ESSE
É MEU FILHO AMADO!
Não
são necessárias muitas explicações para justificar o interesse que os pais
manifestam para fazer com que os filhos se pareçam com eles. Recomendações de
toda ordem não faltam no sentido de estimular os filhos a se fazer reconhecer
como descendentes dos bons costumes e da boa fama que gozam os genitores. Isso
vale também para as instituições que fazem questão de imprimir nos seus
admiradores e adeptos atitudes que permitam identificar a passagem de uma
pessoa por essa ou aquela instituição, empresa e até partido político.
A
Palavra de Deus prevista para esse domingo também traz como pano de fundo a
confirmação da filiação divina de Jesus e a missão que o Pai lhe confiou. Essa
condição aparece interpretada desde as profecias antigas, que na primeira
leitura de hoje apresenta a figura de um servo: “E
agora diz-me o Senhor - ele que me preparou desde o nascimento para
ser seu Servo - que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a
ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória”.
E ainda completa com uma missão bem específica: “Não basta seres meu Servo, eu te farei luz das nações, para que
minha salvação chegue até aos confins da terra". As
palavras deixam absolutamente claro que este servo se identifica com aquele que
lhe enviou sendo um instrumento para fazer acontecer a sua vontade e missão.
Desde
muito cedo os cristãos entenderam que o Servo de quem falava Isaias era o
próprio Jesus nascido em Belém e descendente de Davi. Assim Paulo na carta que
ouvimos deixa claro que Jesus é o enviado do Pai, que nele é possível
reconhecer aquele que o enviou com todas as suas qualidades e
responsabilidades: “Paulo,
chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo, por vontade de Deus, aos
que foram chamados a ser santos junto com todos que, em
qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e
nosso. Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai”. Tal como Paulo nós somos chamados a dar o mesmo
testemunho de Jesus fazendo reconhecer que Ele é o próprio Deus que se entrega
para a salvação de todos.
No
Evangelho, João confirma aquilo que todos queriam ouvir: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu
disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia
antes de mim”. O discurso de João continua reafirmando a sua convicção
sobre a pessoa de Jesus que se fez obediente e igual ao Pai, e que nesta
condição assumiu as responsabilidades que lhe foram confiadas sendo capaz de
caminhar lado a lado com as pessoas experimentando suas fragilidades,
dificuldades e provações, cumpriu tudo o que lei previa e assim garantiu que
todas as criaturas fossem reconciliadas com o criador.
Concluindo a
sua fala sobre a pessoa de Jesus, João se serve de um recurso de linguagem muito
usado pelos sábios da época: “Também eu
não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: 'Aquele
sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o
Espírito Santo'. Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus".
A missão
desse enviado não acontecerá com prepotência e triunfalismo, antes, porém na
completa obediência ao Pai, tal como um servo já descrito pelo profeta Ele vai realizar
tudo o que precisa ser feito na suavidade e na simplicidade como rezamos no
salmo:
Eu disse: Eis que venho, Senhor,
com prazer faço a vossa vontade!
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