terça-feira, 2 de abril de 2019

HOMILIA PARA O DIA 07 DE ABRIL DE 2019 - 5º DOMINGO DA QUARESMA - ANO C


VAI E NÃO PEQUES MAIS

Não é raro que a gente se encontre refém dos nossos próprios erros e comportamentos. Com relativa frequência não se tem a quem perdoar e nem tampouco a quem pedir perdão porque se é vítima da própria armadilha. Numa linguagem popular esta situação costuma ser traduzida por ditados populares: “A língua é o chicote da bunda...”; “Cuspiu para o alto e lhe caiu na cara..” “Bebeu do próprio veneno...”
Pois era esta a situação do povo de Israel no tempo do profeta Isaías. Estavam de novo exilados e tinham consciência do seu próprio erro e dos seus pecados. O Profeta aproveita pare lhes apresentar uma proposta extraordinária: “Eis o que diz o Senhor: «Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas. Olhai: vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não a vedes? Vou abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida”. Deus, a quem o profeta revela por meio da sua pregação, é libertador e acompanha a caminhada do seu povo para a liberdade. O Deus que acompanhou o povo de Israel é o mesmo que se faz presente no dia a dia das comunidades contemporâneas e cujo objetivo é levar para a “terra prometida onde a vida nova é abundante”.
Paulo escreve aos filipenses estando já na prisão e aguardando a sua execução. De lá escreve de maneira afetuosa fazendo um convite a libertar-se de tudo o que impede o reconhecimento e a identificação com Cristo.
No Evangelho, mais uma vez, lá estão os fariseus e doutores da lei querendo deixar Jesus em “saia justa”. Apresentam-lhe um fato que é abominável. Trata-se de um pecado público e que não pode ser tolerado. Entretanto eles não estão apresentando o caso como uma alternativa de solução para um tipo de pecado muito corriqueiro naqueles tempos. A intenção é ver se Jesus tem ousadia de desafiar a lei.
Na mesma proporção que eles tentam colocar Jesus a prova ele mais uma vez “sai pela tangente”. Não desafia a lei, nem tampouco compromete a misericórdia de Deus da qual ele é o rosto humano. E nesta situação o evangelho é claro: “Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-lo, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão”
Quando colocado o problema diante de Jesus ele não minimiza, nem relativiza a dimensão do pecado. Ele sabe que esta não é uma atitude aceitável, Por outro lado ele também se recusa a aplicar uma lei que mata em nome de Deus. Silenciando diante dos acusadores Jesus cria um suspense que incomoda a todos e por fim realiza o desmonte dos acusadores: “quem de vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra”.

À medida que todos os acusadores se dão conta das próprias fragilidades Jesus coloca em prática a missão para a qual foi enviado. Dá um voto de confiança na mulher fazendo a recomendação que faria para cada um de nós: “Vai você também e não repita a mesma coisa”. 






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