terça-feira, 25 de junho de 2024

HOMILIA PARA O DIA 30 DE JUNHO DE 2024 - SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO - ANO B

 

ENRAIZADOS NO AMOR DE DEUS

A última oração da missa deste domingo pede que tenhamos a graça de viver “enraizados no amor de Deus”. Essa expressão não necessitada de explicações, mas ela pode ser alargada com diversos outros adjetivos: sustentados, firmados, ancorados, fixados, estruturados, conectados. Pois é este o testemunho que nos dão Pedro e Paulo e mais uma lista infinita de pessoas que viveram a experiência da amizade com Deus e os irmãos ao longo da sua vida terrena.

Na Segunda leitura Paulo descreve o seu sofrimento e a convicção do dever cumprido e da recompensa que receberá por sua fidelidade e coragem. Ao mesmo tempo o Apóstolo tem a convicção que os seus méritos são extensivos a todos os que imitarem seus exemplos: Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa”.

Por sua vez o texto dos Atos dos Apóstolos, apresenta as provações iniciais experimentadas pela Igreja nascente e personificada nas pessoas de Pedro e Paulo. Não ter medo das dificuldades que a vida e o contexto em que se vive nos proporciona é uma maneira de experimentar também o amor e o cuidado de Deus: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar” Rezemos também nós confiantes que Deus não se cansa de estender sua mão quando as correntes do medo e da intolerância nos aprisionam e dificultam a tarefa de testemunhar o Evangelho. Não tenhamos medo: “De todos os temores nos livrou o Senhor Deus”!

O Evangelho pode ser lido sob dois aspectos. O primeiro é ter a coragem de responder sem rodeios quem é Jesus Cristo para nós. Essa reposta, como disse o Papa João Paulo II, na sua primeira visita ao Brasil em 1980: “A resposta a essa pergunta já mudou a vida de muita gente e pode mudar também a sua! ”. O segundo aspecto é não ter medo: Jesus lhe disse: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus".

Neste contexto homens e mulheres viveram a experiência de fidelidade a Jesus Cristo ao longo do tempo. Pedro e Paulo são reconhecidos como colunas que sustentam a Igreja na sua longa e difícil travessia pelas estradas da vida. Os Papas são sinais visíveis da unidade e da comunhão da Igreja. Francisco como um Papa que veio do fim do mundo nos desafia a renovar a Igreja construindo pontes de comunhão e estradas de sinodalidade: “Sonho com uma Igreja missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes da Igreja, os modos de fazer as coisas, os tempos e horários, a linguagem e as estruturas sejam evangelizadoras do mundo de hoje. Que a Igreja seja um lugar onde todos possam estar sentados na Ceia do Cordeiro e viver a comunhão com Ele. Abandonemos as polêmicas para ouvirmos o que o Espírito diz a Igreja, mantenhamos a comunhão”. E noutra declaração “Precisamos construir uma Igreja onde caibam todos”

Ouçamos o que o Espírito diz para a Igreja e aprendamos e rezemos pelo Papa abraçando as inciativas de inclusão já iniciadas por São Paulo: “Fiz-me tudo para com todos a fim de ganhar alguns a qualquer custo” (1Cor 9,22).

 

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