DAI AO NOSSO CORAÇÃO
As palavras visão, missão e
objetivo fazem parte da vida de todas as pessoas e com muito mais intensidade
nestes tempos de transformações rápidas e de modernidade liquida. Nestas
circunstâncias ainda mais as pessoas procuram ajuda, conselho e opinião para
suas decisões e escolhas. Entretanto, nem sempre procuram o conselheiro e a
opinião mais segura para tomar decisões importantes e decisivas em suas vidas.
As leituras deste domingo
apontam alternativas seguras quando uma pessoa quer errar menos e correr menor
risco em relação às suas escolhas. A Palavra de Deus nos recorda o provérbio
popular: “Nem tudo o que reluz é ouro” e que uma correta visão de mundo e
missão de acordo com aquilo que se acredita implica também em renunciar certas
propostas e outros caminhos.
O autor do livro da Sabedoria,
na primeira leitura, é categórico em afirmar que a única e verdadeira sabedoria
vem de Deus e só por meio dela será possível tomar decisões acertadas. A
sabedoria é um dom que Deus dá gratuitamente, porém para isso é necessário um
coração e uma vida abertos e acolhedores que reconheça a finitude da própria
existência e não se julgue autossuficiente e capaz de prescindir de Deus e dos
seus dons. A leitura é um convite a colocar na hierarquia correta os valores
sobre os quais construímos nossa visão de mundo e nossa missão nele: “Preferi a Sabedoria aos cetros e
tronos e em
comparação com ela, julguei sem valor a riqueza; a ela não igualei nenhuma pedra
preciosa, pois, a seu
lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areia e diante dela, a prata, será
como a lama”.
No Evangelho, a pessoa que se
ajoelha diante de Jesus em nada se compara aos fariseus e doutores da lei que vinham
com propostas embaraçosas para colocar Jesus a prova. Este se ajoelha e o chama
de bom e de mestre e coloca pra Jesus questões que o inquietam ao mesmo tempo
pede uma luz para o mais alto objetivo da sua vida, ou seja, quer saber qual sua
verdadeira missão no mundo.
Jesus reconhece a honestidade e
a sinceridade da pessoa que lhe apresenta o pedido remetendo-lhe à lei de
Moisés a qual o interlocutor garante conhecer e cumprir fielmente. Diante dessa
afirmativa Jesus o desafia a dar um passo maior: Já não se trata somente de
ganhar a vida eterna, mas ser participante do reino desde essa vida, como Ele
vai dizer depois aos discípulos: ‘Vai
vende o que tens e dá aos pobres depois vem e segue-me”.
A visão de mundo e a missão que
Jesus lhe apresenta implicam partilha, solidariedade, doação fazer essas
escolhas garante o que todos terão ainda nesta vida: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos,
irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições e,
no mundo futuro, a vida eterna”.
A vida eterna é um dom gratuito de
Deus que nós começamos a vivenciar à medida que deixamos a nossa bolha de
segurança dos falsos e efêmeros valores desse mundo para entrar na dinâmica da compaixão
e da lógica de Deus. Em resumo podemos dizer que a vida eterna se compara ao
provérbio popular: “Na cama que você fizer, nela se deitará”.
E ninguém melhor do que compreender
e aceitar a Palavra de Deus, como nos mostra a carta aos Hebreus, pode ajudar
as pessoas a discernir entre o bem e o mal o caminho correto e as escolhas eficazes:
“A Palavra de Deus é viva, eficaz.
Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos
prestar contas”.
Peçamos a graça de compreender a Palavra que
ouvimos, nos deixar moldar pela oração que fazemos e alimentados pela
Eucaristia que recebemos compreender com precisão qual é nossa missão
purificando a visão e os objetivos que temos para nossa existência no mundo.
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