VIGILÂNCIA
E PRUDÊNCIA NA ESPERA DO SENHOR QUE VEM
Dentre os quadros mais apreciados e
páginas mais acessadas na internet e nos aplicativos móveis um deles é o que diz
respeito a previsão do tempo, a expectativa em relação a chuva, temperatura e o
clima em geral. Preocupar-se com as condições de balneabilidade das praias,
ressacas e marés é uma constante nestes dias que antecedem a temporada de
verão. A mesma vigilância as autoridades sanitárias continuam reforçando sobre
os cuidados para evitar uma segunda onda de contágio da COVID 19. Se fosse
possível resumir as preocupações destes dias talvez se possa fazê-lo em duas
palavras: Vigilância e prudência!
É sobre essas duas palavras que tratam
as leituras deste domingo. O que é fundamental para que as pessoas reconheçam a
presença de Deus e tudo o que ele oferece é a vigilância e a prudência. Deus
abre generosamente as ‘comportas do céu.’ Para receber e reconhecer todos os
dons basta que as pessoas tenham seus corações abertos e sejam generosos na
medida que Deus dispensa a sua generosidade.
O livro da Sabedoria revela numa
linguagem emocionante a verdadeira expectativa que deve guiar as pessoas: “Meditar sobre a sabedoria é a perfeição da prudência; e quem ficar acordado por causa dela em breve há de viver despreocupado.
Pois ela mesma sai à procura dos que a merecem, cheia de bondade, aparece-lhes nas estradas e vai ao seu encontro em
todos os seus projetos”.
E São Paulo convida aos tessalonicenses
a se preocupar com uma única coisa: “Irmãos, não queremos deixar-vos na
incerteza a respeito dos mortos, para que não
fiqueis tristes como os outros, que não têm esperança. Se Jesus morreu e ressuscitou - e esta é nossa fé - de modo semelhante Deus trará de volta, com Cristo, os que através dele
entraram no sono da morte. Exortai-vos,
pois, uns aos outros, com estas
palavras”. São Paulo reacende a
esperança da comunidade de tessalônica garantindo-lhes que apesar de todas as
provações, todos os sofrimentos, toda a dor que a criatura humana está sujeita
a vida é uma caminhada tranquila e confiante e cuja culminância será um
desabrochar pleno onde todas as criaturas experimentaram uma nova realidade.
A história das virgens do Evangelho, não é outra coisa senão
um convite para evitar as tensões e preocupações da última hora. Na mesma
proporção que as primeiras comunidades cristãs também na atualidade
experimentamos altos e baixos, momentos de entusiasmo, de compromisso, de
alegria, de esperança, com momentos de pouco empenho, de certa preguiça, de
falta de entusiasmo que facilmente nos levam a se preocupar com coisas pouco
importantes, deixando de lado outras mais urgentes e exigentes. A vigilância
que as virgens imprudentes não cultivaram é o que se pede de cada pessoa nos
dias de hoje a festa que poderá acontecer no encontro definitivo com o Senhor
dependerá da nossa vigilância e da nossa prudência que nos farão construtores
do Reino de Deus a cada dia desta existência terrena. Deixar que as lamparinas
se apaguem por falta do azeite da esperança e do cuidado é um risco que todos
correm quando todas as coisas parecem já estar no patamar de segurança.
Deus continua vindo ao encontro do mundo, como o noivo ao
encontro da esposa, que ele não nos encontre despreparados e alheios às
preocupações do cotidiano, como quem nada tem a ver com o mundo presente.
Dentre as preocupações da atualidade o Papa Francisco tem apresentado sua
angústia em relação a uma economia diferente, que faça viver e não
matar, incluir e não excluir, humanizar e não desumanizar, cuidar da Criação e
não a depredá-la. É neste sentido que o Papa Francisco propôs a realização de
um encontro mundial para repensar a economia. Um evento que nos ajude a estar
juntos e nos conhecer, e que nos leve a fazer um ‘pacto’ para mudar a atual
economia e dar uma alma à economia do amanhã.
O momento exige estar
com as lâmpadas acesas e não se acomodar com aquilo que já se sabe sobre o
assunto, ou com as informações que a imprensa apresenta quase sempre
tendenciosas e de acordo com interesses de uns ou de outros.
Rezar numa única voz no dia do Senhor é um clamor que se
eleva ao Pai pela comunhão entre todos como se reza no salmo: “Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A Minh
‘alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água!
”
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