NÃO
JULGUEM PARA NÃO SEREM JULGADOS
Frequentemente
ouvimos a expressão “quem tem telhado de
vidro não atira pedra em telhado alheio”. Bastante vezes usamos esse
provérbio para dar a entender as nossas próprias fragilidades. A Palavra de
Deus para esse domingo nos ajuda exatamente a perceber isso.
A primeira
leitura recorda três situações nas quais se pode reconhecer as próprias
limitações. Falando da peneira, do forno e do fruto conclui: “Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar: pois é no falar que o homem se revela”.
A intenção do autor é orientar as pessoas e suas atitudes para lhes poupar de
aborrecimentos e insucessos.
Na segunda
leitura São Paulo continua instruindo a comunidade sobre a ressurreição. Numa
leitura superficial parece não ter muita sintonia esse texto com a primeira
leitura e o Evangelho, entretanto, Paulo quer deixar claro que a plenitude da
vida tem a ver com a coerência com a qual a pessoa anunciou e vivenciou todas
as propostas de Jesus ao longo de sua vida. Não sem razão os documentos da
Igreja recordam que as tarefas do nosso cotidiano não são em nada menores do
que a esperança na vida eterna. Ou seja, não se pode desligar a esperança na
vida eterna das nossas atividades cotidianas
No evangelho
Jesus faz outras três comparações: Com o cego, o cisco, e a árvore. Nos três
casos deixa claro que quem regula a sua vida pelos critérios de Deus dá bons
frutos criando oportunidades e levando a todos os que o circundam alegria, fraternidade,
união, reconciliação. Quando, porém, uma pessoa tem em seu olho uma trave e por
ela julga os demais se compara a alguém cujo coração está cheio de orgulho,
autossuficiência e todos os outros vícios que dividem em lugar de fazer crescer.
Ou seja, fazem muralhas em lugar de construir pontes.
O
evangelho ensina a distinguir o que é belo, bom e justo daquilo que é nocivo. Quando
agimos como pessoas iluminadas que nunca erramos e que temos respostas para
tudo e para todas as situações, que somos demais exigentes com os demais nos
comparamos a pessoas cujo telhado é de vidro e estamos sempre dispostos a
atirar pedras em telhado alheio.
O convite
do Evangelho desse domingo é para que a pessoa seja seu próprio juiz, daí sim
tem sentido o que cantamos no salmo:
O justo crescerá como a palmeira, *
florirá igual ao cedro que há no Líbano;
14na casa do Senhor estão plantados, *
nos átrios de meu Deus florescerão.
15Mesmo no tempo da velhice darão frutos, *
cheios de seiva e de folhas verdejantes;
16e dirão: 'É justo mesmo o Senhor Deus: *
meu Rochedo, não existe nele o mal!'
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