COM
JESUS NOS DESERTOS DA VIDA
No
Evangelho deste domingo nós lemos: “Jesus
foi para o deserto durante
quarenta dias, e ali foi tentado por Satanás. Vivia entre os animais selvagens, e os
anjos o serviam”. Convenhamos que muitas vezes nós nos encontramos em “desertos
da vida” e exatamente nestas situações experimentamos o máximo de nossa
fraqueza, ou seja, todas as tentações possíveis e imagináveis, mas são também
nestas horas que provamos todas as nossas forças e auxílios inimagináveis. Em
outras palavras somos servidos pelos anjos.
A
primeira leitura conta a relação de Deus com a humanidade depois do
restabelecimento da aliança e da destruição do pecado que corrompia o mundo e
todas as pessoas. Deus mostra sua face misericordiosa conversa fraternalmente
com as criaturas e confirma sua disposição de acompanhar todos os passos da
humanidade renascida pelas águas do dilúvio: “Estabeleço convosco a minha aliança. 'Este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vós, e todos
os seres vivos que estão convosco, por todas as gerações futuras. Ponho meu arco nas nuvens como sinal
de aliança entre mim e a terra. Quando eu reunir as
nuvens sobre a terra, aparecerá meu arco nas
nuvens. Então eu me lembrarei de minha aliança
convosco e com todas as espécies de seres vivos. E
não tornará mais a haver dilúvio que faça perecer nas suas águas toda criatura”. O texto é uma palavra de esperança
para a humanidade e mostra a bondade e a disposição de Deus que por meio do seu
arco abraça e abençoa a humanidade.
Vencendo
todas as tentações do deserto Jesus deixa claro que a nova humanidade não nasce
das fraquezas e do pecado, pelo contrário, nasce da solidariedade e da comunhão
com todos simbolizados nos “anjos que o serviam”. Dirigindo-se aos discípulos
fala também a nós: “'O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos
e crede no Evangelho!”. Passada a provação do deserto Jesus
não teve uma vida fácil e livre de outras tentações e provações. Ao longo de
todo o seu ministério ele se viu provocado por muitas outras situações que se
assemelham ao deserto no início da missão.
Com ele podemos aprender que a
proximidade do Reino de Deus não é um acontecimento mágico, que se concretiza
caindo do céu, nem tampouco marcado pela violência e pela construção de muros,
antes pelo acolhimento do evangelho, pelo diálogo fraterno entre aqueles que
convivem nos mesmos espaços e que pensam diferente de nós.
A concretização do Reino de Deus
pede de cada pessoa um processo diário de conversão, de renuncia aos próprios
interesses e a autossuficiência. Modificar nossa mentalidade, nossos valores e
atitudes. Em resumo deixar-se ajudar pelos anjos que quase sempre estão
próximos de nós nas pessoas com quem convivemos.
A carta de Pedro faz uma
releitura do diluvio afirmando: “A arca corresponde o batismo, que hoje é a
vossa salvação. Pois o batismo não serve para limpar o corpo da imundície, mas
é um pedido a Deus para obter uma boa consciência, em virtude da ressurreição
de Jesus Cristo. Ele subiu ao céu e está à direita de Deus, submetendo-se a ele anjos, dominações e potestades”.
Esta leitura recorda que o
Batismo é para os cristãos a aceitação da salvação que Cristo veio trazer. Uma
vez batizados somos inseridos no dinamismo de uma vida nova que é o germe da humanidade
renovada.
Se tem uma conclusão que pode ser
útil para todos nesta quaresma consiste em perceber que a salvação trazida por
Jesus não exclui ninguém, nem mesmo os pecadores obviamente que também os cristãos
são convidados a praticar as mesmas ações de Jesus. Colocar nossa confiança
nele e testemunhar com a vida os valores do evangelho.
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