CULTIVAR A SOLIDARIEDADE E A COMUNHÃO
Nesta semana a Igreja no Brasil
inteiro celebrou a solenidade de Corpus Christi. Paralelo com a arte e a
criatividade na confecção dos tapetes foram inúmeras as iniciativas de
solidariedade e de partilha sugeridas para completar a adoração que fazemos a
Jesus presente na Eucaristia. Na mesma direção, são inúmeras as iniciativas de
diferentes religiões e instituições que promovem campanhas de partilha e corresponsabilidade.
A Palavra de Deus nos mostra como esses gestos fazem parte das características
e do jeito de ser de Deus!
A primeira leitura destaca a necessidade de
um dia dedicado ao Senhor, o qual é também um dia de cuidado para consigo
mesmo, com a obra criada e obviamente com todas as pessoas. Ao fazer a
recordação da condição em que viveram os antepassados o autor do livro deixa
claro que a mão de Deus sempre os acompanhou: “Lembra-te de que foste escravo
no Egito e que de lá o Senhor teu Deus te fez sair com mão forte e braço
estendido. É por isso que o Senhor teu Deus te mandou guardar o sábado”.
A solidariedade, a partilha e o
comprometimento com os sofrimentos das pessoas é o remédio capaz de curar todas
as formas de humilhação e exclusão. No Evangelho Jesus desmistifica o rigorismo
da lei de Moisés aplicada pelas autoridades do seu tempo e confirma a supremacia
da pessoa diante da lei, das necessidades e sofrimentos. Ele justifica a
colheita de espigas para matar a fome e cura o homem que estava sendo humilhado
pela exclusão mais do que pela doença: “E perguntou-lhes: 'É permitido no
sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?' Mas
eles nada disseram. Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza,
porque eram duros de coração; e disse ao homem: 'Estende a mão'. Ele a estendeu
e a mão ficou curada”.
Apesar das inúmeras oportunidades de
acolhimento, partilha e solidariedade sempre estamos sujeitos a nos fechar em
nossas verdades, nossos costumes e sobretudo na mania de perfeição e sobre isso nos recorda São Paulo: “Somos
afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os
maiores apuros, mas sem perder a esperança; perseguidos, mas não desamparados;
derrubados, mas não aniquilados; por toda parte e sempre levamos em nós mesmos
os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja
manifestada em nossos corpos”.
Então,
celebremos cada dia como uma boa oportunidade para fazer o bem: adorar a Deus
participando das celebrações, descansar e fortalecer os laços de amizade e
família. Lembremos que o centro da obra de Deus é o ser humano, criado à Sua
imagem e semelhança. Por isso, Jesus disse ao homem da mão seca: “Venha para o
meio” (Mc 3,3) e o curou. Jesus está a serviço da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário