AMAR
COMO JESUS AMOU...
Uma
das coisas mais bonitas das nossas comunidades é a variedade de canções,
orações, e manifestações de piedade que repetem insistentemente nossa aceitação
dos ensinamentos de Jesus: “Amar como
Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, sorrir como Jesus sorria, viver como
Jesus vivia... e ao chegar ao fim do dia eu sei que eu dormiria muito mais
feliz”. Será que algumas vezes já paramos para pensar a intensidade das
palavras que cantamos? Que implicação tem para a nossa vida fazer uma
declaração pública com essas palavras?
Pois
o Evangelho desse domingo traz mais uma vez a resposta apontando caminhos para
quem quer ser discípulo de Jesus e chegar ao fim do dia podendo colocar a
cabeça no travesseiro e dormir com a consciência tranquila. Vejamos: “Um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: 'Se queres tens o poder de curar-me'. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a
mão, tocou nele, e disse: 'Eu quero: fica curado”.
Não precisamos de muitas
justificativas para perceber que o leproso era uma pessoa deixada à margem da
sociedade e a resposta de Jesus não se pauta na prática habitual e legal de
outrora: “Cheio de compaixão, estendeu a
mão, tocou nele”.
O dia a dia dos conterrâneos de
Jesus tinha como bússola para suas ações a lei de Moisés conforme se lê no
livro do Levítico: “Quando
alguém tiver na pele do seu corpo alguma
inflamação, erupção ou mancha branca, com aparência do mal da lepra, será
levado ao sacerdote Aarão, ou a um dos seus filhos sacerdotes... Durante todo o tempo em que estiver leproso será impuro; e, sendo impuro, deve ficar isolado e morar fora do
acampamento”. Os israelitas tinham construído uma imagem de Deus muito diferente
daquela que agora Jesus revelava. Em nome de um Deus vingativo e excludente
criaram para as pessoas e a sociedade muitas maneiras de discriminação e de
rejeição.
Na sociedade atual, em nossa
prática eclesial, e certamente no íntimo de nosso coração podemos facilmente
selecionar uma lista infinita de preceitos legais que nos autorizam excluir a
discriminar as pessoas.
O fantasma da “lepra”
contemporânea salta aos nossos olhos disfarçado pelo desemprego, pela droga,
miséria, fome, racismo, fobias, normas religiosas excludentes. A infinita lista
da “lepra” contemporânea pede de nós a coragem do leproso do Evangelho e a
capacidade de nos ajoelhar diante de Jesus e repetir: “Se queres tens o poder de purificar-me”. Ao mesmo tempo somos chamados a agir com
a compaixão do Mestre aproximar-se dos necessitados e excluídos, tocar neles e
romper todas as barreiras discriminatórias.
Isso significa colocar em prática
os conselhos de São Paulo: “Quer comais, quer bebais, quer façais
qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus. Não escandalizeis ninguém, nem judeus, nem gregos, nem a igreja de Deus. Sede meus
imitadores, como também eu o sou de Cristo”. Imitar Cristo implica em fazer de sua vida um dom de amor e
de serviço em favor da vida e da dignidade das pessoas.
É verdade que não faltam em nossa
Igreja e comunidades iniciativas extraordinárias de promoção e de acolhimento,
entre os agentes pastorais, e os movimentos de Igreja. Neste tempo de pandemia,
não poucos profissionais arriscam a própria vida para salvar e facilitar a
recuperação de doentes.
Nunca é demais recordar a figura
de Dom Helder Câmara, que foi bispo de Olinda e Recife e residia na Sacristia
da Igreja onde acolhia moradores de rua para o café da manhã. Ele tinha
consciência de não resolver a questão da pobreza e da mendicância. Entretanto,
sem deixar de alimentar os famintos dizia: “Quando
dou de comer aos pobres me chamam de Santo, quando pergunto pelas causas da
pobreza, me chamam de comunista”.
Amar como Jesus amou...
AMAR
COMO JESUS AMOU...
Uma
das coisas mais bonitas das nossas comunidades é a variedade de canções,
orações, e manifestações de piedade que repetem insistentemente nossa aceitação
dos ensinamentos de Jesus: “Amar como
Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, sorrir como Jesus sorria, viver como
Jesus vivia... e ao chegar ao fim do dia eu sei que eu dormiria muito mais
feliz”. Será que algumas vezes já paramos para pensar a intensidade das
palavras que cantamos? Que implicação tem para a nossa vida fazer uma
declaração pública com essas palavras?
Pois
o Evangelho desse domingo traz mais uma vez a resposta apontando caminhos para
quem quer ser discípulo de Jesus e chegar ao fim do dia podendo colocar a
cabeça no travesseiro e dormir com a consciência tranquila. Vejamos: “Um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: 'Se queres tens o poder de curar-me'. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a
mão, tocou nele, e disse: 'Eu quero: fica curado”.
O fantasma da “lepra”
contemporânea salta aos nossos olhos disfarçado pelo desemprego, pela droga,
miséria, fome, racismo, fobias, normas religiosas excludentes. A infinita lista
da “lepra” contemporânea pede de nós a coragem do leproso do Evangelho e a
capacidade de nos ajoelhar diante de Jesus e repetir: “Se queres tens o poder de purificar-me”. Ao mesmo tempo somos chamados a agir com
a compaixão do Mestre aproximar-se dos necessitados e excluídos, tocar neles e
romper todas as barreiras discriminatórias.
Nunca é demais recordar a figura
de Dom Helder Câmara, que foi bispo de Olinda e Recife e residia na Sacristia
da Igreja onde acolhia moradores de rua para o café da manhã. Ele tinha
consciência de não resolver a questão da pobreza e da mendicância. Entretanto,
sem deixar de alimentar os famintos dizia: “Quando
dou de comer aos pobres me chamam de Santo, quando pergunto pelas causas da
pobreza, me chamam de comunista”.
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