UM
MENSAGEIRO QUE FALA COM AUTORIDADE
Ano após ano, a liturgia da Igreja nos
insere no mistério do Natal do Senhor. Já temos suficiente clareza que não se
trata da simples comemoração de “mais um aniversário de Jesus”. Celebrar a
solenidade do natal consiste em compreender a salvação de Deus que se repete no
HOJE da história de cada pessoa e da cada comunidade. A celebração festiva da
memória de Deus que assume a natureza humana é a confirmação do amor
incondicional de Deus que tem por objetivo mudar a nossa sorte como se lê na
primeira leitura: “Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo o Senhor consolou seu povo e
resgatou Jerusalém. O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da
terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus”. Isso significa que Deus não nos
deixa percorrer sozinhos os caminhos do sofrimento, mas que Ele mesmo nos envia
um mensageiro que com autoridade põe luz nas trevas da vida.
A
Palavra que existia desde o princípio se concretiza no “menino de Belém”, n’Ele
é Deus que vem ao encontro de todos com a ternura de quem tudo fez e acompanha
desde o princípio: “No princípio estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela e
sem ela nada se fez de tudo que foi
feito. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz
brilha nas trevas. A Palavra estava no mundo, veio para o que era seu e deu-lhes
capacidade de se tornarem filhos de Deus. E a Palavra se
fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos
a sua glória”.
Uma vez beneficiados pela força desta
Palavra resta-nos dar uma resposta corajosa, autentica e comprometida como
prova do nosso amor para com Ele que nos amou primeiro convencidos que essa
vida é apenas passageira e que, portanto, nossas obras devem provar nossa
identificação com o Senhor descrito na carta aos Hebreus: “Muitas vezes
e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais,
pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas
as coisas e pelo qual também ele criou o universo. Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua
palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da
majestade divina, nas alturas”.
Que o natal nos estimule a tornar
realidade o Reino de Deus e a não compactuar com a injustiça, a guerra, a
violência, a indiferença, mas antes nos faça sentir responsáveis por relações
de fraternidade e de bem querer onde todos tenham lugar. Então sim, poderemos
cantar com o salmista: “Os confins do universo contemplaram da salvação do nosso Deus. Aclamai o
Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e
exultai! Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave! Aclamai,
com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso
Rei”.
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