TODAS AS VEZES QUE O BUSQUEI, ELE ME
OUVIU!
A expressão fazer justiça com as
próprias mãos é abundantemente utilizada para justificar nossas atitudes e
daqueles que estão próximos de nós. Todos temos a convicção que essa prática
raramente se justifica, temos a consciência que é sempre melhor resolver as
questões do cotidiano servindo-se dos meios legais ou com o recurso da
conciliação.
Neste quarto domingo da quaresma a
liturgia nos faz compreender como Deus utiliza de todos os recursos para
colocar a criatura humana no caminho da reconciliação e da comunhão.
A ideia central da primeira leitura é
a celebração festiva da páscoa do povo livre e no começo da sua nova vida na
terra prometida: “ O
Senhor disse a Josué: 'Hoje tirei de cima de vós o opróbrio do Egito'. 10Os israelitas ficaram
acampados em Guilgal e celebraram a Páscoa no dia
catorze do mês” Esta celebração mostra como a
comunidade de Israel, que havia se rebelado contra Deus reconhece que foi sua
mão que os garantiu a terra onde corre leite e mel.
Também
a nós a quaresma é um convite para circuncidar o coração, reconciliar-se com as
pessoas e com Deus. É importante que nos perguntemos: O que eu preciso cortar
na minha vida para dar início a uma nova etapa? Quais são as circunstâncias que
impedem a mim e a minha comunidade de selar um sério compromisso com Deus?
Paulo
convida a comunidade de Corinto acolher a oferta de amor que Deus faz através de
Jesus Cristo, esta é a única forma de recuperar a condição de criaturas
renovadas, naturalmente isso exige reconciliação com as pessoas: “Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho
desapareceu. Tudo agora é novo. Somos, pois, embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo quem exorta
através de nós deixai-vos reconciliar”.
No Evangelho não poderia ficar mais
clara a máxima de “fazer justiça com as próprias mãos”. Os fariseus e doutores
da lei estavam com o julgamento e a condenação pronta para todos os publicanos
e pecadores e por extensão a Jesus que os acolhia, e fazia refeição com eles.
Jesus que compreendia as práticas
farisaicas não se perde em dar respostas que eles não iriam aceitar. Contando a
parábola do Pai Misericordioso Jesus desmonta toda a estrutura judaica de
exclusão das pessoas. Na figura do pai e dos dois filhos Jesus coloca todas as
categorias de pessoas sob os cuidados da misericórdia de Deus.
Um pai que perdoa, acolhe e reintegra
festejando a recuperação do que estava perdido. Um filho arrependido e nele uma
parcela da comunidade que foi irresponsável e perdeu muitas e boas
oportunidades para ser melhor. Um filho perfeito e autossuficiente que se julga
melhor do que tudo e mais justo do que o próprio pai.
Também para nós o Evangelho serve de
lição nas inúmeras vezes que assumimos a personagem de ambos os filhos. Nesta
quaresma somos convidados a reconhecer o amor de Deus e evitar toda forma de
julgamento e de justiça com as próprias mãos, antes, porém procurar a
conciliação a misericórdia e o perdão. Afinal é isso que rezamos no salmo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário