CONDIÇÕES
PARA O DISCIPULADO
A proximidade das eleições
municipais no país, coloca todos os cidadãos entre a cruz e a espada. E não
raro se ouve a expressão: “A gente vota no menos pior”. Neste tempo desfilam nos meios de
comunicação, e em toda sorte de propaganda política candidatos cujo objetivo é
ganhar a confiança dos eleitores, arrebanhar multidões e instalar um projeto de
poder e de governo. Nesta seara surgem muitas promessas, discursos extraordinários,
soluções quase mágicas e discursos demagógicos.
Ao contrário dos políticos no
evangelho de hoje Jesus se apresenta não como um demagogo que faz promessas
fáceis com o objetivo de conquistar a simpatia das pessoas para instalar o
projeto do Reino. Ele faz um convite radical que não consiste em colocar panos
quentes. A proposta para quem quer fazer
parte do Reino anunciado por Jesus implica em três renúncias: à própria família, à própria vida e aos bens.
Jesus começa falando em odiar a família. O verbo odiar no evangelho significa
colocar em segundo plano, não porque a família não seja importante, mas porque
a o Reino precisa ser entendido como preferencial na ordem de importância. A
segunda renuncia exige superar os interesses egoístas, ou seja, aqueles em que
as próprias necessidades estejam em primeiro lugar. Isso significa fazer de sua
vida um dom a serviço dos irmãos. A terceira renuncia diz respeito aos bens.
Jesus tem consciência da necessidade de bens, mas ao mesmo tempo reconhece que
quando a posse de bens se torna valor absoluto este interesse escraviza as
pessoas e as leva a viver somente em função deles esquecendo-se das pessoas e
do verdadeiro sentido da vida. Neste sentido fica clara a diferença entre as
promessas de Jesus e as que se ouve neste tempo de eleição. Jesus apresenta
renuncias e sacrifícios os outros facilidades e benefícios aos montes.
Ora, para fazer a escolha
certa e ter a coragem de renunciar algumas coisas boas em função de outras é necessária
sabedoria que o autor da primeira leitura de hoje afirma que é um dom de Deus.
Dom, que somente a pessoa que se deixa conduzir por ele será capaz de cruzar as
expectativas sem ficar confuso diante de tantas escolhas. Para os cristãos o critério para julgar a
viabilidade de alguma proposta é o evangelho e a oração.
A reunião dos cristãos na
assembleia de cada domingo é uma forma de pedir e de se colocar diante da
sabedoria de Deus como se reza no salmo: “Ensinai-nos a contar os nossos dias, para chegarmos à
sabedoria do coração. Voltai, Senhor! Até quando… Tende piedade dos vossos
servos. Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade, para nos alegrarmos e
exultarmos todos os dias. Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus.
Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos”.
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