Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor...
Em algum momento
da vida, cada pessoa já experimentou a sensação de vislumbrar a realização de
algum sonho que parecia distante. Pode ter sido a formatura própria ou de
alguém muito próximo, eventualmente um novo emprego, o sonho de ter a casa
própria, uma colheita farta, um carro novo e assim por diante. Todas essas
situações quando se aproximam renovam as esperanças e cresce o entusiasmo.
Neste mesmo sentido pode ser colocada a preparação para o Natal, este já é o
quarto domingo do advento, a celebração do nascimento do Senhor faz da
comunidade cristã uma assembleia de esperança e com vigor renovado.
O Rei Davi, cujo
relato é proclamado na primeira leitura de hoje, havia mudado a sua condição:
de guerrilheiro para dono de um palácio. Ele entende que essa transformação foi
realizada com a ajuda recebida de Deus. Em reconhecimento se propõe a construir
um templo para “Deus morar”. Por meio do profeta o Senhor Javé responde que
Davi deve esquecer essa preocupação e garantir que o povo inteiro tenha
condições dignas de vida, quanto ao templo e ao tempo de Deus Ele mesmo vai se
encarregar de construir algo que dure para sempre. A profecia se refere ao
nascimento de Jesus, que só foi se concretizar
muitos anos mais tarde.
Compreendendo a
veracidade dessa promessa o povo canta: “Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: 'O amor é garantido para sempre!' E a vossa lealdade é tão firme como os céus”. As mesmas palavras estão colocadas na
boca das assembleias que rezam neste domingo no salmo de resposta.
Escrevendo aos Romanos Paulo lhes ajuda a
perceber que as promessas outrora feita ao povo de Israel havia se concretizado
em Jesus: “Agora este mistério foi manifestado e,
mediante as Escrituras proféticas, conforme determinação do Deus eterno, foi
levado ao conhecimento de todas as nações, para trazê-las à obediência da fé”.
Com dificuldade para compreender, mas conhecendo bem as promessas Maria
não dúvida das palavras do Anjo: “'Eis
aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”.
Do mesmo modo como a Maria, as palavras do Anjo são dirigidas a toda a
humanidade destes tempos: “Alegra-te,
cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Embora perturbados com tudo o que acontece a cada dia é importante
colocar-se na atitude de Maria: “perturbada com estas palavras
começar a pensar qual seria o significado da saudação”.
Deus está presente na história humana, sua
presença realiza as esperanças e renova as expectativas. Fazer memória deste
acontecimento implica empenhar-se para que a presença de Deus seja reconhecida
no meio de todos e transforme a vida de todos.