quinta-feira, 14 de março de 2024

HOMILIA PARA O DIA 17 DE MARÇO DE 2024 - QUINTO DOMINGO DA QUARESMA - ANO B

 

VER JESUS E COMPROMETER-SE COM ELE

Estabelecer uma rede de relações que facilitem o nosso trabalho e a realização dos nossos objetivos é uma atitude sábia e cada vez mais utilizada em tempos de crises e dificuldades. A soma de esforços e a ajuda solidária é sempre um caminho importante.

A Palavra de Deus que ouvimos nesse domingo ecoa profundamente em nossos corações, e tem por objetivo mostrar um caminho diferente daquele que estamos habituados a percorrer. Na pessoa de Jesus e na sua determinação vemos traçado um mapa dessa longa estrada de solidariedade e de comprometimento.

Na primeira leitura o profeta Jeremias anuncia a aliança que Deus está disposto e refazer com o seu povo. Diferente de um contrato escrito em pedras como foram os dez mandamentos, agora ele escreve no coração. Na aliança do Sinai o povo aceitou a lei como imposição externa, mas que não alcançou o coração: “Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei uma nova aliança; esta será a aliança: imprimirei minha lei em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração”. A relação com Deus não será apenas um contrato racional, mas um laço de intimidade, de familiaridade porque vai de coração para coração. O que aconteceu outrora continua se repetindo conosco: não somos criaturas perdidas e descartáveis, somos gente de quem Deus cuida pessoalmente e por quem Ele se interessa e acompanha.

A carta aos Hebreus foi escrita para uma comunidade que vivia exposta a perseguições e num ambiente hostil à fé. Neste contexto viviam pessoas que facilmente perderam o entusiasmo e se deixaram conduzir por falsos ensinamentos. O autor dessa carta trata de apresentar Jesus Cristo como uma pessoa solidária com os sofrimentos e como caminho de salvação, mostrando que isso se concretiza pela confiança irrestrita no projeto de Deus: “Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus”.

O Evangelho nos apresenta um diálogo de intermediação entre um grupo de estrangeiros e os discípulos de Jesus. Ao mesmo tempo que nos ensina a condição de discípulos e responsáveis para aproximar Jesus daqueles que não o conhecem, faz perceber que o encontro se dá na radicalidade da Cruz e no encontro com os crucificados do nosso tempo. Para ver Jesus e obviamente ficar com Ele implica compreender a dinâmica do grão de trigo e a ousadia da Cruz: “se o grão de trigo não morre, também não produzirá fruto... Se alguém quer me seguir tome a sua cruz e me siga”. As duas condições não são um caminho de fracasso, mas apontam para vida verdadeira que acontece com a semente que germina e a ressurreição com Jesus.

Para que isso aconteça conosco não precisamos de muitos discursos, mas aprender com Jesus a colocar nossa vida a serviço. Afinal todos somos irmãos!

Dai-me de novo a alegria de ser salvo *
e confirmai-me com espírito generoso!

Ensinarei vosso caminho aos pecadores, *
e para vós se voltarão os transviados.

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