O MESTRE MORA NO MEIO DO POVO!
Uma das características da criatura humana é a insatisfação e a busca por novidades e oportunidades para realização pessoal. Nesse processo a pessoa está geralmente disposta a empreender novas aventuras e empreendimentos. Para isso quase sempre busca parcerias e alguém com quem compartilhar seus projetos e sonhos. As leituras da Palavra de Deus nesse domingo apresentam diferentes situações nas quais as pessoas compartilham suas preocupações e esperanças.
O autor da primeira leitura descreve o diálogo e aceitação da proposta surgida de maneira quase misteriosa. Deixando claro que a inciativa é de Deus conclui com a compreensão do chamado e a resposta de Samuel: “Fala Senhor que teu servo escuta'. Samuel crescia, e o Senhor estava com ele. E não deixava cair por terra nenhuma de suas palavras”.
Ontem como hoje, não são poucas as vozes que “vendem” propostas de felicidade, cada um de nós é desafiado a identificar neste emaranhado a voz de Deus. Obviamente que para isso a ajuda e a confiança em alguém que partilha conosco a mesma fé e percorre o mesmo caminho é uma participação significativa.
Falando para a comunidade de Corinto, Paulo sugere a coragem e a determinação para levar a vida guiada pela luz de Deus. Insistindo na pureza e no respeito para com a vida toda e o cuidado com o corpo o apóstolo conclui: “De fato, fostes comprados, e por preço muito alto. Então, glorificai a Deus com o vosso corpo”. Isso significa levar a sério e com coerência os compromissos assumidos respeitando a si mesmo e aos outros.
A expectativa em relação à vinda do Messias ocupava o centro das preocupações no tempo de Jesus. O evangelho descreve o encontro com João Batista a formação da primeira comunidade de seguidores do Mestre. Reconhecendo o Cristo que passa os primeiros discípulos são convidados a ir com ele. Não são bonitas palavras que irão definir onde ele mora, antes a abertura para outro estilo de vida: “Mestre, onde moras?' Jesus respondeu: 'Vinde ver”. E na sequência dessa descoberta a coragem para sair, anunciar e convidar outros a fazerem a mesma experiência: “André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão e lhe disse: 'Encontramos o Messias (que quer dizer: Cristo)'. Então André conduziu Simão a Jesus”.
A morada do mestre logo foi reconhecida por ser um lugar onde se quer se poderia ter a tranquilidade de uma pedra para reclinar a cabeça, pelo contrário, era possível encontrá-lo em meio aos famintos, doentes, pecadores, pobres, desprezados com eles se identificava procurando promover e libertá-los das amarras, sofrimentos e exclusões.
Também nós que estamos ávidos por novas aventuras, sonhos, descobertas, empreendimentos temos a possibilidade de encontrar e reconhecer Jesus: São milhões de desempregados, vitimados pela violência e pelo feminicidio, nas crianças abandonadas e sem comida, sem escola, sem dignidade, nos jovens vítimas da droga e de outras formas de exploração inclusive sexual.
Fazer do evangelho um empreendimento que valha a pena é muito mais do que pertencer a uma Igreja, receber os sacramentos, participar de algum movimento observar certas práticas e regras doutrinais.
Encontrar Jesus hoje, e ser seu parceiro significa construir comunhão com Ele no encontro com as pessoas que bem perto de nós são vítimas de toda forma de abandono, sofrimento e dor.
Se perguntarmos hoje de novo: Mestre onde mora, ele nos dirá “No meio do povo, vem e verás”.
Peçamos a graça de responder com o salmista: “Eis que venho, Senhor,
com prazer faço a vossa vontade! Sacrifício e oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados”.
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