MOSTRAI-ME Ó SENHOR VOSSOS CAMINHOS
Dentre
as muitas falas atribuídas a São Francisco de Assis, uma delas diz assim: “Pregue o Evangelho todo o tempo, se
necessário use palavras”. O Papa Francisco numa de suas falas faz uma
advertência aos cristãos “Iludidos pela
mundanidade espiritual que rezam como papagaios, sem qualquer entusiasmo pelo
Evangelho”.
Essa
mesma crítica fez o profeta Ezequiel no texto que ouvimos na primeira leitura
fazendo um convite aos seus conterrâneos todos são desafiados a viver com
coerência a aliança que fizeram com Javé. Tal como os israelitas também nós somos
convidados a um compromisso sério e sem rodeios. Quando se trata de viver na
perspectiva do Reino não servem meias palavras.
Paulo
escreve aos cristãos da cidade de Filipos sugerindo seguir o exemplo de Cristo:
“Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez
do ser igual a Deus uma usurpação, mas esvaziou-se a si mesmo”. Cristo tendo aceitado se fazer
igual a todos deixou para o mundo a maior lição de amor. A recomendação de
Paulo também serve para nós, trata-se de praticar a solidariedade e a comunhão
não somente com palavras bonitas. Paulo conclui seu texto com a comparação
entre Adão e Jesus o primeiro foi desobediente o segundo obediente. O resultado
de um de outro não permite meias palavras.
No
Evangelho Jesus apresenta mais um exemplo de coerência e de falta de coerência.
Com a parábola dos dois filhos Jesus deixa claro que não bastam palavras
bonitas e boas intenções. Mais do que responder com prontidão trata-se de
cumprir o que se promete. O texto vem na continuação do último domingo, dizer
sim implica em não se fazer indiferente quando se trata de colocar em prática
aquilo que se acredita. Falando aos entendidos em leis e conhecedores da
escritura e dos profetas Jesus garante que muitos dos que disseram não e se
arrependeram são mais merecedores do que os que se julgam bons e perfeitos mas
fazem somente com palavras bonitas e não entenderam nada da dinâmica do Reino.
A
lição que Jesus dá aos fariseus se aplica a cada de nós que muitas vezes dissemos
sim e agimos como quem disse não, outras vezes dizemos não e voltamos atrás agindo
com lealdade superando a indiferença indo além de declarações teóricas e de boas
intenções. O Verdadeiro cristão não é aquele que passa uma boa impressão, que
finge respeitar as regras e tem um comportamento de fachada. O verdadeiro
discípulo de Jesus e que faz como o Mestre é aquele que cumpre a vontade do
Pai. Em resumo, ninguém está dispensado de colaborar na construção de uma
sociedade mais fraterna, inclusiva e humana. Não serve, no dizer do Papa
Francisco Cristãos papagaios. É mais importante e necessário o que diz
Francisco de Assis: Prega o Evangelho sempre, se necessário use palavras.