JESUS
É O FILHO AMADO DO PAI!
Rubem
Alves, foi um grande educador brasileiro. Em um dos seus escritos ele criou uma
palavra que não existe na língua brasileira, dizia Ruben Alves: “Sempre vejo anunciado cursos de oratória,
nunca ouço falar em um curso de “escutatória”. Todo mundo aprende a falar e
ninguém se dispõe aprender a ouvir. Escutar é complicado porque não basta ter
ouvidos, é preciso silenciar o coração. Pois é sobre “Escutatória” que trata a
Palavra de Deus para esse domingo da quaresma. Todo verdadeiro discípulo
precisa estar com o coração silenciado para ouvir Deus e a sua proposta para a
humanidade.
Abraão,
sendo uma pessoa de fé, vive em perfeita sintonia e Escuta de Deus. Sabe ler os
sinais dos tempos, responde ao chamado com séria obediência. Abraão é o modelo
da pessoa que ouve Deus com o coração: “O Senhor disse a Abrão: "Sai
da tua terra, da tua família e da casa do teu pai, e vai para a terra que eu te
vou mostrar. Farei de ti um grande povo e te abençoarei: engrandecerei o teu
nome, de modo que ele se torne uma bênção. E
Abrão partiu, como o Senhor lhe havia dito”.
Enquanto
os que viveram antes de Abraão fecharam os ouvidos e o coração afastando-se de
Deus, Abraão aceita o convite, não como um privilégio, mas decidido a ser um
sinal de Deus por entre os povos. As ações de Abraão valem mais do que mil
palavras. Deus lhe acena com uma promessa e ele não duvida simplesmente se põe
a caminho. O exemplo de Abraão serve para todos no nosso tempo que nunca temos
tempo para perceber os sinais de Deus. Andamos sempre e demais atarefados em ganhar
a vida, dinheiro, construir carreira e assim por diante.
São Paulo fala para o amigo Timóteo: “Caríssimo: Sofre
comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. Deus nos salvou e nos
chamou com uma vocação santa, não devido às nossas obras, mas em virtude do seu
desígnio e da sua graça”. Aos
cristãos de ontem como de hoje deve ficar claro que ouvir Deus, significa não
se deixar tomar pelo medo, comodismo, ou qualquer outra distração. Em meio às
crises do cotidiano é necessário que não tenhamos medo de enfrentar com
determinação todos os problemas que se apresentam. Nada nem ninguém pode nos
desiludir, ou estimular a indiferença para com os sofrimentos do tempo
presente. Paulo repete para cada um de nós: “Sofre
comigo pelo Evangelho, sinta-se fortificado pelo poder de Deus e Dê você mesmo
de comer aos que passam fome ao seu redor”.
O Evangelho conta a glória de Jesus apesar dos
sofrimentos. Com diversos símbolos já presentes no Antigo Testamento Jesus
deixa claro aos discípulos que diante das dificuldades que se apresentam não
precisam ficar desiludidos e assustados.
A narrativa da transfiguração não deixa margem para
duvidar da filiação divina de Jesus: “Pedro
ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra.
E da nuvem uma voz dizia: "Este é o meu Filho amado, no qual
eu pus todo meu agrado. Escutai-o"!
Jesus faz a ponte entre o velho e o novo, Ele
é a própria aliança de Deus com a humanidade que supera toda a lei e todos os
profetas. Jesus vai descer da montanha com os discípulos, caminhar com eles nas
estradas para a liberdade.
Muitas vezes, nós temos a mesma sensação de
Pedro: “Senhor,
é bom ficarmos aqui”, mas tal como aos discípulos o mestre
continua convidando: “Levantai-vos, e não
tenhais medo".
Duas coisas devem ficar muito
claro a partir da Palavra de Deus nesse domingo: A primeira coisa é ouvir Deus
Pai que nos diz: “Esse é meu Filho Amado,
escutem o que Ele diz”. E a segunda ouvir o próprio Jesus dizendo: “levantem, não tenham medo de enfrentar os
desafios do cotidiano”.
Dentre os desafios o que nos
propõe a Campanha da Fraternidade: “Não
precisa despedir os famintos, deem vocês mesmos de comer”.
Quando o medo se avizinhar rezemos
com o salmista:
No Senhor nós esperamos confiantes,*
porque ele é nosso auxílio e proteção!
Sobre nós venha, Senhor, a vossa
graça,*
da mesma forma que em vós nós esperamos!
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