terça-feira, 14 de dezembro de 2021

HOMILIA PARA A MISSA DA NOITE DO NATAL - 25/12/2021 - ANO C

 REJUBILE O CÉU E EXULTE A TERRA (25/12)

É da natureza humana alegrar-se com as pequenas realizações, mesmo quando acontecem no contexto de provações e dificuldades. Esse é o espírito do Natal que celebramos a cada ano.

As leituras desta liturgia confirmam a alegria que foi sendo construída no tempo do advento e que concretizou o sonho de gerações quando se deu o fato histórico do nascimento do menino Jesus.  A expressão mais robusta para esta liturgia se resume na frase: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz”.

O profeta anuncia e reanima o povo num tempo de muitas privações e dificuldades e lhes garante que o dia de Deus se concretizará na figura indefesa de uma criança cujo nome reúne todas as qualidades do criador: “Conselheiro admirável, Deus forte, príncipe da paz, Pai eterno”. Humano, como todos os demais, esse Deus residirá no meio do seu povo e será a garantia de felicidade para sempre: Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre”.

Os cristãos destinatários da segunda leitura já não estavam tão preocupados com o dia da vinda do Senhor, mas com a certeza da sua presença na história. Também nós, somos convidados a perceber Deus que caminha conosco, e para experimentar isso, é necessário renunciar os valores deste mundo que estejam em contradição com a proposta daquele que nasceu em Belém: “A graça de Deus se manifestou Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”.

A narrativa detalhada que Lucas faz no Evangelho relatando os fatos históricos que envolveram o nascimento do menino mostra a concretização das promessas dos profetas. Na fragilidade do menino de Belém Deus vem ao encontro de todos e a prova mais evidente disso é o lugar e para quem a boa notícia foi anunciada: “Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. O anjo, porém, disse aos pastores: 'Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor”.

Notemos o jeito de Deus ele não se serve da força e do poder para intervir na história, mas marca sua presença na figura de um menino e de um pobre casal que representa a continuidade histórica de um povo. De José, diz o Papa Francisco: “Devemos aprender o mesmo cuidado e responsabilidade: amar o menino e sua mãe; amar os sacramentos e a caridade; amar a Igreja e os pobres. Cada uma dessas realidades é sempre o Menino Deus e a Mãe de Deus a quem amamos”. 


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