quarta-feira, 2 de outubro de 2024

HOMILIA PARA O DIA 06 DE OUTUBRO DE 2024 - 27º DOMINGO COMUM - ANO B

 

FILHOS DO MESMO PAI!

Independente das narrativas e das crenças em relação a origem da vida humana, mesmo aqueles que não creem admitem que todos temos uma origem comum. Nós cristãos acreditamos que nossa origem em comum está nas mãos de Deus, criador e fonte de toda vida. As três leituras deste domingo nos apresentam mais do que ensinamentos sobre a origem da criatura humana sobre o relacionamento e o respeito que lhe são devidos.

A razão fundamental do existir humano reside na construção da felicidade e do respeito mútuo entre as criaturas e para que isso aconteça é indispensável a comunhão plena de vida. Este relato aparece primeiro no texto do livro do Gênesis: Deus colocou homem e a mulher para serem auxílio um para o outro, par se completarem e para buscar a realização não apenas individualmente, mas somando forças. E isso só acontece na medida em que ambos são capazes de amar sem medida! Em resumo, a primeira leitura deixa claro que a pessoa foi criada para construir relação de amizade e sinodalidade. Isto significa, caminhar juntos e construir juntos sua vida e sua história.

Porém, a medida que as pessoas deixaram de compreender a dimensão do amor e cooperação necessária para a construção de uma comunidade capaz de partilhar e ser solidária foi necessário estabelecer, regras, leis, normas, prescrições e assim por diante.

No Evangelho mais uma vez os fariseus aparecem num diálogo com Jesus, não porque lhes interessa esclarecer a lei de Moisés, como sempre, a intenção deles é colocar Jesus a prova. E de novo Jesus lhes deixa sem resposta. Em lugar de fazer longo discurso sobre a lei, Jesus afirma a intenção primeira do criador: No princípio não era assim! As regras e normas são resultado da incapacidade de compreender o projeto de Deus para a humanidade. Na visão do criador o amor não tem um prazo, pelo contrário, traz em si marca da eternidade!

Não é difícil compreender porque na sociedade contemporânea experimentamos tantos sofrimentos e tristeza. A relação entre as pessoas está banalizada. O casamento é apenas um gesto pró-forma em lugar de se fundamentar no respeito de um pelo outro se sustenta nas regras e imposições da sociedade.

Jesus conclui a orientação sobre o respeito entre as pessoas acolhendo e abraçando uma criança e convidando todos a se comportar como tal, ou seja, com a inocência das crianças e o respeito pela fragilidade alheia.

A carta aos Hebreus reafirma a intenção de Deus que se resume em amar sem medida a tal ponto que enviou seu próprio filho para fazer o bem a todos. O Filho de Deus se fez solidário e companheiro aceitando morrer na cruz para deixar claro que o amor implica em doar a vida até as últimas consequências.

Que a Palavra de Deus, a Eucaristia e a oração nos ensinem a escolher o jeito de ser de Jesus e não o jeito de Adão. Que com Jesus aprendamos o caminho da comunhão e da sinodalidade.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário