sábado, 9 de abril de 2022

HOMILIA PARA O DIA 10 DE ABRIL DE 2022 - DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - ANO C

 

BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR

Se tem uma atitude apreciada por todos é a simplicidade no falar e no agir. Quando alguém se coloca com ar de superioridade sobre outra pessoa ou grupo em geral gera desconfiança e medo. Aquele que se apresenta como sendo mais perfeito ou merecedor de gestos de reverência é normalmente servido por medo e não por admiração. Na história bíblica não foram poucos os personagens que agiram dessa maneira. Mas também na história bíblica não foram poucos os personagens que misturaram a sua vida com a vida do povo e esses são lembrados com admiração e respeito.

Jesus, é uma das pessoas que se deu a conhecer não como Chefe e Senhor, mas como cumpridor das profecias antigas como se lê na primeira leitura: “O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas”. Ninguém antes dele foi reconhecido como Rei aparecendo montado num jumentinho. O que Jesus faz é uma denúncia a toda forma de discriminação, de dominação e de violência. Com seu gesto deixa claro que nele se cumpre a profecia e que sua missão é proclamar a construção de um Reino de paz, de fraternidade e de justiça, acolhimento e inclusão.

São Paulo escreve aos filipenses mostrando quem é o Cristo e como Ele se comportou para deixar claro aos que se declaram cristãos como estes também devem pautar a sua vida: “Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens”. Tal como o Cristo os seus seguidores serão um dia glorificados depois de todas as provações desta vida tanto quanto forem capazes de se fazer igual a todos em tudo.

A morte de Jesus não é outra coisa senão a culminância do seu estilo de vida. Para ser fiel à missão que havia recebido do seu Pai Ele não recuou quando se tratava de enfrentar os privilégios de alguns para se aproximar dos pobres, daqueles cujos corações estavam feridos, daquela pessoa cuja liberdade tinha sido cerceada. Seu amor nunca permitiu a exclusão de quem quer fosse, nem mesmo os pecadores. No plano de Deus os mais sofridos são também os preferidos. Sem excluir ninguém desafiou a todos ter um coração aberto e acolhedor, avisou aqueles que se instalavam no orgulho, na prepotência e no egoísmo que tais comportamentos os levariam a própria condenação.

Na cruz, finalmente Ele é reconhecido como o Homem Novo. Na hora derradeira proclama sua absoluta fidelidade àquele lhe enviou: 'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.' Dizendo isso, expirou”. Diante dos fatos todos tem uma atitude de aceitação e por isso foi reconhecido até por seus algozes: O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus dizendo: 'De fato! Este homem era justo!' E as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram o que havia acontecido, e voltaram para casa, batendo no peito. Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram à distância, olhando essas coisas”.

Em síntese a cruz de Jesus revela o dinamismo do mundo novo que o Filho de Deus veio inaugurar e que todos somos convidados a acompanhar e reconhecer como as multidões que assistiram a trágico desfecho daquela injusta condenação proclamando com a vida: Na verdade esse homem era o Filho de Deus!


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