sexta-feira, 27 de novembro de 2015
HOMILIA PARA O PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO - 2015
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sábado, 21 de novembro de 2015
HOMILIA PARA O DOMINGO DE CRISTO REI DO UNIVERSO - 2015
ELE
NOS LIBERTOU DOS NOSSOS PECADOS...
Em
qualquer roda de conversa alguns assuntos são muito frequentes. Dentre eles se
pode recordar futebol, e sobre isso quase todo brasileiro tem uma opinião;
política, e neste ponto os ânimos costumam se exaltar; previsão do tempo, e todos
têm alguma expectativa e finalmente conversa fiada, esta quase sempre depois
que todos os outros assuntos já se esgotaram. Mas no fundo, o cerne de todas as
preocupações é sobre a qualidade de vida, em outras palavras: “Como viver
melhor”!
Neste
domingo, celebrado com um olhar para o título que se dá a Jesus como o “Cristo
Rei do Universo”, os cristãos renovam suas esperanças no único que pode
modificar todas as coisas e garantir que os desejos de todos se realizem.
O
profeta Daniel, escreve num tempo em que muitos foram mortos, outros
perseguidos por causa da fé no Deus único a qual sustentavam com o preço de
suas vidas. Neste contexto o profeta narra uma visão de futuro: “eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho
de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua
presença. Foram-lhe
dados poder, glória e realeza”.
A situação que o povo vivia na época do profeta Daniel, cerca
de 500 anos antes do nascimento de Jesus, não foi muito diferente, cerca de 100
anos depois de Cristo, quando se tem as narrativas do Apocalipse, cujo texto é
lido como segunda leitura deste domingo. No texto do Apocalipse, que foi
escrito para reacender a esperança das comunidades perseguidas, hoje se lê o
texto que diz: “A
vós graça e paz
da parte de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra”.
da parte de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra”.
Eis que ele vem não confundindo,
nem tampouco limitando o seu reinado aos poderes deste mundo. Quando
interrogado por Pilatos sobre sua condição de Rei, Jesus responde: “'O meu reino não é deste mundo”.
Neste rei, cujo poder não se iguala aos poderes deste mundo os cristãos são confiados a depositar suas
esperanças em um tempo novo e em mais qualidade de vida. É claro que isto não virá
do acaso e sem qualquer esforço pessoal. Acreditar no reinado de Jesus e
perceber que o mundo pode ser melhor por causa desta verdade implica fazer
ressoar em todos os cantos da terra a força do amor.
Cada pessoa é convidada
a ser profeta da esperança, anunciar com a vida e com a palavra que o mundo e
as relações no mundo podem ser diferentes e muito melhores.
Com o salmo deste
domingo todos podem rezar em uma só voz: “Verdadeiros
são os vossos testemunhos, refulge
a santidade em vossa casa, pelos séculos dos séculos, Senhor”.
Nas Igrejas, na sociedade, nas
relações políticas e econômicas leigos e leigas provam sempre mais que para
muito além das meias verdades que se apresentam como absolutas o valor do
Evangelho é muito maior.
Que a oração de todos ajude a cada
um!
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sábado, 14 de novembro de 2015
HOMILIA PARA O DIA 15 DE NOVEMBRO DE 2015
COM
MEU POVO, CELEBRAR A ALVORADA...
Catástrofes
naturais e ambientais pelo Brasil e pelo mundo são mais frequentes do que se imagina.
No Brasil tem se registro desde 1928 desse tipo de acidente e que somadas as
vítimas chegam a mais de 3500 mortos. Nestes dias a mídia se ocupa com a “Lama
de Mariana”. Da mesma forma não são novidades os atentados terroristas os mais
antigos que se tem notícia datam do início do cristianismo, sendo possível
descrever pelo menos 25 atentados de grandes proporções, com ameaça à qualidade
de vida e a dignidade dos povos em todo o mundo. Neste final de semana o mundo
está em alerta por conta do terror que assolou Paris com mais de uma centena de
mortos.
O
profeta Daniel, no texto que se lê hoje fala destas coisas com uma linguagem
simbólica: Muitos são os mortos e oprimidos, tem se a impressão que o fim do
mundo está chegando, mas o profeta aponta para uma chama de esperança: “Naquele tempo se levantará o grande
príncipe defensor dos filhos do teu povo... os que forem sábios brilharão como
estrelas no firmamento...” Tal afirmação implica compreender que Deus
conhece os seus filhos e suas necessidades e não os deixará perecer! A leitura
é um convite para alimentar a esperança.
Com
a mesma simbologia Jesus se apresenta no Evangelho e narra a chegada do Filho
do Homem. Sinais extraordinários estarão acontecendo. Nem o sol e nem a lua
irão brilhar mais, e neste clima de insegurança o Filho do Homem vai aparecer
entre as nuvens. Mas de novo Jesus conclui sua mensagem com uma palavra de
coragem: Aprendam da figueira – ano após ano – os ramos ficam verdes, e vocês
sabem que o verão está chegando. Então não se preocupem com o fim quanto a este
dia, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai sabe quando será. Então por
hora, o compromisso e a certeza que permanece para todos é viver a plenitude da
graça, é ser testemunha e presença, fazendo ressoar em todos os cantos da terra
a força do amor. Assim ensinou o poeta: “Peregrinos
na estrada de um mundo desigual... já não sei por onde andar, na esperança eu
me apego ao mutirão. c Quero entoar um canto novo de alegria ao raiar daquele
dia de chegada em nosso chão, com meu povo celebrar a alvorada, minha gente
libertada, lutar não foi em vão”.
O
Reino de Deus, aquele que Cristo garantiu por sua morte e ressurreição já está
presente no mundo, apesar das barbaridades que se costuma ver em todas as
partes, porém cada pessoa é convidada a trabalhar cada dia, vigiar e perseverar,
como se reza no salmo: “Ó
Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos! Tenho sempre o Senhor ante meus
olhos, pois
se o tenho a meu lado não vacilo”.
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sábado, 7 de novembro de 2015
HOMILIA PARA O DIA 08 DE NOVEMBRO DE 2015
DEUS
E SENHOR NA PLENITUDE DOS TEMPOS
As tempestades por excesso
de chuva, vento e outras calamidades que tem se repetido nos últimos tempos
fizeram sofrer muita gente ao mesmo tempo que fizeram crescer o espírito de solidariedade
e a indignação com aqueles que deveriam tomar alguma atitude para que as
calamidades tivessem menor impacto diminuindo o número de vítimas e o volume
dos sofrimentos.
As leituras deste
domingo ajudam a compreender também essa situação que de uma forma diferente,
mas era também causa de sofrimento quando foram escritas de acordo com os fatos
como são contados nos textos.
O encontro do profeta
Elias com a viúva de Sarepta se dá num tempo em que povo experimentava um longo
período de seca e que a vida estava ameaçada para todos. Enquanto os responsáveis não apresentavam
solução para o problema as pessoas viviam a calamidade esperando a morte. O
Profeta provoca a viúva para uma ação extraordinária: repartir o único pedaço
de pão que lhe permitiria viver ainda uns poucos dias. A confiança na palavra
do Enviado de Deus muda completamente a situação: “A mulher foi e fez
como Elias lhe tenha dito. E comeram, ele e ela e sua casa, durante muito tempo. A farinha da vasilha não acabou nem diminuiu o óleo da jarra, conforme
o que o Senhor tinha dito por intermédio de Elias”.
Com total confiança em Deus e na palavra do profeta a mulher experimentou
um novo tempo em sua vida. Situações como esta eram frequentes entre o povo de
Israel e sem medo todos puderam cantar: “Bendize
minha alma ao Senhor, O Senhor é fiel para sempre, faz
justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem
liberta os cativos”.
A segunda leitura fala de Jesus como aquele que é Palavra
viva do Pai, o Filho que morreu uma única vez e que por sua ressurreição
garantiu que a morte não tem a última palavra Este foi o Jesus que se indignou
com os fariseus do Templo, se indispôs várias vezes e por diferentes razões com
eles.
Na condição de doutores da lei, os fariseus interpretavam e
faziam a lei acontecer segundo sua vontade e conveniência. Os pobres e
desprotegidos continuavam sendo obrigados a carregar pesados fardos cuja
finalidade era sustentar uns poucos que se mantinham à custa do sofrimento
alheio.
Fazendo perceber aquilo que ninguém observava, ou seja, a
oferta da pobre viúva, Jesus dá uma catequese sobre como as pessoas podem se
fazer úteis nas necessidades mesmo repartindo o pouco daquilo que nada dispõe.
Ao mesmo tempo faz uma dura crítica a quem se beneficia dos
sofrimentos. O ensinamento das leituras serve para todos também hoje. Cada
pessoa e cada comunidade é desfiada a ajudar os demais a deixar para trás
situações menos humanas e alcançar condições mais humanas. Religião verdadeira
não se conforma só com orações, socorre também os sofredores sem se deixar
contaminar pelos pecados do mundo.
A Eucaristia que se celebra é um ensinamento de como Jesus
soube entregar-se para salvar a todos e é um convite para a doação e o amor
incondicional a todas pessoas.
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sábado, 31 de outubro de 2015
JUBILEU DE PRATA DE ORDENAÇÃO PRESBITERAL
ENTOAI
AÇÃO DE GRAÇAS...
Por todas as gerações
És o meu Senhor
Pai que me quer no amor
Entoai ação de graças
e cantai um canto novo
aclamai a Deus Javé
aclamai com amor e fé
Eu vou reunir Jerusalém
pra te louvar, ó Senhor!
Te glorificar
ao dar-me tua paz!
Ao me revelar a tua lei
as tuas mãos eu senti.
Sim, te louvarei
enquanto eu existir.
A letra deste hino litúrgico, inspirado no Salmo 147 que não me canso de
repetir ao longo dos meus dias, é a melhor maneira de falar ao Senhor dos
Senhores, o meu sentimento de gratidão pelos 25 anos de ordenação presbiteral.
Uma graça que me foi concedida pela imposição das mãos de Dom Luiz
Colussi, então Bispo Diocesano de Caçador, no dia 03 de novembro de 1990.
Naquela ocasião pedi a Deus que eu fosse capaz de “Servir na Alegria e na Caridade”. Tenho consciência que, ao longo
destes vinte e cinco anos, muitas vezes não consegui realizar esse propósito,
outras tantas Deus me deu a graça de manifestar a sua presença no meio do mundo
como aquele que serve.
Neste momento elevando os olhos ao céu para aclamar a Deus Javé tomo a
liberdade de começar por um pedido de perdão a todos e a cada um para quem eu
não fui testemunha do amor, do serviço e da alegria de Deus. Peço a todos que
rezem comigo e me ajudem a compreender o que disse D. Luiz no dia da minha
ordenação: “O que impressiona não é a
perfeição da pessoa, o que impressiona é a generosidade da pessoa, isso
certamente impressiona a mim, todos vocês e a toda a humanidade até o fim do
mundo”.
Sim, eu te louvarei enquanto eu existir, porque muito maior do que o
ministério, muito maior do que a pessoa, muito maior que a Igreja, é o Senhor e
o seu Reino e é por isso que vale continuar esforçando-se, pois como dizia
Nelson Mandela: “Um Santo é um pecador
que nunca desiste”.
Repleto de todas as fragilidades humanas, sou grato por todas as graças
que Deus me concedeu viver nas paróquias, escolas e Universidades em Arroio
Trinta e Salto Veloso, Rio das Antas e Ipomeia, Fraiburgo, Blumenau e Videira em
Santa Catarina, Campo Verde, Jaciara e Cuiabá no Mato Grosso e Curitiba no
Paraná, onde trabalhei nestes vinte e cinco anos e acredito que “Se eu conseguir modificar uma vida ao tocar
outra com minha história, terei cumprido minha obrigação” (Zelda La
Grange).
Obrigado a cada pessoa que me ajudou a levantar em todas as minhas
fragilidades, aqueles que “empurraram minha
vaquinha*”, ou fizeram-me sentir o “Pintassilgo
da História**” afinal de contas o ensinamento da Santa Madre Paulina vale
sempre e para todos: “Não desanimeis, nunca, nunca, embora venham ventos
contrários”.
Ao longo destas duas dezenas e meia dois registros não podem passar em
branco. As inúmeras vezes que senti a presença de Minha Mãe e de N. Sra.
Aparecida em todas as provações e dificuldades. Nesta trajetória compreendo
muito bem a expressão do Papa Francisco: “Os
sacerdotes são como aviões, todos voam, mas só são noticia quando caem”,
sem sombra de dúvida Deus, Minha mãe e N. Sra. Aparecida me permitiram não ser
notícia, no sentido de que fala o Papa Francisco.
A pergunta mais frequentes que me fazem sobre minha vocação diz respeito
ao momento em que me senti chamado para ser padre. Devo responder com sinceridade
que é esta resposta eu não tenho. Faço-a com as palavras do Profeta Jeremias: “Antes
de formar você no ventre de sua mãe eu o conheci: antes que você fosse dado à
luz eu o consagrei para fazer de você profeta das nações” (Jeremias 4,1).
A segunda pergunta, não menos importante que a primeira, quase sempre
trata de como eu me sento na condição de padre. Também esta respondo com uma
palavra da escritura: “Anunciar o Evangelho não é um título de glória para mim;
pelo contrário, é uma necessidade que me foi imposta. Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho”.
(1Corpintios 9, 16);
Partilhando com Você este momento da minha vida, recomendo-me às suas
orações na certeza de que todos compreendemos que “Graça divina é começar bem. Graça maior é persistir na caminhada
certa. Mas graça das graças é não desistir nunca” (Dom Helder Câmara).
Aproveito para convidá-lo a celebrar comigo em ação de graças os vinte e
cinco anos de Ministério:
31/10/2015 – 18h00 Na
Igreja Matriz Imaculada Conceição de Videira – SC
01/11/2015 – 09h00 Igreja
Matriz de Ipomeia – SC
07/11/2015 – 18h00 Igreja
Matriz Rio das Antas – SC
14/11/2015 – 18h00 Igreja
Matriz Arroio Trinta – SC
15/11/2015 – 08h30 –
Igreja Matriz Arroio Trinta - SC
21/11/2015 – 16h00 Na
Associação de Moradores do Bairro Santa Tereza – Videira – SC
26/12/2015 – 20h00 –
Igreja Matriz São Joaquim de Verê – PR
08/01/2016 – 18h15 –
Matriz Basílica de Aparecida – SP
09/01/2016 - 09h00 – Santuário Nacional de Aparecida – SP
17/01/2016 - 10h00 –
Capela São Miguel – Planalto - Verê - PR
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HOMILIA PARA O DIA DE FINADOS 2015
DAI-LHES,
SENHOR O REPOUSO ETERNO...
Leituras: Jó 19, 1. 23-27ª; Salmo
26 (27);
Romanos, 5, 5 – 11; João 6, 37 -40.
Dentre as muitas frases e palavras sobre o sentimento de
perca que as pessoas são obrigadas a experimentar ao longo da vida, uma delas
diz mais ou menos assim: “Pelos olhos
escorrem, aquilo que o coração já não consegue guardar... a eterna saudade!”.
É este um dos sentimentos que mais fácil se pode perceber no
dia de finados. Diante do jazigo das pessoas que se ama é inevitável deixar “doer
o coração”, e dentre as ações possíveis para diminuir a dor e conformar a
saudade as sepulturas são decoradas com flores, frases e lágrimas.
Porém, há um consolo extraordinário que o cristianismo
garante para aqueles que acreditam: “Onde
está ó morte a tua vitória?”. Diante do mistério que envolve a relação
entre a vida e a morte a Palavra de Deus facilita às pessoas compreenderem que
a vida é um dom de Deus para ser cuidado e partilhado.
Na liturgia dos fieis defuntos quando se ouve a leitura de
Jó: “Queria que as minhas palavras fossem
gravadas em uma pedra: Eu sei que o meu redentor vive e que o verei face a face”
se confirma a certeza que vive em todos os que acreditam: “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em
nossos corações” como diz São Paulo na carta aos Romanos.
Vivenciar esta verdade que permite enxugar as lágrimas é um
privilégio daqueles que confiam na palavra de Jesus: “Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, eu não os
afastarei”.
Visitando o túmulo dos falecidos, derramam-se lágrimas, ao
mesmo tempo que se acende a luz da esperança conforme se reza no salmo: “Senhor é minha luz e salvação, sua bondade
eu hei de ver na terra dos viventes”.
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HOMILIA PARA O DIA DE TODOS OS SANTOS
APAIXONADOS
POR DEUS E PELO SEU REINO
Quando
se vê uma pessoa que realiza suas tarefas e cumpre suas responsabilidades com
competência e dedicação costuma-se dizer que tal pessoa é um apaixonado por
aquilo que faz. Assim se tem pais e mães apaixonados, professores apaixonados,
médicos apaixonados, varredor de rua apaixonado, motorista apaixonado e assim
por diante.
Na
liturgia deste domingo a Igreja celebra a solenidade de todos os santos.
Existem muitos critérios para se declarar que alguém seja santo, alguns passam
pelo crivo de estudos científicos muito apurados, outros pela realização de
milagres, mas a maioria dos santos vem do coração das pessoas. E neste último
caso quase sempre a condição fundamental para que as pessoas atribuam para
alguém este título diz respeito à paixão que marca o dia a dia daquele que é
considerado Santo.
As
leituras bíblicas que se proclamam no dia de todos os santos ajudam melhor
perceber o que é preciso fazer para ser Santo e consequentemente estar perto de
Deus. O livro do Apocalipse fala de cento e quarenta e quatro mil, este número
sendo a multiplicação de 12 x 12 x 1000, indica a perfeição, a totalidade
daqueles que se tornaram santos, em seguida afirma que os santo são uma multidão
que não se pode contar. Porém o mais importante na leitura é que a multidão que
não se pode contar são aqueles que reconhecem e proclamam: “A salvação
pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro". Os santos não temem afirmar que: “O louvor, a
glória e a sabedoria, a ação de
graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém".
Todavia, a mais autêntica forma de
proclamar a grandeza de Deus não é por meio das palavras, mas com a vida. E
isto Jesus mostra no Evangelho quando descreve as condições para herdar o Reino
de Deus: Pobreza de espírito, mansidão,
fome e sede de justiça, misericórdia, pureza de coração e gente de paz.
A prática destas virtudes, garante
a todos um dos maiores presentes que alguém pode receber e que consiste no
reconhecimento da filiação. São João afirma: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados
filhos de Deus! E nós o somos!
Por estas razões a
Igreja reza com o Salmo: “É assim a
geração dos que procuram o Senhor”.
Neste sentido é que todos e cada pessoa é convidada a ser santo. Não
como uma tarefa quase impossível, mas sendo capaz de viver os desafio de cada
dia, abraçando as suas responsabilidades e tarefas com paixão de modo que em qualquer
lugar e não importando qual a sua profissão todos tem possibilidade para ser
santos e, como diz a primeira leitura, poder sentar-se diante do trono e do Cordeiro.
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sábado, 24 de outubro de 2015
HOMILIA PARA O DIA 24 DE OUTUBRO DE 2015
CORAGEM,
VAMOS EM FRENTE...
Por diversas regiões
catarinenses e no vizinho Rio Grande do Sul as chuvas, ventos e granizos tem
provocado medo, e causado inúmeros prejuízos. Nossos velhos, com a sabedoria
prática que lhes era particular chamavam esse tempo de “Enchente de São Miguel”.
Os modernos recursos tecnológicos, tais como radares e estudos meteorológicos
atribuem este fenômeno ao “El ninho” Independente do nome que se dê e
de quem seja o responsável por esta situação, o fato é que populações inteiras
vivem em situação de sofrimento. Tenha-se presente, que estas reviravoltas no
tempo se repetem ano após ano, seja por conta de “São Miguel”, seja por conta
do “El Ninho”, frequentemente ouve-se
o grito de centenas de pessoas pedindo por ajuda e socorro.
Exatamente sobre o
grito de sofrimento e de abandono o profeta Isaias fala na primeira leitura,
quando aponta a ação libertadora de Deus: “Salva, Senhor, teu povo, Eis
que eu os trarei do país do Norte e os reunirei
desde as extremidades da terra; entre eles há cegos e aleijados, mulheres
grávidas e parturientes: são uma grande multidão os que retornam. Eles chegarão entre lágrimas e eu os
receberei entre preces”.
A mesma situação se repete com o Cego de Jericó. Ele não
conhece Jesus, nem sabe direito qual o título ou nome que deve dar. Mas grita
com insistência. Seu clamor incomoda os que estão próximos e caminham com o
Messias. Muitos querem fazê-lo calar, porém Jesus reconhece a voz do sofrimento
chama o cego para junto dele estabelece uma conversa e soluciona o problema: “O que queres que eu te faça?' O cego
respondeu: 'Mestre, que eu veja!' Jesus disse: 'Vai,
a tua fé te curou'. No mesmo instante,
ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho”.
Jesus que ouve o clamor dos sofridos é aquele que a Carta aos
Hebreus chama de “Sumo
sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em
favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e
sacrifícios pelos pecados. Sabe ter compaixão
dos que estão na ignorância e no erro”.
Ora o que a Palavra de Deus tem de ensinamento para cada
pessoa e para as comunidades deste tempo, que vivem, ano após ano as mesmas
provações e os mesmos sofrimentos? Todos e cada pessoa é convocada a olhar para
frente, não apenas a apresentar medidas e soluções paliativas que diminuam o
sofrimento momentâneo daqueles que estão sujeitos a toda forma de desgraça e
calamidade.
Todos e cada um é convida a defender e colaborar para que as situações
que provocam dor, morte e tristeza sejam de uma vez por todas eliminadas, não
apenas socorridas nas necessidade imediatas.
Claro está que a primeira ação de todos é a oração, mas o
seguimento e a atenção à Palavra de Deus pede de todos muito mais que isso.
Nada de ficar mantendo as pessoas sentadas à beira do caminho gritando por
socorro, é importante ajudar os necessitados garantindo-os condições para que
se levantem e caminhem ao encontro do Senhor de modo que se possa repetir com o
Salmo: “Chorando
de tristeza sairão, espalhando suas
sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!”.
A ação que se espera de todos, cristãos e não cristãos,
autoridades, comunidades e flagelados é que os problemas estruturais
responsáveis pelas catástrofes que se repetem seja resolvidos, de modo que nem
a “enchente de São Miguel”, nem o “El Ninho” continuem provocando sofrimentos
e deixando centenas de pessoas à beira do caminho semelhantes ao Cego Bartimeu.
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sábado, 17 de outubro de 2015
HOMILIA PARA O DIA 18 DE OUTUBRO DE 2015
PESSOAS
APAIXONADAS
Uma
das expressões muito usadas atualmente nos negócios, nas empresas, no serviço
público, nas escolas, diz mais ou menos assim: “Precisamos de pessoas apaixonadas”. Mas que significado tem esta
frase para cada uma das situações. O sentido desta expressão, costuma ser
descrito da seguinte maneira:
“apaixonado,
é alguém capaz de trabalhar com comprometimento total, e dar o melhor de si
pelos objetivos da organização. Um colaborador apaixonado é aquele cujos olhos
brilham quando a empresa tem sucesso e enfurece-se quando ela perde mercado.
Neste caso, sente como se fosse uma ofensa pessoal, então empenha-se
inteiramente e não mede esforços para reverter a situação. O apaixonado sofre
com o sofrimento da amada e se alegra com seu sucesso, por isso não tolera
quedas de rentabilidade e vibra com o lucro crescente”.
Pois bem. É de pessoas apaixonadas que a Palavra de Deus
fala neste domingo e convida os ouvintes a seguir seus exemplos. O profeta
Isaias escreve na primeira leitura sobre o sofrimento de uma pessoa que vive em
uma sociedade injusta e que por causa desta situação também ele se sente vítima
e faz tudo para se libertar e libertar os demais. No final do texto é possível
perceber que o seu sofrimento não foi em vão, pelo contrário, produziu muito
fruto. Mesmo que fosse preciso enfrentar a morte, como um apaixonado, o servo
sofredor faz resplandecer o rosto de Deus que não quer o sofrimento pelo
sofrimento, pelo contrário interpreta como uma condição necessária para dar
maior visibilidade à vitória e a vida. A última frase da primeira leitura é
esclarecedora para todos: “Por esta vida de sofrimento,
alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu
Servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas”.
Na
mesma condição a carta aos Hebreus descreve a pessoa de Jesus Cristo afirmando
que ele foi solidário com todos, compadeceu-se da fraqueza, fazendo-se igual a
todos, porém vitorioso, porque não se deixou vencer pelo pecado. Não é sem
razão que se proclama no Salmo: “Mas o
Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para
da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria”.
Onde
as pessoas se compartam como apaixonadas pela causa não tem lugar para
favoritismos e vantagens pessoais, sobretudo, quando estas acabam prejudicando alguém.
Esta verdade fica evidente nas palavras do Evangelho. Os filhos de Zebedeu
ainda não tinham percebido o significado da missão da Jesus e porque estavam
seguindo seus passos. Eles ainda esperavam algum favor particular: “Mestre Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando
estiveres na tua glória!”.
A
resposta de Jesus aos dois discípulos se enquadra na expressão que popularmente
se diz: “deu nos dedos”. Eles estavam
dispostos a tudo para conseguir este quebra galho para os seus interesses. E
Jesus não só lhes diz que não atenderá o seu pedido, como dá uma orientação
precisa sobre o que deve fazer aquele que é um apaixonado pela causa: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Vocês
sabem que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam.
Mas, entre vocês, não deve ser assim:
quem quiser ser grande, seja aquele que serve;
e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo
de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate
para muitos”.
Em resumo,
o que Jesus diz para os filhos de Zebedeu, serve também para cada pessoa em
nosso tempo. A palavra de Jesus é um desafio a não repetir os mesmos esquemas
que se vê por aí. O tal do “jeitinho brasileiro”.
Antes é preciso sim ser capaz de fazer a mesma coisa que o “Filho do Homem” que veio para servir,
cujo significado na linguagem moderna: “A
lei fundamental para todos é ser um apaixonado por aquilo que acredita”.
Neste
contexto a Igreja coloca como reflexão para o dia de hoje a intenção
missionária. Todo batizado precisa ser antes de tudo um apaixonado pela causa
do evangelho de modo que a mensagem de vida, de liberdade, de valorização da
pessoa chegue para todos em todos os lugares. Um apaixonado é alguém capaz de
dar o melhor de si por aquilo que acredita.
Que a
oração e a Eucaristia ajudem a todos e a cada um!
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sábado, 10 de outubro de 2015
HOMILIA PARA O DIA DE NOSSA APARECIDA - 2015
PALAVRA
DE MÃE...
Os recursos tecnológicos,
as redes sociais, a comunicação virtual permitem propagar com uma velocidade
incrível informações, mensagens, pensamentos, compartilhar ideias e assim por
diante. Acessando a Internet e digitando a expressão: “Palavra de Mãe” é possível
se perder na infinidade de páginas que se abrirão para pesquisa e navegação.
Ora, é Palavra de Mãe o
que se houve da Sagrada Escritura neste dia que o Brasil inteiro se volta para
N. Sra. Aparecida. A primeira leitura apresenta a Rainha Ester que vai diante do Rei
num tempo em que muitos injustamente haviam sido condenados à morte. E Ester
suplica pelo seu povo: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e
se for de teu agrado, concede-me a vida - eis o meu pedido! E a vida do meu povo
- eis o meu desejo!”. O livro
do apocalipse apresenta a figura de uma mulher grávida ameaçada por um dragão.
A coragem e a determinação da mulher, garantem que ela dá à luz um filho e este
é salvo e levado para junto de Deus. No Evangelho, Maria circula entre os
convidados de um casamento. Ela não é simplesmente mais uma convidada para a
festa, caminhando com Jesus faz o papel de mediação entre Ele e as necessidades
do povo.
Sua palavra é decisiva e uma das mais significativas que
saíram da boca de Maria com uma atualidade impressionante: “Façam tudo o que Ele lhes disser”.
Em resumo isso é Palavra de Mãe!
Pois bem, a Mãe de Jesus, nestes dois mil anos de história,
recebeu inúmeros títulos. Em cada tempo, e em cada lugar N. Sra. Senhora é
sempre Mãe de Jesus não importa com qual nome venha a ser reconhecida.
No Brasil é a Mãe Aparecida! “Sua imagem desperta a fé em todo o mundo, desde o mais importante dos
homens ao vagabundo” Em 1717, quando a imagem foi pescada no rio Paraíba,
os pescadores estavam obrigados a garantir grande quantidade de peixes para
alimentar um sanguinário conde de Portugal que estava no Brasil para
supervisionar o pagamento dos impostos ao rei português. Este sujeito humilhou,
maltratou e matou muita gente. Depois que a imagem de Maria foi pescada não se
tem nenhuma certeza que o Conde Dom Pedro de Almeida tenha participado de algum
baquete na Vila de Guaratinguetá onde estava prevista sua chegada naqueles
dias.
Desde aquela época até os dias de Hoje, Maria continua sendo
a intercessora infalível, o escudo seguro para muita gente que vai e que vem, e
que encontra na “pequenina imagem de
Aparecida” conforto segurança, esperança e vida nova.
“Virgem Mãe
Aparecida, estendei o vosso olhar, sobre o chão de nossa vida, sobre nós e
nosso lar. Virgem Mãe Aparecida nossa vida e nossa luz dai-nos sempre nesta
vida paz e amor do Bom Jesus”.
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HOMILIA PARA O DIA 11 DE OUTUBRO DE 2015
SACIA-NOS
Ó SENHOR COM VOSSO AMOR!
Uma das situações mais
frequentes no dia a dia das comunidades são os chamados “pequenos furtos”; “Sequestro
relâmpago”. Claro que estão evidentes também os maiores como aqueles
investigados pela Polícia Federal e divulgados pela imprensa em todos os
lugares. Tudo isso permite se perguntar qual
é mesmo o valor absoluto na vida das pessoas? O que significa o dinheiro, o poder,
a autoridade, na vida de alguém? Diariamente pessoas são assassinadas por
quantias insignificantes, está diante dos olhos de todos pessoas trapaceando
para chegar ao poder e apostando tudo nesse modelo de construir e conduzir a
sociedade e as instituições.
O livro da Sabedoria, de
onde se tirou a primeira leitura deste domingo ajuda a perceber com clareza por
onde se pode caminhar, e quais escolhas fazer quando se trata de lidar com o
poder, com o dinheiro, com a fama e assim por diante: “Orei, e foi-me dada
a prudência; supliquei,
e veio a mim o espírito da sabedoria. Preferi a Sabedoria aos cetros e tronos e em comparação com ela, julguei
sem valor a riqueza; a ela não igualei nenhuma pedra preciosa, pois, a seu lado, todo o ouro do
mundo é um punhado de areia e diante dela, a prata, será como a lama”.
A carta aos Hebreus reafirma a superioridade da Palavra de
Deus em relação a todas as ações humanas: “A Palavra de Deus é
viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra
até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e
as intenções do coração. E não há criatura
que possa ocultar-se diante dela”.
Com absoluta sabedoria o salmo convida todos para uma sábia
oração: “Ensinai-nos a contar os nossos
dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Saciai-nos
de manhã com vosso amor, e exultaremos de
alegria todo o dia! Alegrai-nos pelos dias que sofremos, pelos
anos que passamos na desgraça”!
O que ensinam as leituras e o que se reza no Salmo é busca do
jovem que vai ao encontro de Jesus. O rapaz vivia um dilema em relação às suas
escolhas. Tinha certeza da bondade e honestidade do seu coração. Diante da pergunta
de Jesus sobre o respeito aos mandamentos ele não teve dificuldade em responder
“Mestre, tudo isso tenho observado
desde a minha juventude’.
Diante desta afirmativa Jesus lhe apresenta o mais decisivo
desafio, o qual implica na capacidade de fazer escolhas. Jesus lhe propõe uma
nova interpretação do que se lê no livro da Sabedoria: Tudo o que é passa não
traz a felicidade. É necessário ter a coragem de buscar muito mais do que isso.
“Vai vende tudo o que tens e depois vem e
segue-me”. Isto é, deixa tuas falsas riquezas e foca naquilo que realmente
é importante. Isso Jesus também aos seus discípulos e lhes garante: “Para Deus nada é impossível”.
Ora, diante da realidade que se vê, das injustiças que
continuam sendo praticadas e vivenciadas em toda parte, qual será o papel
daquele que, como o jovem do Evangelho quer alcançar o Reino de Deus? A Palavra
de Deus proclamada deixa claro a melhor atitude a fazer: “Ensinai-nos a contar os nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria”.
A Eucaristia celebrada e a oração feita na comunhão com a Igreja são ajuda extraordinária
para reconhecer o Espírito de Deus presente no meio do mundo e na vida das
pessoas.
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sábado, 3 de outubro de 2015
HOMILIA PARA O DIA 04 DE OUTUBRO DE 2015
FELIZ É QUEM SABE
AMAR...
A crise política e econômica que
está atormentando todos os brasileiros mais uma vez mostra a fragilidade das
leis e das estruturas de poder e da organização social do nosso país. Não
faltam leis, normas, regras, instituições responsáveis, nem dinheiro falta.
Falta seriedade na condução da coisa pública e falta responsabilidade por parte
daqueles que foram escolhidos ou indicados para dar conta de determinadas
funções e tarefas. Ora o que tem isso a ver com a Palavra de Deus prevista para
esse domingo, quando se celebra também o dia da paz e se pede pela paz no
mundo, nas famílias, com o meio ambiente e em todas as relações pessoais e
sociais?
A narrativa da origem da pessoa
humana, que se lê no livro do Gênesis, deixa claro o papel do homem e da mulher
na história da humanidade. Os dois foram feitos um para o outro e ambos para
que o mundo seja cuidado e continue sendo sempre melhor: ambos deixarão pai e
mãe, isto é, o conforto e as seguranças já conquistadas para continuar
construindo novas formas de relação humana entre si, com as outras pessoas, com
a natureza e obviamente com o criador de todas elas.
A comunidade que se reúne para
celebrar reza também com a mesma intenção: “Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos, do trabalho de tuas
mãos hás de viver e tudo ira bem”. A carta aos Hebreus apresenta a pessoa
de Jesus como o santificador, aquele que teve origem na primeira criatura
humana, mas que a completou com o sofrimento, as provações e a própria morte.
No Evangelho, quando os fariseus
provocam Jesus sobre as permissões e proibições da lei, Ele vai muito além do
que isso e faz um ensinamento extraordinário que incluí o perdão, a cobiça e ambição.
Superando a legislação de Moisés Jesus pede que os fariseus observem antes qual
o sentido da vida da pessoa humana. Ou seja, compreendam que um nasceu para o
outro e que ambos existem para construírem juntos a felicidade.
E para que as pessoas sejam
felizes Ele recomenda, dar um basta na dureza de coração e na prática de
relações humanas só pautadas pela lei. Antes, diz Jesus, a pessoa precisa viver
o amor o aponta isso na unidade entre o homem e a mulher que se completa pela
acolhida das crianças e pelo respeito da individualidade de cada pessoa humana.
Eis o que pode sobrar para os
cristãos do terceiro milênio e para os cidadãos brasileiros. Acima de toda lei,
de todas as instituições e de todo poder será necessário aprofundar a
capacidade de amar e o respeito de todos para aquilo que pertence a todos.
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sábado, 26 de setembro de 2015
HOMILIA PARA O DIA 27 DE SETEMBRO DE 2015
EVANGELHO
– BOA NOVA DE TODOS PARA TODOS
Neste domingo a Igreja no
Brasil comemora o dia da Bíblia. Este livro que modificou a história da
humanidade, trouxe também as inovações da tecnologia. Foi o primeiro livro
impresso no mundo e tornou-se popular à medida que sua publicação foi sendo traduzida
para o idioma de cada povo. Esta situação tem a tudo a ver com os textos que se
proclamam na liturgia deste domingo.
Por sua vez, nesta semana
o mundo viu o Papa Francisco falar no Congresso dos Estados Unidos, trata-se de
um fato histórico seja pelo conteúdo do discurso, seja por que foi a primeira
vez na história que um Papa fala naquele ambiente. Claro que essa realidade tem tudo a ver com a
maneira como o Papa Francisco vem conduzindo a Igreja e como ele compreende o
papel das pessoas e dos cristãos no mundo.
Em outra ocasião recente,
o Papa falou sobre o papel dos que não professam a fé católica e disse: “Se uma pessoa faz o bem não importa qual é a
sua religião”. Esta expressão tem a
ver também com as leituras proclamadas na liturgia.
Moises repreende aqueles
que não aceitam a colaboração de outros no serviço que Ele mesmo desempenhava: “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito”. Quase com as mesmas palavras
Jesus chama a atenção daqueles que não aceitavam os diferentes: “'Não o proíbam, pois ninguém faz milagres em
meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é
contra nós é a nosso favor”.
O que conta é fazer o bem. Depois de dar esta advertência,
Jesus faz um longo discurso sobre a prática da caridade e o que significa não
fazer pecado: “Em verdade eu vos digo: quem
vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber
a sua recompensa. E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado
no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”.
Não praticar o bem e desrespeitar a pessoa humana é
condenação feita pelo apóstolo Tiago na segunda leitura deste domingo. “O clamor dos trabalhadores chegou aos
ouvidos do Senhor todo-poderoso. Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues
à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança”.
Estas também foram as palavras do Papa na ONU quando: “cobrou
soluções imediatas para problemas como exploração sexual de menores, tráfico de
drogas, terrorismo, fome no mundo e danos ao meio ambiente”.
Em resumo a Palavra de Deus produzirá frutos na vida das
pessoas não precisamente por causa da pregação, ou de quem prega, mas produzirá
frutos quando aqueles que acreditam e aqueles pregam, antes de fazer isso forem
capazes de fazer o bem e de viver a caridade.
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quinta-feira, 17 de setembro de 2015
HOMILIA PARA O DIA 20 DE SETEMBRO DE 2015
JUSTIÇA E PAZ SE
ABRAÇARÃO
Na história do Brasil, e
em na história de todos, é comum os altos e baixos, os bons e os maus momentos,
o que as vezes se chama de “vacas gordas e vacas magras”. Em 2015 o país e a população
estão passando por maus bocados e o medo começa a tomar conta sobre como será o
futuro do país, do trabalho, da economia e etc. é nesta hora, que de maneira
mais do que insistente é importante repetir o salmo: “Por vosso nome, salvai-me, Senhor; e dai-me a vossa justiça! Ó meu Deus, atendei minha prece e
escutai as palavras que eu digo! Quero
ofertar-vos o meu sacrifício de coração e com
muita alegria; quero louvar, ó Senhor, vosso nome, quero cantar vosso nome que
é bom”.
É nos momentos de dificuldade que mais facilmente se percebe quem
está para lhe ajudar e para lhe fazer afundar de vez. Ora, as provações que o país está
experimentando permitem entender o conteúdo das palavras do livro da Sabedoria:
“Os ímpios dizem: Armemos
ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo
de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas
contra a nossa disciplina. Vejamos, pois, se é
verdade o que ele diz, e comprovemos o que
vai acontecer com ele. Se, de fato, o justo
é 'filho de Deus', Deus o defenderá e o
livrará das mãos dos seus inimigos”.
As provações e as dificuldades são ocasião especial para
entender as palavras de São Tiago: “Onde há inveja e
rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. Por
outra parte, a sabedoria que vem do alto é,
antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. O
fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que
promovem a paz”.
Compreender esta verdade, viver pensando no bem de todos e na
felicidade para todos não é uma dificuldade dos nossos tempos. No texto do
Evangelho, Jesus está falando aos discípulos da mais dura provação que ele
mesmo vai experimentar: “O Filho do Homem
vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão”. Enquanto Jesus falava disso o evangelho conta
qual era a preocupação dos discípulos: “Eles,
porém, ficaram calados, pois pelo caminho
tinham discutido quem era o maior”.
E Jesus dá uma lição que pode e precisa ser aplicada para os
tempos modernos e para os momentos de dificuldades que as pessoas e comunidades
estão sujeitas: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!' Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está
acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”.
Eis o que faz a comunidade que se reúne em oração a cada
domingo. Rezar e pedir a capacidade de reconhecer a presença de Deus nas horas
de dificuldade e a coragem para ser sempre aquele que serve e que acolhe.
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sábado, 5 de setembro de 2015
SUGESTÃO DE HOMILIA PARA O DIA 06 DE SETEMBRO DE 2015
ELE FAZ BEM TODAS AS
COISAS...
Dentre as muitas
situações que faz uma pessoa ser feliz, uma delas é sentir-se amado e acolhido
no seu ambiente de trabalho, na sua comunidade, entre os familiares e etc.
As formas de manifestar o
acolhimento são muito distintas em cada grupo, pessoa e situação. Não é
necessário muito conhecimento da Bíblia para perceber que as narrativas tratam
sempre desta realidade: Acolher e ser acolhido!
As leituras deste domingo
estão também nesta direção. O profeta Isaias faz um anuncio extraordinário, que
é, ao mesmo tempo, uma forma de acolhida. “Dizei às
pessoas deprimidas: 'Criai
ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a
recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar'. Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos
dos surdos”.
Longe de pensar que em outros tempos tudo era fácil e sem complicações, a
leitura faz perceber a mais pura realidade da condição humana. E Deus, como
sempre, presente nestas situações, anuncia pela boca do profeta sua ação
acolhedora e que transforma a vida das pessoas.
São Paulo, na carta a Tiago, faz uma observação àqueles que
se declaram seguidores do Evangelho de Jesus Cristo: “Meus irmãos, a fé que tendes em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado
não deve admitir acepção de pessoas”. O conselho de Paulo, serve também para as pessoas e
comunidades do terceiro milênio. Isto é, os seguidores de Jesus, em qualquer tempo
e lugar são desafiados à mesma atitude de Jesus: “Fazer bem todas as coisas”.
A passagem do evangelho é mais uma das clássicas intervenções
de Jesus em favor de uma pessoa que não tinha plena cidadania e que por isso
estava excluída do convívio pleno com os seus conterrâneos. Jesus acolhe sem restrições
o homem surdo e que falava com dificuldade. Proclama uma palavra com autoridade:
“Abre-te
- imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a
falar sem dificuldade”.
Deus em quem os cristãos acreditam reacende a esperança,
mostra seu cuidado, acolhe a todos e de modo particular aos necessitados e
marginalizados. Essa é a verdadeira imagem
de Deus que se reza no salmo: “O Senhor abre os
olhos aos cegos o
Senhor faz erguer-se o caído; o Senhor ama aquele que é justo É o Senhor quem protege o estrangeiro”.
Compreendendo isso, resta aos cristãos fazer tudo para que
sua vida e sua ação se assemelhe a vida
e às ações daquele em quem acreditam. Como dizia Santo Agostinho: “Não basta fazer coisas boas, é preciso
fazê-las bem”.
Que a Palavra e a Eucaristia partilhada hoje ajude a todos e
a cada um, a melhor viver e compreender a importância de fazer “bem todas as coisas”.
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