sexta-feira, 4 de março de 2022

HOMILIA PARA O DIA 06 DE MARÇO DE 2022 - 1º DOMINGO DA QUARESMA - ANO C

 O SENHOR É REÚGIO E PROTEÇÃO

 

Nesta semana entramos no tempo litúrgico da quaresma. São quarenta dias de provisoriedade, de preparação para algo extraordinário e muito melhor. A penitência, o jejum, a oração e a esmola como práticas sugeridas para esse tempo não devem ser vistas como sacrifícios separados da vitória de Cristo. Esses quarenta dias que nos separam da festa da páscoa são uma oportunidade para experimentar a compaixão com Cristo e com as pessoas. Trata-se de um tempo para repensar nosso estilo de vida e reconhecer as tentações que nos distanciam da vida digna que Deus quer nos doar.

 

O texto da primeira leitura deixa muito claro que se trata de reconhecer o único e verdadeiro Deus: “Dirás, então, na presença do Senhor teu Deus: 'Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro. Ali se tornou um povo grande, forte e numeroso”. E depois de uma série de provações e dificuldades, enfim reconhece: “o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço estendido, no meio de grande pavor, com sinais e prodígios”. Nada nem ninguém tem mais força e poder do que o único e verdadeiro Deus a quem se deve todas as conquistas e realizações humanas. Por isso nós rezamos no salmo: “Sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”.

Lucas narrando as tentações de Jesus tem como único objetivo mostrar como Jesus sempre se deixou conduzir pelo Espírito do Pai. Nenhuma das extraordinárias e espetaculares possibilidades de sucesso convencem Jesus de abandonar sua proximidade com o Pai e o Espírito Santo! Sua relação íntima com a proposta de Deus Pai não lhe faz um lutador solitário.

Em outros tempos o povo de Israel se deixou vencer pelas tentações do deserto exatamente porque se afastou do Espírito de Deus, agora Jesus mostra como é importante se deixar guiar por Ele como condição para vencer os tempos difíceis que atravessamos. O Evangelho e a quaresma nos apontam para atitudes de acolhida e compaixão com todos os caídos e aqueles que sofrem

A mensagem do Evangelho já foi sugerida por Paulo na carta aos Romanos: Se, pois, com tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Portanto, não importa a diferença entre judeu e grego; todos têm o mesmo Senhor, que é generoso para com todos os que o invocam”. Paulo deixa claro que todas as conquistas humanas não são méritos da própria pessoa, mas um dom gratuito de Deus que está ao alcance de todos.

A quaresma é a oportunidade para moldar nossa vida e percorrer nossa estrada por diferentes caminhos que não sejam pautados por nossas vontades, antes guiados por Deus como rezamos no salmo:

Quem habita ao abrigo do Altíssimo
e vive à sombra do Senhor onipotente,
diz ao Senhor: 'Sois meu refúgio e proteção,
sois o meu Deus, no qual confio inteiramente'.

 

Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo
e protegê-lo, pois, meu nome ele conhece.
Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo,
e a seu lado eu estarei em suas dores.


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