LUZ
PARA AS NAÇÕES...
Aleluia! Quem diria!
Boa-nova é encontrar um menino!
Aleluia! Quem diria!
Partilhando do nosso destino!
Já nasceu nos mostrando outro jeito
De plantar novamente a harmonia,
De viver, de acolher o desfeito.
Vem chegando da periferia!
Este hino litúrgico
entoado pelas comunidades cristãs no tempo do Natal, certamente faz perceber
com mais clareza o sentido da festa que se chama Epifania do Senhor, ou Domingo
de Reis, como se diz na piedade popular.
O anúncio que foi feito
aos pastores pelo Anjo, na noite de Natal, se completa com a visão da estrela
que foi seguida pelos Magos. Em ambos os casos se trata de reconhecer que Deus
veio visitar a humanidade. Na oração que abre a liturgia da Palavra a Igreja
reza: “Concedei aos vossos servos e servas que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos
um dia face a face no céu”.
Para os cristãos do mundo
atual cabem as mesmas recomendações feitas pelo profeta Isaias: “Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém,
porque chegou a
tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em
trevas, e
nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor”.
O rosto de Deus que foi manifestado na pessoa de Jesus é, de
certa maneira, a própria misericórdia de Deus e que São Paulo escreveu as
efésios dizendo: “acaba de o revelar agora, pelo Espírito,
aos seus santos apóstolos e profetas... e todos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho”.
O Rei nascido em Belém cuja boa notícia a liturgia canta com
alegria é reconhecido pelos magos com seus presentes simbolizados no Ouro da
Realeza, no incenso da divindade e na mirra que significa paixão e sofrimento. Em
outras palavras aquele que é o Rosto da Misericórdia de Deus, é também Rei,
Deus e homem.
Para aqueles que celebram e que rezam juntos a manifestação
de Deus como luz do mundo, cabem as mesmas atitudes dos magos: Reconhecer o
messias, ad0rá-lo, e encontrar caminhos alternativos para todas as formas de
dor, morte e tristeza que o mundo contemporâneo continua produzindo
diariamente.
Celebrar a manifestação do Senhor, implica reconhecer a voz
do anjo que encaminha cada pessoa a trilhar caminhos novos e que preservem e
promovam a dignidade e a vida de todos.
Que a Igreja possa acolher com fé e viver com amor os
mistérios que o natal manifestou a todos.