sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

HOMILIA PARA O DIA 13 DE FEVEREIRO DE 2022 - 6º COMUM - ANO C

 

FELICIDADE UM PROJETO A SER CONSTRUÍDO TODO DIA

Dentre os desejos mais facilmente expressados e de muitas maneiras, um deles diz respeito a busca pela felicidade. As pessoas costumam investir todas as forças em qualquer proposta que lhes prometa a tal da felicidade. Mas, se tiver que responder em que consiste mesmo e como alcançar essa façanha nem sempre se é capazes de responder com serenidade e simplicidade. As três leituras desse domingo apontam um caminho para todos os que sonham com a plenitude de todas as realizações humanas.

E a primeira coisa que precisa ficar claro para todos é que em se tratando de realização plena a humanidade não pode prescindir de aceitar o protagonismo de Deus nesse projeto.

O profeta Isaias faz uma advertência a todos os que se acham autossuficientes, dispensando a ação de Deus. Em contrapartida valoriza aqueles que a Ele confiam seu caminho: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor; Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; é como a árvore plantada junto às águas”. Não se trata de desprezar a comunhão com as pessoas que nos são próximas, mas de reconhecer que: “Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar”.

A palavra do profeta nos faz perguntar: Em quem e em quais condições nós depositamos nossa segurança e esperança?

São Paulo volta a insistir na única certeza: “E se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor. Se é para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, nós somos - de todos os homens - os mais dignos de compaixão”

Paulo tem a convicção que a humanidade não é um bando de iludidos, que a existência terrena não é um vale de lágrimas sem sentido, mas que – pelo contrário, em Cristo todos caminhamos em direção da plena felicidade.

Lucas narra as bem-aventuranças e as maldições com base em duas realidades humanas. Os pobres são os desprotegidos, os explorados, os sem voz e nem vez, as vítimas da injustiça os privados dos seus direitos. Ele não pede que se conformem com essa situação, antes que coloquem a esperança naquele que pode lhes tirar dessa infâmia: “vosso é o Reino de Deus”.

A felicidade completa consiste em construir a sua vida à luz das propostas de Deus, Jesus sugere a vida na simplicidade, na honestidade, mesmo que isso pareça desgraça aos olhos desse mundo. E conclui o Evangelho com as quatro maldições: “Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação”. Ou seja, quem se julga dono de si e de todas as circunstâncias dessa vida, que tem um coração cheio de orgulho não consegue perceber a proposta que Deus lhe apresenta.

A nós cristãos do terceiro milênio a liturgia desse domingo faz alguns questionamentos: Em que medida a proposta de Jesus tem lugar na minha vida? O fato de acreditar na palavra de Jesus me leva a perceber como a minha vida tem outra direção além das passageiras benesses desse mundo? Temos coragem de testemunhar o Evangelho no meio desse mundo “dividido em continua discórdia”?



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