VIDA DADA E DOADA CUMPRINDO A
VONTADE DO PAI
A liturgia católica reconhece
que o período da Quaresma adquire pleno significado quando o ligamos à Páscoa e
à transformação que esta celebração traz consigo. Estamos habituados a
percorrer os quarenta dias da Quaresma como uma jornada que nos conduz à
Páscoa. O Domingo de Ramos marca a entrada solene na Semana Santa, que culmina
no mistério da Páscoa essência da vida cristã, sendo a passagem mais
significativa e crucial que a pessoa humana pode realizar. Em Jesus Cristo,
todos os que creem nele têm a promessa da vida eterna. Para aqueles que têm
seus objetivos definidos, esta jornada é desafiadora, mas ao mesmo tempo
estimulante, no sentido de não se deixarem abater pelas adversidades próprias
da situação. É neste contexto que podemos ler e meditar a Palavra de Deus
proclamada na liturgia da Igreja.
A liturgia da Palavra começa
com a narrativa da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Apesar da atmosfera
festiva proporcionada pelos habitantes locais e amigos
de Jesus, Ele entra montado em um jumentinho, cumprindo assim o que o profeta
anunciara na leitura inicial: "Rei
messiânico, humilde e pacífico". Sua postura reflete aquele que veio
para servir, não para ser servido. A entrada na cidade santa marca o desfecho
de toda a jornada de Jesus e suas ações ao longo dos três anos em que ensinou e
se fez conhecer por toda a região. Suas palavras são corroboradas por seu
comportamento: "sinal do Reino de
Deus". Ou seja, Ele é um Rei diferente. A fé que Ele pregou, longe de
rituais vazios e leis excessivas, está fundamentada no espírito da verdade.
Na primeira leitura, após
descrever todos os sofrimentos que um servo anônimo enfrenta, Isaías conclui
com uma palavra de esperança: "Mas o
Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater, conservei o rosto
impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado". Em suma,
o profeta deixa claro que a confiança em Deus é capaz de superar todas as
adversidades e fazer vencedores aqueles que nele confiam.
São Paulo expressa sua
admiração pela comunidade de Filipos, mas enfatiza que eles precisam modelar
suas atitudes conforme as de Jesus: "Jesus
Cristo, existindo em condição divina, não considerou o ser igual a Deus como
algo a que se apegar, mas esvaziou-se a si mesmo, tornando-se servo". Portanto, Deus o exaltou acima de tudo e lhe
deu o Nome que está acima de todo nome”.
Nos dias que se
seguem ao domingo festivo dos Ramos, Jesus enfrenta seus últimos momentos de
tentação e fraqueza humana. Poderia ter desistido de tudo, aproveitando sua
popularidade para provocar uma reação violenta. No entanto, Ele reafirma o
propósito de sua missão: "Pai, não se faça a minha vontade, mas a
tua". Como cristãos, seguidores de seu projeto e ensinamentos, somos
desafiados a adotar a mesma postura. A Quaresma foi um tempo de preparação e a
Páscoa, para a qual nos encaminhamos, é a confirmação de nossa aceitação. Assim
como Jesus, podemos dizer: "Pai, no entanto, não se faça a minha vontade,
mas a tua" que consiste em promover a Amizade Social, afinal somos todos
irmãos!
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