FELICIDADE
UM PROJETO A SER CONSTRUÍDO TODO DIA
Dentre os
desejos mais facilmente expressados e de muitas maneiras, um deles diz respeito
a busca pela felicidade. As pessoas costumam investir todas as forças em
qualquer proposta que lhes prometa a tal da felicidade. Mas, se tiver que
responder em que consiste mesmo e como alcançar essa façanha nem sempre se é
capazes de responder com serenidade e simplicidade. As três leituras desse
domingo apontam um caminho para todos os que sonham com a plenitude de todas as
realizações humanas.
E a
primeira coisa que precisa ficar claro para todos é que em se tratando de
realização plena a humanidade não pode prescindir de aceitar o protagonismo de
Deus nesse projeto.
O profeta
Isaias faz uma advertência a todos os que se acham autossuficientes,
dispensando a ação de Deus. Em contrapartida valoriza aqueles que a Ele confiam
seu caminho: “Maldito o homem que confia no homem e
faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do
Senhor; Bendito o homem que confia no Senhor,
cuja esperança é o Senhor; é como a
árvore plantada junto às águas”.
Não se trata de desprezar a comunhão com as pessoas que nos são próximas, mas
de reconhecer que: “Feliz é
todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar”.
A palavra do profeta nos faz
perguntar: Em quem e em quais condições nós depositamos nossa segurança e
esperança?
São Paulo volta a insistir na única
certeza: “E se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor. Se é para esta vida que pusemos a nossa esperança em
Cristo, nós somos - de todos os homens - os mais dignos de compaixão”
Paulo tem a convicção que a
humanidade não é um bando de iludidos, que a existência terrena não é um vale
de lágrimas sem sentido, mas que – pelo contrário, em Cristo todos caminhamos
em direção da plena felicidade.
Lucas
narra as bem-aventuranças e as maldições com base em duas realidades humanas.
Os pobres são os desprotegidos, os explorados, os sem voz e nem vez, as vítimas
da injustiça os privados dos seus direitos. Ele não pede que se conformem com
essa situação, antes que coloquem a esperança naquele que pode lhes tirar dessa
infâmia: “vosso é o Reino de Deus”.
A
felicidade completa consiste em construir a sua vida à luz das propostas de
Deus, Jesus sugere a vida na simplicidade, na honestidade, mesmo que isso
pareça desgraça aos olhos desse mundo. E conclui o Evangelho com as quatro
maldições: “Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa
consolação”. Ou seja, quem se julga dono de si
e de todas as circunstâncias dessa vida, que tem um coração cheio de orgulho
não consegue perceber a proposta que Deus lhe apresenta.
A nós cristãos do terceiro milênio a
liturgia desse domingo faz alguns questionamentos: Em que medida a proposta de
Jesus tem lugar na minha vida? O fato de acreditar na palavra de Jesus me leva
a perceber como a minha vida tem outra direção além das passageiras benesses
desse mundo? Temos coragem de testemunhar o Evangelho no meio desse mundo
“dividido em continua discórdia”?
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