quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

HOMILIA PARA O DIA 11 DE FEVEREIRO DE 2024 - 6º DOMINGO COMUM - ANO B

 

ESTENDER A MÃO E MANIFESTAR COMPAIXÃO

Na sequência dos outros domingos, a Palavra de Deus hoje, mostra mais uma vez a compaixão e a misericórdia de Deus. A leitura mostra o jeito recomendado pela cultura da época como tratar os leprosos, cuja pessoa portadora era considerada impura. Ontem como hoje, facilmente a imagem de Deus é apresentada como justificativa para criar a inventar situações de rejeição e de exclusão. Entretanto é preciso entender a mensagem desta leitura como uma preparação para a novidade que Jesus irá apresentar no Evangelho. Ao contrário da discriminação e indiferença, Deus abre as portas e possibilidades para integrar todas as pessoas.

São Paulo faz um convite aos cristãos de corinto partindo do seu próprio testemunho: “Fazei como eu, que procuro agradar a todos, em tudo, não buscando o que é vantajoso para mim mesmo, mas o que é vantajoso para todos, a fim de que sejam salvos”. Paulo também segue o exemplo de Cristo que fez de sua vida um dom de amor pela causa do Reino.  Os cristãos de todos os tempos precisam se convencer que toda a sua vida tem uma única finalidade: Promover o bem de todos, mesmo que isso exija abrir mão de alguma vantagem ou direito particular tendo sempre como referência Jesus Cristo que sendo Deus assumiu a condição humana.

No Evangelho temos mais uma narrativa carregada de compaixão e como das outras vezes Jesus repete as mesmas atitudes: Aproxima-se, estende a mão, cura, reintegra, e revela o rosto misericordioso de Deus. Na pessoa de Jesus é Deus mesmo quem desce ao encontro dos seus filhos, seus gestos, atitudes e palavras manifestam a compaixão que livra a pessoa do sofrimento e abre as portas para que seja integrada a comunidade: “Então Jesus o mandou logo embora, falando com firmeza: Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles".

Toda a narrativa de Marcos apresenta amor, bondade, ternura, características do Deus a quem Jesus obedece vindo ao encontro dos desesperançados Jesus restabelece a comunhão que os preceitos legalistas dos fariseus tinham rompido. Diferente dos chefes das sinagogas que criam barreiras e muros, Jesus estabelece laços de comunhão e pontes que dão acesso. A ação de Jesus encoraja o leproso a infringir a lei da separação e se aproxima de Jesus e das pessoas que o cercavam. Ele está decidido a mudar a sua triste situação, custe o que custar! Ele não procura apenas a cura da lepra, mas o seu direito de pertença à comunidade.

Nossas comunidades e Igrejas continuam a se defrontar com o fantasma da “lepra” disfarçada de muitas maneiras que desrespeitam a dignidade da pessoa. Como cristãos somos desafiados a construir solidariedade capaz de romper a ‘lepra’ que impede a participação e a comunhão. Dentre elas inclusive normas religiosas que rotulam e selecionam as pessoas entre boas e más, santas e pecadoras. Em resumo, todos somos chamados a nos deixar envolver pela compaixão do Mestre, aproximar-se e estender a mão.

Que nossa ação confirme a oração que fizemos no salmo:

Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio.

Feliz o homem que foi perdoado *
e cuja falta já foi encoberta!

Feliz o homem a quem o Senhor †
não olha mais como sendo culpado, *
e em cuja alma não há falsidade!

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