sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

HOMILIA PARA A NOITE DO NATAL 2011



NATAL DO SENHOR – MISSA DA NOITE

Leitura: Isaias 9, 1-6; Salmo 95 (96), 1-2ª.2b-3.11-12.13 (R/. Lucas 2,11;
Tito 2,11-14; Lucas 2,1-14.

Uma das coisas bonitas que se cultiva nas famílias e na sociedade em geral é capacidade de gastar o seu tempo em rodas de conversa. Contando causos e anedotas. E neste particular algumas pessoas tem facilidade para narrar fatos, que muitas vezes se distanciam anos do momento presente, entretanto, a maneira como são contados tem uma atualidade impressionante que parecem ter acontecido no dia ontem. E nestes casos a narrativa deixa de ser histórica para fazer parte do cotidiano e da vida dos interlocutores.
É esta maneira que poder ser lida e compreendida a liturgia da palavra na celebração desta noite do natal: “Hoje, nasceu o salvador do mundo!”. Proclamar e acreditar nesta verdade é muito mais do que comemorar o aniversário de Jesus.  Compreender que Ele se fez humano e experimentar o que o Apóstolo Tito escreveu na segunda leitura: “A graça de Deus se manifestou trazendo a salvação para todos”.
De fato a narrativa do profeta Isaias faz recordar um tempo de muita dor e sofrimento e indica que a chegada do Messias põe fim a tudo isso. As palavras do profeta são fortes e firmes: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz. Deus nos mandou um menino”.
Tal profecia se concretiza e Lucas conta com uma riqueza de detalhes que nenhum outro evangelho faz. Lucas situa o tempo, o lugar e as condições. O texto é exaustivo no uso do presente: “Hoje mesmo” escreve Lucas, “Nasceu o Salvador de Vocês”.
Com uma tão extraordinária noticia não poderia haver maior alegria do que reconhecer que Deus verdadeiramente ama aqueles que foram criados à sua Imagem e semelhança, em decorrência disso uma multidão se junta à voz dos anjos, como a Igreja também faz hoje:
“Glória a Deus nas alturas”.

sábado, 17 de dezembro de 2011

HOMILIA PARA O DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2011


HOMILIA PARA O 4° DOMINGO DO ADVENTO

Leituras:  1ª Leitura – 2 Samuel 7,1-5.8b-12.14a.16; Salmo -  88,2-3.4-5.27.29 (R.2a);
2ª Leitura - Romanos 16,25-27; Evangelho - Lucas 1,26-38.

É bastante comum que se  vejam construções enormes, bonitas. Diante disso surge a pergunta: como isso foi possível?  Qual será a base que sustenta tudo isso? E Assim por diante. É claro que a pessoa que construiu, antes de tudo analisou o terreno, verificou  a solidez, preparou os fundamentos, certificou-se que a construção teria segurança e serviria para aquilo que foi planejado.
Ora, esta foi a atitude de Deus em relação ao projeto de construção do seu reino. Não obstante a fragilidade da raça escolhida, a quem chamamos povo da primeira aliança, Deus foi trabalhando ao longo do tempo para garantir que sua intenção fosse realizada com êxito e alcançasse o objetivo a que se propunha.
Neste sentido é que a Igreja celebra o Advento e a preparação para o Natal do Senhor, atualizando a história da salvação e tudo o que Deus fez ao longo do tempo. A liturgia que  prepara o natal ajuda a compreender as bases sólidas que Deus vai colocando para fazer acontecer o nascimento de Jesus.
Neste quarto domingo do avento, se lê o texto do segundo livro de Samuel. O texto relata a preocupação do Rei Davi e a intenção de empreender a construção de uma casa para Deus morar no meio do povo. Entretanto, os planos de Deus são outros e o texto se concluí com a afirmação que a Verdadeira morada de Deus é o ser humano e neste caso o próprio Filho que começa a ser anunciado já no tempo de Davi. Tudo o que o Rei pode fazer ser resume em ser sólido fundamento para que o Verdadeiro Reinado seja conhecido. O texto termina assim:  Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre”.
O que foi dito aí, São Paulo confirma na carta aos Romanos, quando ele diz: Glória seja dada àquele que tem o poder de vos confirmar na fidelidade ao meu evangelho e à pregação de Jesus Cristo. Agora este mistério foi manifestado”. Ou seja, na pessoa de Jesus Cristo, o Pai se mostrou conhecido e fez perceber a solidez de sua obra.
E isto aparece mais claramente no longo texto do evangelho que narra o anuncio do Anjo a Maria. A mãe de Jesus não é a edificação, a Mãe de Jesus não é o Reino de Deus. Mas o Filho que nela foi gerado, esse sim “Será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó,
e o seu reino não terá fim”.
Em outras palavras Maria, em hipótese alguma ocupa o lugar de Jesus, mas Deus quis servir-se dela para consumar sua obra. Maria, pode-se dizer, se constitui nos fundamentos da construção, não é importante ver o que está debaixo da obra construída, é importante reconhecer que a obra existe, é sólida, realiza aquilo para cujo objeito foi planejada.
Neste caso, o Reinado  é de Deus, a construção é o Filho Jesus e Maria é a figura humana que melhor expressa o que significa colaborar com Deus na construção de um novo tempo e de um novo mundo.
É isso que se celebra no advento. Deus construindo seu reino, a humanidade na expectativa e colaborando cada um a seu modo. Por isso também a Igreja convida a todos para rezar como se faz no salmo deste domingo: Ao Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!”.