sexta-feira, 9 de agosto de 2019

HOMILIA PARA O DIA 11 DE AGOSTO DE 2019


O SENHOR OLHA COM MISERICÓRDIA ÀQUELES QUE O RESPEITAM
O estudante de uma escola de Itajaí, que aos 13 anos conquistou o primeiro lugar num desafio nacional de Programação e Robótica, chama a atenção de todos pela sua inteligência e domínio no uso das tecnologias. Porém, parece muito mais sugestivo compreender a motivação que levou o garoto a desenvolver “bengalas com sensor para cegos.”  O menino teve a inspiração na necessidade de outra criança, sobre quem  declara: “Ela tem 12 anos e não consegue enxergar nada, aí eu fiz esse projeto para tentar ajuda-la como exemplo em ajudar o próximo” e contínua: “Eu gostaria de fazer ela voltar a enxergar, que eu vejo que um deficiente visual só imagina, a mãe, o pai e as outras pessoas, só que eu sei isso não dá”. Ninguém dúvida que o exemplo deste aluno tem tudo a ver com a mensagem das leituras deste final de semana.
A Palavra de Deus que se ouve na liturgia deste domingo é um convite ao serviço: o verdadeiro discípulo não vive de braços cruzados, levando a vida cômoda. Pelo contrário está sempre atento e disponível para acolher o Senhor escutando seus apelos nas necessidades das outras pessoas. O texto da Sabedoria recorda como o povo de Israel percebeu o dia da vitória de Deus dando atenção aquilo que garante a vida e a felicidade, ao contrário de outros povos  foram capazes de discernir entre o que dura apenas algum tempo e os valores perenes. Como se lê na primeira leitura de hoje: “A noite da libertação foi esperada por teu povo, como salvação para os justos, os piedosos filhos dos bons fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente enquanto entoavam antecipadamente os cânticos de seus pais”.
A carta aos Hebreus mostra uma relação de pessoas que servem de testemunho para todos por que foram capazes de fazer sintonia entre a fé e a vida: “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem. Foi a fé que valeu aos antepassados um bom testemunho. Foi pela fé que Abraão obedeceu à ordem de partir. Foi pela fé que ele residiu na terra prometida. Foi pela fé também que Sara, embora estéril e já de idade avançada, se tornou capaz de ter filhos. Foi pela fé que de um só homem nasceu a multidão 'comparável às estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar”.
O Evangelho relata a atitude de Deus na relação com o seu povo: “Não tenham medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar- lhes o Reino”. Ao mesmo tempo recomenda algumas atitudes que sejam correspondentes ao cuidado recebido do Pai: “Vendam seus bens e deem esmola. Façam bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói. Porque onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração”.
O discípulo que respeita o seu Senhor não espera que as coisas aconteçam sem que tenha sua participação decidida e firme na solução dos problemas e dificuldades que aparecem cotidianamente: “Fiquem preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar. Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! Em verdade eu lhes digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens”.
Ser cristão não é uma condição para viver de acordo com as conveniências, pelo contrário é um compromisso a tempo pleno que precisa ser manifestado em todas as atitudes e em todos os pensamentos. Desta certeza merece ser recordada a atitude do garoto que usou suas habilidades para diminuir o sofrimento de outra pessoa.
Podemos nos perguntar com seriedade: Nossas ações diárias mostram nossa fisionomia de cristãos comprometidos com a causa que acreditamos? Estamos abertos para acolher os apelos que Deus nos faz nas necessidades dos irmãos. Escutamos os sinais do mundo por meio dos quais Deus nos apresenta suas propostas.
No contexto do mês vocacional entendemos que o Batismo nos faz missionários e enviados também como pais dentro das nossas casas e comunidades. Já nos demos conta da dupla verdade de ser pai. Percebemos que existe um pai fora e um pai dentro de cada um de nós?
Na condição de pais todos recebemos um serviço e uma autoridade. Exercemos essa tarefa com humildade e simplicidade. Estamos atentos às necessidades, sobretudo dos pobres, pequenos e mais vulneráveis, ou nos instalamos no egoísmo e no comodismo e deixamos que as coisas se arrastem, sem entusiasmo, sem vida e sem esperança.
Que a oração de todos, a Palavra e a Eucaristia sirvam de remédio para nossas debilidades e de força para nossas fraquezas.


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