FILHOS
DO MESMO PAI!
Independente
das narrativas e das crenças em relação a origem da vida humana, mesmo aqueles
que não creem admitem que todos temos uma origem comum. Nós cristãos
acreditamos que nossa origem em comum está nas mãos de Deus, criador e fonte de
toda vida. As três leituras deste domingo nos apresentam mais do que
ensinamentos sobre a origem da criatura humana sobre o relacionamento e o
respeito que lhe são devidos.
A razão
fundamental do existir humano reside na construção da felicidade e do respeito
mútuo entre as criaturas e para que isso aconteça é indispensável a comunhão
plena de vida. Este relato aparece primeiro no texto do livro do Gênesis: Deus
colocou homem e a mulher para serem auxílio um para o outro, par se completarem
e para buscar a realização não apenas individualmente, mas somando forças. E
isso só acontece na medida em que ambos são capazes de amar sem medida! Em
resumo, a primeira leitura deixa claro que a pessoa foi criada para construir
relação de amizade e sinodalidade. Isto significa, caminhar juntos e construir
juntos sua vida e sua história.
Porém,
a medida que as pessoas deixaram de compreender a dimensão do amor e cooperação
necessária para a construção de uma comunidade capaz de partilhar e ser
solidária foi necessário estabelecer, regras, leis, normas, prescrições e assim
por diante.
No
Evangelho mais uma vez os fariseus aparecem num diálogo com Jesus, não porque
lhes interessa esclarecer a lei de Moisés, como sempre, a intenção deles é
colocar Jesus a prova. E de novo Jesus lhes deixa sem resposta. Em lugar de
fazer longo discurso sobre a lei, Jesus afirma a intenção primeira do criador:
No princípio não era assim! As regras e normas são resultado da incapacidade de
compreender o projeto de Deus para a humanidade. Na visão do criador o amor não
tem um prazo, pelo contrário, traz em si marca da eternidade!
Não é difícil
compreender porque na sociedade contemporânea experimentamos tantos sofrimentos
e tristeza. A relação entre as pessoas está banalizada. O casamento é apenas um
gesto pró-forma em lugar de se fundamentar no respeito de um pelo outro se
sustenta nas regras e imposições da sociedade.
Jesus
conclui a orientação sobre o respeito entre as pessoas acolhendo e abraçando uma
criança e convidando todos a se comportar como tal, ou seja, com a inocência
das crianças e o respeito pela fragilidade alheia.
A carta
aos Hebreus reafirma a intenção de Deus que se resume em amar sem medida a tal
ponto que enviou seu próprio filho para fazer o bem a todos. O Filho de Deus se
fez solidário e companheiro aceitando morrer na cruz para deixar claro que o
amor implica em doar a vida até as últimas consequências.
Que a
Palavra de Deus, a Eucaristia e a oração nos ensinem a escolher o jeito de ser
de Jesus e não o jeito de Adão. Que com Jesus aprendamos o caminho da comunhão e
da sinodalidade.
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