QUEM
AMA SE COMPROMETE COM A PESSOA AMADA
Uma
das exigências contemporâneas consiste em superar a indiferença e cuidar do
próximo. Tanto a primeira leitura quanto o evangelho apresentam uma maneira de
prestar atenção e de cuidar das pessoas.
Realizando qualquer tipo de consulta à
população em geral, ou acompanhando os noticiários de rádio e TV, não é difícil
perceber como as pessoas tem necessidade de ajuda e de solidariedade diante das
dificuldades e provações que experimentam a cada dia.
As pessoas necessitam de perdão, de
acolhida, de amparo de uma palavra amiga. Em resumo precisam ser amadas e
reconhecidas.
As três leituras e o salmo desse domingo
são uma resposta para essa necessidade: “Não
feche hoje o seu coração, antes esteja aberto para a voz do Senhor”. É
claro que a voz de Deus não vem do nada, ou do vento. A voz do Senhor poderá
ser reconhecida naquele que pede e naquele que se dispõe falar e ouvir.
A
figura descrita na primeira leitura não se trata de uma pessoa que está
vigiando a vida alheia. Pelo contrário, o profeta, faz uma analogia com a
responsabilidade das forças de segurança numa cidade cuja finalidade é perceber
e cuidar para que nada ali aconteça em dissonância com os projetos de Deus e
com o aviltamento da dignidade das pessoas. Ou seja, diante do sofrimento e das
ameaças contra a vida aquele que ama não pode ficar indiferente.
A prática da correção e a orientação em
vista de uma vida melhor e mais santa tem por finalidade trazer de volta
aqueles que por qualquer motivo estão longe dos caminhos do Senhor. Não se
trata de julgamentos para a condenação, mas de acolhida e carinho de modo que
ninguém fique excluído ou se perca por falta de cuidado.
São Paulo proclama na liturgia deste
domingo dizendo: “O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei”. Esta afirmação é a consequência dos mandamentos dos
quais ele faz uma releitura ao longo do texto.
A orientação dada por Paulo é o
cumprimento das Palavras que foram ditas por Jesus: “Onde dois ou três vivem em comunhão, Deus aí está”.
De modo que a grande e primeira lição da
Palavra de Deus neste domingo consiste em viver a comunhão e a fraternidade.
Neste sentido um momento importante e
indispensável para todos os que querem provar o sabor do evangelho, reside no
encontro de oração que a Igreja convida a cada domingo e que esta assembleia
proporciona.
Reunidos na oração e na escuta os
cristãos também participam da Eucaristia e partilham a palavra e a oração de
tal modo que se realiza o que é rezado no Salmo: “Vinde Adoremos o Deus que nos criou. Ele é nosso Deus, nosso Pastor e
nós somos o seu povo e seu rebanho”.
Na
mesma direção Jesus insiste no Evangelho na missão que todos temos para estabelecer
um diálogo fraterno e acolhedor que não condene o pecador, mas que facilite sua
reinserção na sociedade por meio do amor misericordioso e compassivo. É nisto
que se resumem todos os mandamentos e que São Paulo afirma ser a única dívida
realmente importante e que devemos tratar de saldá-la sem demora: “Não fiqueis
devendo nada a ninguém, a não ser o amor
mútuo, - pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei”.
Peçamos
a graça de transformar nossas famílias, nossas comunidades, e todas as nossas
relações em oportunidades para que se possam ver as marcas do amor. De tal modo
que todos proclamem: “Vejam como eles se
amam”.
Reunidos
nesta assembleia santa somos alimentados pela Palavra, pela Eucaristia e pela
Oração comunitária e solidária. Juntos vamos construindo um lugar onde as pessoas
seguem Jesus Cristo superam seus erros e fraquezas ganhando sempre mais irmãos
ao longo do caminho e de cada circunstância. Então sim podemos cantar de novo:
Vinde,
exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o Rochedo que nos salva!
Ao seu encontro caminhemos com louvores,
e com cantos de alegria o celebremos.