sexta-feira, 20 de novembro de 2020

HOMILIA PARA O DIA 22 DE NOVEMBRO DE 2020 - DOMINGO DE CRISTO REI - ANO A

 

NA CASA DO SENHOR HABITAREMOS

Nas nossas casas a figura da mãe tem uma importância extraordinária e mesmo quando os filhos já são crescidos e independentes, cultivam com a figura materna uma relação de dependência e proximidade extraordinária. Não são poucas as mães que consideram os filhos como se fossem sempre crianças e os tratam como quem precisa de cuidado e atenção a vida inteira. Essa figura materna muitas vezes os profetas usaram para definir a relação de Deus com a humanidade. Neste último domingo do ano litúrgico, no qual enaltecemos Jesus Cristo como o Rei do Universo, mais uma vez a Palavra de Deus o apresenta como alguém preocupado com as criaturas e com o bem estar de cada uma delas. Nós rezamos o salmo da liturgia deste domingo que frequentemente repetimos sem perceber a profundidade das palavras:

O Senhor é o pastor que me conduz;
não me falta coisa alguma.


2Pelos prados e campinas verdejantes *
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha, *
3e restaura as minhas forças.

5Preparais à minha frente uma mesa, *
bem à vista do inimigo,
e com óleo vós ungis minha cabeça; *
o meu cálice transborda.

6Felicidade e todo bem hóo de seguir-me *
por toda a minha vida;
e, na casa do Senhor, habitarei *
pelos tempos infinitos.

O Que significa isso se não a concretização das palavras do profeta Ezequiel na primeira leitura: “Assim diz o Senhor Deus: Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta deles. Como o pastor toma conta do rebanho, de dia. Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, e vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito”.  O que é isso se não uma preocupação materna!

O anúncio do profeta vai se concretizar plenamente na pessoa de Jesus, aquele a quem São Paulo afirma para a comunidade de Corinto: “por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte”. O Cuidado  materno de Deus com a humanidade é de tal modo pleno que nem mesmo a morte terá poder sobre a fragilidade humana.

Obviamente que  este cuidado e  preocupação que Deus nutre em relação a humanidade precisa ser partilhado e compartilhado com todos. O Evangelho é a continuação das recomendações de Jesus que ouvimos nos últimos domingos. Para aqueles que querem encontrar Deus e participar do seu reino pede-se uma única atitude: estar vigilante! E no caso de hoje estar vigilante em relação às necessidades e situações das pessoas com quem convive. A cena do Juízo final narrada de forma quase apoteótica poderá ser entendida não porque as pessoas interpretarão os grandiosos sinais no céu, mas antes porque estarão atentos aos sinais terrenos: Vinde benditos de meu Pai, Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar. Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes”.

Vamos rezar como irmãos a fim de que aconteça aquilo que rezamos na oração final da missa: “Nós vos pedimos ó Deus, que, obedecendo na terra os mandamentos de Cristo, possamos viver com Ele no céu”.

Que experimentemos o cuidado materno de Deus para conosco e vigilantes também sejamos maternos cuidadores das pessoas em todas as suas necessidades.

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