quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

HOMILIA PARA O DIA 20 DE FEVEREIRO DE 2022 - 7º COMUM - ANO C

 

O SENHOR É BONDOSO E COMPASSIVO

Uma das grandes preocupações dos pais diz respeito à maneira como os filhos se relacionam entre si e com seus companheiros de escola, de academia, e de outros ambientes que frequentam. As redes sociais costumam ser também objetos de preocupação por ser um “terreno minado” frequentemente pouco controlado e facilmente fonte de intolerância e desrespeito entre as pessoas.

A Palavra de Deus deste domingo vem na sequência do último domingo e nos convida a substituir a lógica do mundo pela proposta do Reino, isso significa: “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. A razão última para os gestos e atitudes de misericórdia nós encontramos a partir da convicção de que Deus é misericordioso e todos somos chamados a ser “misericordiosos como o Pai de Vocês é misericordioso”.  A partir de Deus não é justo que nós façamos outra medida para o perdão, senão a medida da gratuidade.

Na primeira leitura Samuel não tem interesse de contar uma história de vencedores e vencidos, mas ensina duas maneiras de lidar com a vida. Uma delas é considerar que a vida de alguma pessoa é mais importante e mais necessária que a do outro e que a eliminação daquele que a pessoa julga lhe ser um estorvo para os seus projetos é a única e principal preocupação. Nesse caso justifica o uso da força e da violência.

Ao contrário dessa atitude Davi mostra sua compaixão e seu coração que age do jeito de Deus, não simplesmente poupando a vida de Saul, seu perseguidor, mas fazendo perceber como as pessoas podem agir de acordo com o coração de Deus: O Senhor retribuirá a cada um conforme a sua justiça e a sua fidelidade. Pois ele te havia entregue hoje em meu poder, mas eu não quis estender a minha mão contra o ungido do Senhor”.

Na segunda leitura, Paulo continua orientando a comunidade sobre a ressurreição e garante a todos que a possibilidade de uma vida nova que nos foi garantida pela ressurreição de Jesus precisa ter a marca do amor vivido por Jesus. A partir de Jesus todos podemos estar seguros de uma vida plena que não é a simples continuidade entre o corpo terrestre e o corpo ressuscitado, mas se trata da continuação de um estilo de vida que tem como fundamento o jeito de ser do Homem Jesus, isto é, ser para o mundo o rosto misericordioso do Pai.

No Evangelho Jesus deixa mais do que claro que a condição para uma vida plena passa por gestos e atitudes sempre dispostas a perdoar, acolher e dar a mão indistintamente: “Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e os maus. Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso”.

E não precisamos muito esforço para perceber que agir de modo diferente dessa proposta de Jesus implica caminhar juntos para a ruína. Nos últimos cem anos o mundo viveu a tragédia das duas grandes guerras. Vivemos sob o medo constante de um holocausto nuclear, as ameaças e a falta de diálogo internacional e dentro das nossas comunidades continuam sendo um indicativo que o amor precisa estar antes de todas as demais atitudes.

A mensagem central do Evangelho desse domingo pode ser vista na frase: “O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles”.

Todos somos desafiados a inverter a lógica do mundo que Jesus já apresentou nas bem-aventuranças do último domingo.

Que a Oração, a Palavra e a Eucaristia nos leve a mergulhar nos horizontes de Deus conforme contamos no salmo.

 

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