sexta-feira, 13 de agosto de 2021

HOMILA PARA O DIA 15 DE AGOSTO DE 2021 - ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA - ANO B

 

EIS AQUI A SERVA DO SENHOR!

Se tem imagens que comovem qualquer pessoa é ver uma mãe cuidando dos seus filhos, quando ela estende a mão para que a criança dê os primeiros passos, quando abre os braços para acolher a criança que chora, quando acalenta ao colo garantindo-lhe segurança. E de outra parte quando um filho adulto toma a mãe pela mão, acolhe em sua casa, acompanha nas lidas difíceis que o peso dos anos normalmente impõe, dedica suas vitórias e realizações à presença da mãe na sua vida. Essas imagens são edificantes e comoventes por si mesmas, dispensam comentários e explicações.

Não sem razão a Igreja nos coloca a figura de Maria como mãe que acolhe no ventre a Palavra que se fez  filho, que caminha com ele pelas difíceis estradas da Palestina antiga, que foge com ele para o Egito, que o procura perdido no templo, vai com Ele para o casamento em Caná da Galiléia, o acompanha durante a missão terrena e o segue até o  Calvário. No derradeiro momento da cruz aceita ser mãe do discípulo amado e fica com os discípulos no cenáculo aguardando o Espírito Santo prometido. No outro extremo da vida é o Filho Glorificado pelo Pai que acolhe Maria pelas estradas do céu e que a Igreja chama de Assunção de Maria dando-lhe também o título de Rainha do Universo.

A Virgem elevada aos céus junto do Filho a Igreja reconhece na figura da mulher relatada na primeira leitura deste domingo do livro do apocalipse:  Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”.  E depois de narrar todas as durezas que a vida lhe impõe simbolizados no dragão cor de fogo e com outras amedrontadoras características o autor conclui: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo".

O evangelho não poderia ser mais claro para entender a missão terrena de Maria de levar o Deus Homem pelas estradas da vida: “Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel”. A velha e piedosa prima reconhece nos sinais da carne a extraordinária presença do Homem Deus: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar”. E Maria confirma a convicção que lhe brota do coração e que todos temos a mesma certeza: Deus nunca se esqueceu da humanidade: “A minha alma engrandece o Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador, pois, ele viu a pequenez de sua serva, eis que agora as gerações hão de chamar-me de bendita”. A sequencia do cântico de Maria é a confirmação de tudo o que Deus havia realizado em favor do seu povo ao longo da história de Israel.

Dois mil anos depois as diversas aparições de Maria confirmam que a Mãe de Jesus continua a tarefa que iniciou na visita que fez a Isabel, ou seja, que consiste em levar o Deus homem ao mundo! E não sem razão nós continuamos repetindo com outras palavras a mesma exclamação de Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!" Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu”.

E a promessa do Senhor se concretiza na pessoa de Jesus sobre quem São Paulo fala na segunda leitura: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Assim também em Cristo todos reviverão”.

Usando outras palavras e uma infinidade de títulos temos a absoluta certeza que Maria é “advogada nossa nesse vale de lágrimas aquela que desata os nós do nosso cotidiano”. A reconhecemos com hinos e cânticos na certeza que tudo o que nela se realizou foi por mérito do seu Filho Jesus, inclusive quando a chamamos de Rainha, fazemos porque Jesus Cristo é o Rei dos céus!

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