VER JESUS E COMPROMETER-SE COM ELE
Estabelecer uma rede de relações que facilitem o
nosso trabalho e a realização dos nossos objetivos é uma atitude sábia e cada
vez mais utilizada em tempos de crises e dificuldades. A soma de esforços e a
ajuda solidária é sempre um caminho importante.
A Palavra de Deus que ouvimos nesse domingo ecoa
profundamente em nossos corações, e tem por objetivo mostrar um caminho
diferente daquele que estamos habituados a percorrer. Na pessoa de Jesus e na
sua determinação vemos traçado um mapa dessa longa estrada de solidariedade e
de comprometimento.
Na primeira leitura o profeta Jeremias anuncia a
aliança que Deus está disposto e refazer com o seu povo. Diferente de um
contrato escrito em pedras como foram os dez mandamentos, agora ele escreve no
coração. Na aliança do Sinai o povo aceitou a lei como imposição externa, mas
que não alcançou o coração: “Eis que virão dias, diz o Senhor, em que
concluirei uma nova aliança; esta será a aliança: imprimirei
minha lei em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração”. A
relação com Deus não será apenas um contrato racional, mas um laço de
intimidade, de familiaridade porque vai de coração para coração. O que
aconteceu outrora continua se repetindo conosco: não somos criaturas perdidas e
descartáveis, somos gente de quem Deus cuida pessoalmente e por quem Ele se
interessa e acompanha.
A carta aos Hebreus foi escrita para uma
comunidade que vivia exposta a perseguições e num ambiente hostil à fé. Neste
contexto viviam pessoas que facilmente perderam o entusiasmo e se deixaram
conduzir por falsos ensinamentos. O autor dessa carta trata de apresentar Jesus
Cristo como uma pessoa solidária com os sofrimentos e como caminho de salvação,
mostrando que isso se concretiza pela confiança irrestrita no projeto de Deus: “Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, Mesmo sendo Filho, aprendeu o que
significa a obediência a Deus”.
O Evangelho nos apresenta um diálogo de intermediação
entre um grupo de estrangeiros e os discípulos de Jesus. Ao mesmo tempo que nos
ensina a condição de discípulos e responsáveis para aproximar Jesus daqueles
que não o conhecem, faz perceber que o encontro se dá na radicalidade da Cruz e
no encontro com os crucificados do nosso tempo. Para ver Jesus e obviamente
ficar com Ele implica compreender a dinâmica do grão de trigo e a ousadia da
Cruz: “se o grão de trigo não morre, também não produzirá fruto... Se alguém
quer me seguir tome a sua cruz e me siga”. As duas condições não são um caminho
de fracasso, mas apontam para vida verdadeira que acontece com a semente que
germina e a ressurreição com Jesus.
Para que isso aconteça conosco não precisamos de
muitos discursos, mas aprender com Jesus a colocar nossa vida a serviço. Afinal
todos somos irmãos!
Dai-me de
novo a alegria de ser salvo *
e confirmai-me com espírito generoso!
Ensinarei
vosso caminho aos pecadores, *
e para vós se voltarão os transviados.
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