BENDITO O QUE VEM EM NOME DO
SENHOR
Se tem uma atitude apreciada por todos é a simplicidade no falar e no
agir. Quando alguém se coloca com ar de superioridade sobre outra pessoa ou
grupo em geral gera desconfiança e medo. Aquele que se apresenta como sendo
mais perfeito ou merecedor de gestos de reverência é normalmente servido por
medo e não por admiração. Na história bíblica não foram poucos os personagens
que agiram dessa maneira. Mas também na história bíblica não foram poucos os
personagens que misturaram a sua vida com a vida do povo e esses são lembrados
com admiração e respeito.
Jesus, é uma das pessoas que se deu a conhecer não como Chefe e Senhor,
mas como cumpridor das profecias antigas como se lê na primeira leitura: “O
Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti
nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e as
faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas”. Ninguém antes dele foi
reconhecido como Rei aparecendo montado num jumentinho. O que Jesus faz é uma
denúncia a toda forma de discriminação, de dominação e de violência. Com seu
gesto deixa claro que nele se cumpre a profecia e que sua missão é proclamar a
construção de um Reino de paz, de fraternidade e de justiça, acolhimento e
inclusão.
São
Paulo escreve aos filipenses mostrando quem é o Cristo e como Ele se comportou
para deixar claro aos que se declaram cristãos como estes também devem pautar a
sua vida: “Jesus Cristo,
existindo em condição divina, não fez do
ser igual a Deus, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens”. Tal como o Cristo os seus seguidores serão um dia
glorificados depois de todas as provações desta vida tanto quanto forem capazes
de se fazer igual a todos em tudo.
A
morte de Jesus não é outra coisa senão a culminância do seu estilo de vida.
Para ser fiel à missão que havia recebido do seu Pai Ele não recuou quando se
tratava de enfrentar os privilégios de alguns para se aproximar dos pobres, daqueles
cujos corações estavam feridos, daquela pessoa cuja liberdade tinha sido
cerceada. Seu amor nunca permitiu a exclusão de quem quer fosse, nem mesmo os
pecadores. No plano de Deus os mais sofridos são também os preferidos. Sem
excluir ninguém desafiou a todos ter um coração aberto e acolhedor, avisou aqueles
que se instalavam no orgulho, na prepotência e no egoísmo que tais
comportamentos os levariam a própria condenação.
Na cruz, finalmente Ele é
reconhecido como o Homem Novo. Na hora derradeira proclama sua absoluta
fidelidade àquele lhe enviou: “'Pai,
em tuas mãos entrego o meu espírito.' Dizendo isso, expirou”. Diante dos fatos todos tem uma
atitude de aceitação e por isso foi reconhecido até por seus algozes: “O oficial do
exército romano viu o que acontecera e glorificou a
Deus dizendo: 'De fato! Este homem era justo!' E
as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram
o que havia acontecido, e voltaram para casa, batendo no peito. Todos
os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que
o acompanhavam desde a Galileia, ficaram à distância, olhando essas coisas”.
Em síntese a cruz de Jesus revela o
dinamismo do mundo novo que o Filho de Deus veio inaugurar e que todos somos
convidados a acompanhar e reconhecer como as multidões que assistiram a trágico
desfecho daquela injusta condenação proclamando com a vida: Na verdade esse
homem era o Filho de Deus!
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