segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

HOMILIA PARA O DIA 31 DE JANEIRO DE 2021 - 4º DOMINGO COMUM - ANO B

 SÓ ELE É NOSSO DEUS E NOSSO PASTOR

Neste tempo de pandemia em que o uso das tecnologias de informação e comunicação se mostrou como um poderoso instrumento para aliviar os sofrimentos, o isolamento, a solidão e distância provocados pelas circunstâncias da COVID 19, ao mesmo tempo não faltaram pessoas e instituições que aproveitaram da oportunidade para utilizar as redes sociais disseminando medo, ódio, fake news, e assim por diante.

As leituras da Palavra de Deus deste domingo mostram também como ao longo do tempo as pessoas e comunidades foram vítimas de aproveitadores mal intencionados que, como nosso tempo, utilizaram o nome de Deus para garantir vantagens e interesses pessoais. Deus, por sua vez, responde sempre com sua presença amorosa e uma palavra de misericórdia e de inclusão.

O texto do Deuteronômio mostra como Deus faz surgir um verdadeiro anunciador da sua vontade, alguém escolhido dentre o povo: “Farei surgir um profeta e porei em sua boca as minhas palavras”. Ontem como hoje aquele que se reconhece escolhido e enviado por Deus não deverá fazer uso desta situação para tirar vantagem e agir em benefício próprio, antes estar a serviço das pessoas e da vida para todos reconhecendo tudo como um dom do Criador para o mundo.

São Paulo pede aos irmãos da cidade de Corinto que tenham sempre em conta as prioridades e o compromisso com aquilo que dura em detrimento do que é transitório e passageiro. Fica mais do que claro na segunda leitura que não se trata de ignorar as realidades terrenas, mas que as coisas deste mundo que passa não podem servir como âncora para as nossas ações e nossa vida, pelo contrário: Digo isto para o vosso próprio bem e não para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações”.

O Evangelho mostra como a sinagoga e o culto religioso no tempo de Jesus tinham se tornado um lugar e uma oportunidade para institucionalizar a miséria, o medo, o ódio, a exclusão e até a violência. Ensinando com a autoridade que lhe fora dada por Deus Jesus mostra sua força contra todo o poder do mal. Por isso mesmo é reconhecido pelo próprio causador do sofrimento como “O Santo de Deus”.  Na condição de Filho enviado para fazer a vontade do Pai renova e transforma todas as escravidões em lugares de liberdade e de vida em abundância: “Jesus o intimou: 'Cala-te e sai dele!' Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: 'O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem.”

Com firmeza e coragem Jesus contradiz a lógica daqueles que usando das oportunidades de serviço e dos bens que a criação disponibiliza excluíam as pessoas mantendo-as em situação de escravidão e condenando-as ao sofrimento até mesmo sustentado pela estrutura da sinagoga.

Como discípulos de Jesus nós também temos a responsabilidade de continuar a sua missão e pelo nosso testemunho de vida lutar contra todos os “demônios” que roubam a vida e causam sofrimento nas famílias, nas igrejas e na sociedade.

Ser discípulo de Jesus implica percorrer os mesmos caminhos que Ele percorreu lutar por um mundo mais humano, mais solidário, mais fraterno. Não temos o direito de ficar de braços cruzados e deixar que as coisas aconteçam como se não tivéssemos nenhuma responsabilidade com a humanização das relações pessoais e com a casa comum.

É isso que rezamos e pedimos no Salmo:

 Não fecheis o coração, ouví, hoje, a voz de Deus!

Ao seu encontro caminhemos com louvores,
e com cantos de alegria o celebremos!

Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,
as ovelhas que conduz com sua mão.

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