sexta-feira, 12 de abril de 2019

HOMILIA PARA O DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - 14/04/2019 - ANO C


AS PEDRAS NUNCA FALARÃO

Uma das atitudes bonitas e que merece ser valorizada nas pessoas é o sentimento de compaixão. E mesmo o coração mãos duro e insensível mostra-se compadecido e despedaçado diante do sofrimento alheio. A fome que assola regiões inteiras, a violência física e moral que muitas pessoas são vítimas, o abandono de crianças e idosos, o descaso com a coisa pública e uma lista infinita de situações dolorosas fazem qualquer coração experimentar a compaixão e a solidariedade. Este sentimento foi sendo desenvolvido nos cristãos durante a caminhada da quaresma chegando ao Domingo de Ramos. Nesta celebração a liturgia faz memória da solene e vitoriosa entrada de Jesus aclamado como Rei em Jerusalém e na sequência mostra a traição dos seus companheiros condenando-o injustamente.
Na celebração de Ramos resplandece o convite para contemplar o amor de Deus que desceu e experimentou toda a fragilidade humana. Deixou-se humilhar para desta condição elevar a humanidade dispersa. A liturgia faz perceber que nenhuma ação humana é mais significativa que doar-se para promover a qualidade da vida.
O profeta anônimo da primeira leitura não se recusa a testemunhar o amor de Deus para todos, a figura desta pessoa mais tarde foi identificada com Jesus Cristo que fez a mesma coisa.
São Paulo escreve aos filipenses e também apresenta a pessoa de Jesus como o modelo a ser imitado quando se trata de viver a compaixão, a humildade, a obediência e a entrega da própria vida por uma causa muito maior.
As duas comparações das leituras têm como base exatamente o que aconteceu com Jesus. Revivendo o mistério da sua paixão e morte pode-se perceber o dom supremo de sua vida feita serviço pela libertação de todos. Na cruz Ele revela o extraordinário amor de Deus que nada guarda para si.
Diante da humilhação pela qual passa o Filho de Deus, as pedras se calaram, porque até os incrédulos proclamaram: “verdadeiramente esse homem era o Filho de Deus”.
Que as celebrações da semana santa renovem em todos e particularmente nos cristãos o compromisso e a compaixão diante do sofrimento de todos. Que a oração, o jejum e a esmola façam de todos apaixonados pela vida num compromisso com as políticas públicas que favoreçam o direito e a justiça em todos os lugares.

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