final da missa: “Nós vos pedimos ó Deus, que, obedecendo na
terra os mandamentos de Cristo, possamos viver com Ele no céu”.
Que experimentemos o cuidado materno de Deus para conosco e
vigilantes também sejamos maternos cuidadores das pessoas em todas as suas
necessidades.
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