O
SENHOR É FIEL PARA SEMPRE
Dentre as muitas frases motivacionais disponíveis
pelo toque de um dedo na tela do celular, uma delas diz mais ou menos assim: “O
otimista vê oportunidade em cada dificuldade enquanto o pessimista vê dificuldade
em cada oportunidade”.
Vivenciando o tempo do advento, a questão
das oportunidades e dificuldades que a vida nos apresenta é o cerne da liturgia
da Palavra deste terceiro domingo. A palavra de Deus faz um convite para transbordar
de alegria porque somos amados por Deus e que seu amor traz manifestações de
liberdade, de resgate da vida e da esperança, embora essa verdade não elimine
as tribulações e incertezas.
“Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como
um lírio. Germine
e exulte de
alegria e louvores. Fortalecei as mãos enfraquecidas e
firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas: 'Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a
vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar'. Então se abrirão os olhos dos cegos e
se descerrarão os ouvidos dos surdos. O coxo saltará e se desatará a língua dos mudos”.
Experimentar a alegria do
Natal não é querer que tudo seja um mar de rosas, que todas as dificuldades deixem
de existir. Anunciar o Cristo que vem significa fazer a experiência do
evangelho que aponta para um tempo em que Deus terá a última palavra. Um tempo
em que a bondade e o amor vencerão todo ódio e toda dor, ocasião em que Deus
será tudo em todos.
É isso que fica claro no Evangelho que
começa descrevendo a realidade da perseguição e da condenação injusta sofrida
por João depois de ter falado a verdade em relação ao pecado do rei. Apesar
disso Jesus afirma que a presença de Deus se evidencia pelos sinais: “Ide contar a João o que estais
ouvindo e vendo: os
cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os
surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”. O que se
realizou no tempo de Jesus continua sendo uma verdade para os nossos dias: Deus
não nos abandona e continua vindo ao nosso encontro.
As
pessoas poderão reconhecer a visita de Deus por meio das ações e atitudes dos
cristãos. Será pelo nosso modo de viver que a ação libertadora de Deus será
compreendida e vivenciada no mundo. Sempre será natal quando por nossa ação as
pessoas doentes puderem se sentir acolhidas e amadas, os desesperados e
entristecidos puderem experimentar o abraço acolhedor e o afeto de quem promove
e respeita a sua condição. As diversas formas de cegueira e surdez que a
sociedade apresenta pela falta de diálogo encontrem em nós exemplos e sinais de
comunhão. As cegueiras do egoísmo e da violência encontrem na comunidade uma
oportunidade para que seus olhos sejam abertos. Sempre será oportunidade de
alegria quando as cadeias que impedem de caminhar com dignidade e respeito
sejam quebradas pela compreensão e pela tolerância.
Desta maneira
poderemos melhor compreender o significado da esperança que São Paulo escreve
na segunda leitura: “Irmãos: Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o
precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera.
Também vós, ficai
firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que
o juiz está às portas. Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do
Senhor”.
Peçamos a
graça e a determinação de não nos deixarmos abater pelas dificuldades do
cotidiano e pelo pessimismo diante delas, antes sejamos testemunhas do projeto
de Deus apontando para a luz da esperança que nunca se apague.
Então sim
poderemos cantar com o salmista.
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