sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

HOMILIA PARA O DIA 14 DE FEVEREIRO DE 2024 - QUARTA FEIRA DE CINZAS - ANO B

 

EIS O TEMPO FAVORÁVEL, EIS O DIA DA SALVAÇÃO

Quando falamos em penitência e arrependimento facilmente associamos aos conceitos de tristeza e depressão. Porém na quaresma a penitência, o arrependimento, o jejum, a esmola e a oração são um caminho de alegria, ao mesmo tempo que nos levam a reconhecer nossa condição de pecadores nos apontam para o amor e a misericórdia de Deus.

Deus nos educa e nos tira das escravidões que a vida nos prepara e nesse processo sussurra ao nosso coração palavras de amor. Aproveitemos o tempo da quaresma como a grande oportunidade para reconhecer o Senhor nosso, que assim como libertou o povo da escravidão do Egito, nos liberte também das inúmeras servidões e prisões que vamos, sem nos dar conta, construindo ao longo da vida.

Na primeira leitura o profeta convida o povo para realizar um processo de conversão interior, de reencontrar Deus e sua misericórdia. São Paulo se apresenta aos coríntios como embaixador e faz uma exortação: “Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus”. O tempo pede que transformemos nossa relação com Deus e naturalmente nossa relação com todas as pessoas.

No Evangelho Jesus faz um alerta em relação às verdadeiras motivações que nos levam a dar esmola, a orar e jejuar. Se estas atitudes tiverem objetivo de buscar glória e aplausos não servem para nada antes viram uma comédia disfarçada de piedade. Mas, se praticamos a penitência e buscamos a reconciliação com um coração arrependido como rezamos no salmo:

Dai-me de novo a alegria de ser salvo *
e confirmai-me com espírito generoso!

Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, *
e minha boca anunciará vosso louvor!

 

Também perceberemos o grito de tantas pessoas que chega aos céus e que toca nossos corações e nossos ouvidos com a Campanha da Fraternidade e a Carta do Papa Francisco: Todos somos irmãos! E quando falamos todos, não falamos daqueles que são nossos amigos e que pensam como nós. A amizade social que o Papa Francisco nos desafia a construir implica na prática de um amor aberto, sensível, compassivo. Fratelli Tutti não dá espaço para a seleção mesquinha, fechada e egoísta. A quaresma e a Campanha da Fraternidade deste ano devem abrir o nosso coração para todas as pessoas, também para aquelas com quem temos diferenças e que de fato são diferentes. Não tenhamos medo de voltar para Deus e de nos deixar reconciliar, não para ser visto e elogiado, mas para construir um caminho de sinodalidade no qual caibam todos e todos se respeitem como irmãos!

 

 

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