COMO
MARIA, BENDITOS, ESCOLHIDOS
E
CHEIOS DE GRAÇA
Nas relações familiares,
sobretudo, com filhos adolescentes uma das situações mais constrangedoras
acontece quando os pais flagram os filhos em alguma atitude suspeita. Na Escola
um dos fatos mais corriqueiros e que mostram a fragilidade das relações é o uso
do celular em sala de aula para finalidade diferente daquela que o professor
havia solicitado. E convenhamos que todo o cotidiano é marcado por desconfortos
quando uma pessoa percebe que está sendo vigiada, ou que alguma de suas
atitudes nem sempre poderiam ser realizadas à luz do dia.
Pois esta foi a situação
de Adão e Eva narrada na primeira leitura. O texto do Gênesis proclamado neste
domingo não tem o objetivo de contar um fato acontecido num passado distante e
necessariamente com as duas primeiras criaturas humanas. Pelo contrário, o
pecado de Adão e Eva pode ser entendido como todos os pecados que cada pessoa
vai fazendo ao longo da vida e em todos os tempos. Em algum momento da vida a
própria consciência acusa aqueles que imaginam estar se alimentando da “árvore
da vida” e que nunca terão suas atitudes ilícitas reconhecidas. De repente tudo
se desmorona e como Adão procura responsabilizar um terceiro ou arrumar uma
explicação para o inexplicável. É dessa situação que surgiu o título dado a Eva
como a mãe do pecado e que por causa dele fez um nó na relação com o criador.
Exatamente o contrário do
que ocorreu com Eva se dá com Maria. A Imaculada nada tem a esconder, o anjo
lhe aparece como o enviado de Deus e Ela não precisa se esconder. Exatamente onde
está, nas lidas do cotidiano, na sua própria casa, ocupada com os afazeres da
sua condição recebe a visita que lhe diz: “Maria Cheia de Graça”, ou em outras
palavras – Maria Deus está contente com Você. E por causa disso foi escolhida
para dar continuidade a tudo o que Deus sonhou para a humanidade.
A lição que se pode tirar
nos dois casos é muito simples e objetiva a vida de todas as pessoas está nas
mãos de Deus e Ele conhece por inteiro. D’Ele nada precisamos esconder, quanto
mais transparente for nossa relação com o Senhor de todas as coisas mais
poderemos experimentar o que diz São Paulo na segunda leitura: “Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para
que sejamos santos e irrepreensíveis sob
o seu olhar, no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo”.
Mas o que significa ser santos e irrepreensíveis senão
perceber que Deus tem um projeto para que somos desafiados a concretizá-lo no
nosso dia a dia, no meio das solicitações do mundo, das exigências da nossa
vida profissional, social e familiar garantir tempo para encontrar Deus sem
medo e sem subterfúgios.
Na festa de Maria Imaculada que soube dizer Sim a Deus
peçamos que ela ajude a desatar os nós que nossos pecados fazem todos os dias.
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