sexta-feira, 14 de maio de 2010

HOMILIA PARA O DOMINGO 16 DE MAIO 2010

DOMINGO DA ASCENSÃO DO SENHOR




Leituras: Atos dos apóstolos 1,1-11; Salmo Responsorial 46(47);
Efésios 1,17-23; Lucas 24, 46-53.

A partida de alguém que amamos, por qualquer que seja o motivo é sempre marcado por situações de emoção. Pode ser de alegria ou de tristeza. Em ambos os casos nossa expectativa é de algum modo poder reencontrar. Dizemos até que não existe um adeus definitivo, mas apenas um até logo. Em dialeto friuliano, (do norte da Itália) se usa a expressão MANDI, (In mani Dio) para dizer a alguém que se vá e que permaneça guiado pelas mãos de Deus.

Neste domingo, depois de termos percorrido o caminho pascal com Jesus, chegamos ao momento solene da despedida. Ele, como havia dito, se vai para junto de seu Pai e nosso Pai. Ao mesmo tempo ele afirma que estará conosco. Obviamente não se trata mais da presença física, a partir de agora ele estará com seus seguidores mediante o modo de viver de cada um deles. Vejam como eles se amam!

Os discípulos começam a constituir uma comunidade marcada pelo jeito de viver de Jesus. Esta é a meta, este é o desejo, esta será a maneira de reconhecer que tudo o que o Mestre havia dito se torna realidade e por meio desta prática todos poderão reconhecer que Jesus está aí.

As palavras de despedida que Jesus usa no Evangelho tem a intenção clara de recordar aos discípulos o que já lhes havia ensinado. Agora seu ensinamento tem a força de missão com a finalidade específica de fazer cumprir tudo o que fora dito por Ele e por aqueles que vieram antes d’Ele. Jesus também entendia de sentimentos e de sofrimentos e de fraquezas, por isso mesmo, promete aos seus uma força do alto: “O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome”.

Já no trecho dos Atos dos Apóstolos pode se ver que a tarefa de fazer conhecer quem é Jesus começa exatamente na sua terra onde ele é conhecido, mas não reconhecido. Ele apresenta uma proposta ambiciosa: torná-lo conhecido e reconhecido até os confins da terra. Daí que a leitura termina com uma espécie de reprovação pelo comportamento dos discípulos: “Homens da Galileia o que vocês fazem aí olhando para o céu?”

Fernando Sabino (escritor e jornalista) escreveu assim: “No fim tudo dará certo, se não deu certo ainda é porque ainda não chegou ao fim”. Pois ora, a festa da Ascensão, marca o fim da presença de Jesus fisicamente no meio do mundo. Isso significa dizer: Sua missão foi cumprida, tudo deu certo e agora volta para a casa de onde veio.

E eis que começa o cristianismo. Ontem como hoje, nós que acreditamos na Palavra de Jesus temos a mesma e única tarefa: Testemunhar tudo o que ele fez e ensinou! O alerta que foi dado aos moradores da Galileia pode ser aplicado a cada cristão no século XXI: O que vocês fazem aí parados?

No meio do mundo angustiado com tantos problemas o que vocês fazem continua a clamar o Evangelho. Não basta que venhamos para a celebração, não basta que esperemos um milagre do céu. Não basta articular alguma troca de favores entre o céu e a terra. É Preciso fazer da vitória de Cristo a nossa vitória. Confiemos também na força do Espírito Santo de Deus que nos fará testemunhas por toda a terra.

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