Depois das manifestações de rua
que ocorreram nas últimas semanas, como resultado dos jogos da seleção na Copa
das Confederações, os institutos de pesquisa estão tendo muito trabalho para
fazer os levantamentos de popularidade. São
os políticos, os jogadores, o treinador, a equipe técnica da seleção, os
organizadores das manifestações. Todo mundo está querendo saber como anda seu
nível de aceitação entre a população em geral. Nos últimos tempos esta prática
tem sido muito frequente e para quase tudo se faz pesquisa de opinião.
Na Palavra de Deus proclamada
neste domingo foram relatadas a história de vida de três pessoas. São Pedro, São
Paulo e Jesus Cristo. Nos atos dos apóstolos se tem a descrição da prisão a que
Pedro foi submetido e o modo extraordinário como Deus veio em seu socorro e por
meio dos anjos o libertou deixando a todos maravilhados com a ação divina. Na
carta que Paulo escreve a Timóteo tem uma espécie de testamento – “Combati o
bom combate, terminei a carreira, guardei a fé. Agora só me resta a cora da
justiça que o Senhor me dará naquele dia”. Paulo está convencido de chegar ao
fim da vida com a consciência tranquila de quem cumpriu a missão e afirma ainda
“A coroa da justiça será dada não somente a mim, mas a todos aqueles que
esperam com amor a manifestação gloriosa de Deus”.
O texto do evangelho é a versão
de Mateus do mesmo trecho que se proclamou no último domingo segundo Lucas.
Aqui, de novo, Jesus faz uma pesquisa de opinião. “O que é que as pessoas
pensam a meu respeito?” E percebendo a reação de todos reafirma sua absoluta
convicção que tudo vem de Deus e que ele tudo dirige e governa: “Feliz és tu Simão
filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas meu Pai
que está nos céus” e na sequencia dá uma espécie de apelido que se torna depois
o nome próprio do discípulo: “Tu serás chamado Pedra, rocha firme”.
Não é sem razão que a Igreja
convida a celebrar neste final de semana, de modo solene, os dois apóstolos que
são chamados “colunas da Igreja”. Uma
coisa é certa, nenhuma instituição no mundo tem uma vida tão longa como a
Igreja. Tendo sido iniciada pela experiência das comunidades apostólicas, foi
se desenvolvendo ao longo do tempo e é hoje o que se pode conhecer, admirar,
criticar, respeitar e obviamente amar.
Entretanto, afirmar que a Igreja
é a mais antiga das instituições não significa dizer que ela não tenha pecados,
limites, erros, e assim por diante. Recordando os apóstolos Pedro e Paulo a
oração deste domingo se volta para a figura do Papa, para quem se pede o dom do
discernimento para bem escolher o caminho mais adequado para a Igreja em cada
tempo.
Com a eleição do papa Francisco,
alguns estudiosos estão afirmando que a Igreja vive uma “nova primavera”, isto
é um tempo de “florescimento” o que parece se confirmar nos gestos, atitudes e
palavras do papa. Em menos de um mês o mundo pode ver pelo menos três situações
extraordinárias. Em maio, falando para estudantes, o Papa respondeu por que não
vive nos palácios do Vaticano dizendo: “Trata-se de uma questão de personalidade,
não é nem de riqueza ou de pobreza”, disse
ele, “eu preciso viver perto das pessoas”.
Noutro pronunciamento foi exigente com
os padres e as paróquias que fazem do serviço pastoral uma barreira quase
impossível de ser transposta e na ocasião disse: “Quem se aproxima da Igreja
deve encontrar as portas abertas e não uma alfândega pastoral”. E nesta semana nomeou uma comissão para
investigar outros erros cometidos com os bens da Igreja. Por meio de seus assessores
informou que o Vaticano vai colaborar com todas as investigações. Claro que
estás situações se apresentam como feridas da Igreja, ao lado de tantas outras,
mas exatamente porque o Papa ama a Igreja tem a coragem de tomar estas
atitudes.
O que está fazendo Francisco é um
convite a viver com transparência e com consciência para que o mundo seja
melhor a cada dia. Por isso mesmo, merece a mesma pergunta que fez Jesus: “Quem dizem as pessoas que eu sou?” e pode-se
proclamar “Francisco, hoje nos confirmas na fé e por isso te acolhemos com
amor, no abraço do Redentor”.
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