ENRAIZADOS
NO AMOR DE DEUS
A
última oração da missa deste domingo pede que tenhamos a graça de viver “enraizados no amor de Deus”. Essa
expressão não necessitada de explicações, mas ela pode ser alargada com
diversos outros adjetivos: sustentados, firmados, ancorados, fixados,
estruturados, conectados. Pois é este o testemunho que nos dão Pedro e Paulo e
mais uma lista infinita de pessoas que viveram a experiência da amizade com
Deus e os irmãos ao longo da sua vida terrena.
Na Segunda
leitura Paulo descreve o seu sofrimento e a convicção do dever cumprido e da
recompensa que receberá por sua fidelidade e coragem. Ao mesmo tempo o Apóstolo
tem a convicção que os seus méritos são extensivos a todos os que imitarem seus
exemplos: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei
a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo
juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam
com amor a sua manifestação gloriosa”.
Por sua vez o texto dos Atos dos Apóstolos, apresenta as
provações iniciais experimentadas pela Igreja nascente e personificada nas
pessoas de Pedro e Paulo. Não ter medo das dificuldades que a vida e o contexto
em que se vive nos proporciona é uma maneira de experimentar também o amor e o
cuidado de Deus: “Agora
sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar” Rezemos também
nós confiantes que Deus não se cansa de estender sua mão quando as correntes do
medo e da intolerância nos aprisionam e dificultam a tarefa de testemunhar o
Evangelho. Não tenhamos medo: “De todos os temores nos livrou o Senhor Deus”!
O Evangelho pode ser lido sob dois aspectos. O primeiro é
ter a coragem de responder sem rodeios quem é Jesus Cristo para nós. Essa
reposta, como disse o Papa João Paulo II, na sua primeira visita ao Brasil em
1980: “A resposta a essa pergunta já
mudou a vida de muita gente e pode mudar também a sua! ”. O segundo aspecto
é não ter medo: “Jesus lhe disse: "Feliz és tu, Simão, filho de
Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está
no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a
minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves
do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o
que tu desligares na terra será desligado nos céus".
Neste
contexto homens e mulheres viveram a experiência de fidelidade a Jesus Cristo
ao longo do tempo. Pedro e Paulo são reconhecidos como colunas que sustentam a
Igreja na sua longa e difícil travessia pelas estradas da vida. Os Papas são
sinais visíveis da unidade e da comunhão da Igreja. Francisco como um Papa que veio
do fim do mundo nos desafia a renovar a Igreja construindo pontes de comunhão e
estradas de sinodalidade: “Sonho com uma Igreja missionária capaz de
transformar tudo, para que os costumes da Igreja, os modos de fazer as coisas,
os tempos e horários, a linguagem e as estruturas sejam evangelizadoras do
mundo de hoje. Que a Igreja seja um lugar onde todos possam estar sentados na
Ceia do Cordeiro e viver a comunhão com Ele. Abandonemos as polêmicas para
ouvirmos o que o Espírito diz a Igreja, mantenhamos a comunhão”. E noutra
declaração “Precisamos construir uma Igreja onde caibam todos”
Ouçamos o
que o Espírito diz para a Igreja e aprendamos e rezemos pelo Papa abraçando as
inciativas de inclusão já iniciadas por São Paulo: “Fiz-me tudo para com todos a fim de ganhar alguns a qualquer custo”
(1Cor 9,22).
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