VINDE PAI DOS POBRES
O Espírito é luz
que ilumina,
Convoca e envia
a Igreja em missão,
Renova a
esperança e anuncia
O dia da festa
da libertação.
Creio no
Espírito Santo que renova o homem com a liturgia,
Creio no
Espírito Santo que mata a fome na Eucaristia.
Que a comunidade dos discípulos de Jesus era entusiasta no que se
referia a aceitar as propostas e seguir Jesus e sua doutrina ninguém dúvida.
Mas ao mesmo tempo era medrosa e insegura quando se sentia longe dele e sem
compreender o que estava acontecendo sobre tudo depois da sua morte e
ressurreição.
Neste domingo de Pentecostes a Palavra de Deus mostra mais uma vez como
os discípulos se renovam e se reanimam com as palavras e com a missão que o
mestre lhes confia: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu
vos envio". E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: "Recebei
o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados;
a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos".
Como outrora também os cristãos contemporâneos vivemos num ambiente
conturbado, violento, arrogante e todos temos a missão de proclamar e construir
a paz. Precisamos de gente capaz de promover a alegria, o dinamismo, a paz, o
perdão, que sejam semeadores de esperança diante dos desafios do mundo atual.
Os cantos e preces que elevamos ao Espírito Santo nos mostram como Ele é
força criadora e renovadora de tudo e de todas as coisas. O Espírito é o
próprio Deus em comunicação com a humanidade. Sem ele a Igreja não teria razão
de existir: “Sem o Espírito Santo: Deus está longe, Cristo permanece
no passado, o Evangelho é letra morta, a Igreja é uma simples organização,
a autoridade é uma dominação, a missão é propaganda, o culto é
uma velharia e o agir cristão uma obra de escravos. Mas, no
Espírito Santo: o cosmos é enobrecido o Cristo ressuscitado torna-se
presente, o Evangelho se faz vida, a Igreja realiza a comunhão a
autoridade se transforma em serviço, a missão é um Pentecostes, a
liturgia é memorial, o agir humano é divinizado”.
O que aconteceu com os
discípulos se repetiu nas primeiras comunidades cristãs, conforme narra a
primeira leitura. Ali, povos de todas as raças e nações falam e ouvem as
maravilhas de Deus: “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos
estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como
se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então
apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um
deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras
línguas, conforme o Espírito os inspirava. Nós que somos partos, medos e
elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da
Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia, próxima de Cirene,
também romanos que aqui residem; judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos
nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria
língua!"
Falar outras línguas é a possibilidade de superar o fechamento, o
egoísmo, a divisão, o racismo, a marginalização, em resumo é o jeito de incluir
e de caminhar juntos. O Espírito modifica todas as relações humanas.
A comunidade de corinto, para
quem Paulo escreve a carta que lemos hoje, era uma comunidade viva e fervorosa,
mas ao mesmo tempo não servia de exemplo quando se tratava de viver a
fraternidade e o perdão. Por pouco ou nada armavam contenda e rivalidades que
perturbavam a comunhão sendo assim um contratestemunho. Por isso Paulo compara
a comunidade a um corpo: “Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que
realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em
vista do bem comum. Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como
todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim
também acontece com Cristo”.
A liturgia de hoje nos faz um apelo para aguçar nossa consciência: Como
os discípulos de Jesus, a comunidade dos apóstolos e as primeiras comunidades
cristãos todos temos a tarefa de contribuir para eliminar do nosso convívio os
conceitos e ideias de que existem cristãos e funções mais ou menos importantes,
mais ou menos necessárias, antes que todos fazemos parte do único e mesmo corpo
de Cristo guiado pelo Espírito Santo.